
A Secretaria de Seguran�a do Rio Grande do Norte confirmou no fim da tarde deste domingo, 15, pelo menos 27 mortos em rebeli�o na Penitenci�ria Estadual de Alca�uz, na regi�o metropolitana de Natal. O motim come�ou na noite de s�bado, 14, e s� foi controlado no in�cio da manh� deste domingo, com a entrada de policiais militares e agentes penitenci�rios no local.
Em coletiva de imprensa no final da manh�, o secret�rio de Estado da Justi�a e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, havia confirmado ao menos 10 mortos. Entretanto, o secret�rio foi informado por um agente penitenci�rio, na frente dos jornalistas, que 27 corpos j� tinham sido encontrados. "Secret�rio, eu contei 27 troncos", disse o servidor ao secret�rio diante de jornalistas e assessores. Wallber Virgolino n�o comentou o n�mero.
Pelo menos seis homens, pertencentes � fac��o criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram identificados como os respons�veis pela rebeli�o que destruiu parcialmente a penitenci�ria e o Pavilh�o Rog�rio Coutinho Madruga. Eles ser�o transferidos para unidades penitenci�rias estaduais ou federais.
Segundo o secret�rio, a rebeli�o foi a maior j� registrada no complexo prisional, fundado no final da d�cada de 1990. "� a maior rebeli�o em n�mero de mortos, mas n�o iremos superar Roraima", afirmou o secret�rio. No s�bado, 7, 31 presos foram mortos em penitenci�ria de Roraima.
Um indicativo de que o n�mero de v�timas pode ser maior do que o anunciado at� agora � a estrutura montada pelo Instituto T�cnico de Per�cia (Itep/RN). O diretor do �rg�o, Marcos Brand�o, confirmou que foi montada uma estrutura com capacidade para receber at� 100 corpos. Um caminh�o refrigerado com espa�o para armazenar 50 cad�veres foi alugado pelo Itep/RN para auxiliar o trabalho.
Brand�o afirma que todos os corpos passar�o por necropsia. No caso dos decapitados, ele disse que ser�o necess�rias fotos de rosto e at� exames de arcada dent�ria para a confirma��o das identidades. Tendas est�o sendo armadas em frente � sede do Itep/RN para abrigar familiares dos presos mortos na rebeli�o. A expectativa � que os primeiros sejam transportados da Penitenci�ria para o Itep ainda neste domingo, 15.
Questionado sobre a liga��o das rebeli�es deste fim de semana com os casos registrados em Manaus e Roraima, que levou � morte cerca de 93 presos, o secret�rio Wallber Virgolino poupou palavras. "A situa��o do Norte estimulou aqui. Mas s�o coisas diferentes", disse. Desde mar�o de 2015, o sistema prisional potiguar enfrenta uma s�ria crise estrutural. A popula��o carcer�ria do Estado gira em torno de 7,7 mil pessoas. O d�ficit de vagas se aproxima das quatro mil.
O secret�rio de Estado da Seguran�a P�blica e da Defesa Social, Caio Bezerra, destacou que a a��o de retomada de controle da unidade prisional foi positiva. "Os presos n�o reagiram e estamos avan�ando na conten��o de todos os pavilh�es", frisou. Ele tamb�m evitou falar no poss�vel n�mero de mortos, mas destacou que todas as informa��es ser�o repassadas no momento oportuno.
Reconhecimento dos corpos
O Rio Grande do Norte n�o disp�e de um Instituto M�dico Legal (IML), mas sim de um Instituto T�cnico de Per�cia (Itep). Todos os corpos a serem recolhidos da Penitenci�ria de Alca�uz ser�o transferidos para a sede do Itep, situada na zona portu�ria de Natal, cerca de 25 quil�metros distante do pres�dio. Uma for�a-tarefa foi montada para a identifica��o das v�timas fatais.
"Teremos tr�s legistas, cinco necropspiloscopostas, tr�s odontologistas legais e quatro peritos criminais ir�o fazer a per�cia no local do crime. J� alugamos uma c�mara frigor�fica para a acomoda��o dos corpos", disse o diretor do Itep, Marcos Brand�o. A sede do �rg�o, fundado h� mais de 70 anos, n�o disp�e de estrutura capaz de receber elevado n�mero de cad�veres.
Para o atendimento aos familiares dos presos mortos, uma central de informa��es com atendimento de psic�logos e assistentes sociais ser� montada nas proximidades do Itep. At� o in�cio da tarde deste domingo, nenhum dos corpos havia sido recolhido da Penitenci�ria de Alca�uz. "Tem muita decapita��o. Precisamos identificar todas as cabe�as e corpos para depois remont�-los", disse Marcos Brand�o.
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), n�o participou da entrevista.