As mulheres de policiais militares que lideram a paralisa��o no Esp�rito Santo querem um encontro com o governador do Estado, Paulo Hartung, e com o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, "para encerrar o movimento ainda hoje". Segundo elas, o protesto que paralisou a seguran�a p�blica no estado "ganhou uma propor��o muito maior" do que elas imaginavam e "est� na hora de colocar um ponto final".
Porta-voz das representantes dos PMs do 6º Batalh�o, Cristina - as mulheres do movimentam se identificam apenas pelo primeiro nome - afirmou ao Estado que as lideran�as querem se encontrar com as autoridades para terminar com o impasse. "Queremos fazer com o governador o que ele tem falado por esses dias, conversar olhando no branco do olho", afirmou Cristina. Elas querem que Rodrigo Janot tamb�m participe do encontro. "Ele veio ao Esp�rito Santo ontem (s�bado) e n�o tivemos a chance de conversar com ele."
O procurador-geral da Rep�blica se reuniu por cerca de tr�s horas com ministros e com o executivo estadual na tarde de s�bado, no Pal�cio Anchieta, sede do governo capixaba. Ele saiu sem dar entrevistas e retornou imediatamente a Bras�lia, mas em nota a procuradoria-geral da Rep�blica informou que Janot estuda a possibilidade de federalizar crimes como o de motim.
A inten��o das mulheres � que o encontro seja realizado "em campo neutro". Uma das possibilidades levantadas � a assembleia legislativa do Estado. "Queremos p�r um ponto final nisso. Entramos no movimento para reivindicar o reajuste salarial, porque em 2017 as perdas chegar�o a 47%. � um direito previsto na Constitui��o. N�o sab�amos a propor��o que o movimento iria tomar", afirmou Cristina.
Segundo ela, as mulheres querem que o Esp�rito Santo retome a normalidade j� nesta segunda-feira. "N�s somos mulheres de policiais militares e tamb�m trabalhamos. Muitas de n�s trabalham no com�rcio, que est� fechado. N�s tamb�m estamos sendo prejudicadas", afirmou Cristina.
Ela disse que as negocia��es realizadas at� o momento com o governo do Estado foram "t�ticas de guerrilha" e que exp�em somente um dos lados. "Jogaram a sociedade contra a gente. As pessoas passam na frente dos batalh�es e nos xingam. � triste saber que n�o est�o nos apoiando. Mas se ponham no lugar dos soldados: eles precisam revezar coletes � prova de balas, que muitas vezes est�o com prazo de validade vencido, est�o com viaturas sucateadas, existe falta de EPIs (equipamentos de prote��o individual). � desse jeito que a PM tem que proteger a sociedade", desabafou a porta-voz.
Para encerrar o movimento, Cristina disse que uma quest�o � inegoci�vel, al�m daquela inicial que � o reajuste salarial. "A gente exige anistia administrativa, criminal e militar para 100% dos PMs e para todas as mulheres", sustentou. Na sexta-feira, a secretaria estadual de Seguran�a P�blica do Estado anunciou ter aberto processo de indiciamento de 703 policiais por crime de revolta, que prev� pena de at� 20 anos de pris�o. O Minist�rio P�blico Federal, por sua vez, cogita abrir a��o para cobrar das mulheres dos policiais militares os custos com o deslocamento das for�as federais.