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Estado de Minas

PCC avan�a fronteira no maior roubo da hist�ria do Paraguai; tr�s suspeitos foram mortos

A a��o durou quatro horas e os bandidos queimaram carros e jogaram pregos (miguelitos) na via para dificultar a chegada dos policiais


postado em 25/04/2017 08:55 / atualizado em 25/04/2017 09:12

(foto: AFP / Gustavo Galeano)
(foto: AFP / Gustavo Galeano)

As pol�cias do Brasil e do Paraguai acreditam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) est� envolvido no assalto milion�rio � empresa de transporte de valores Prosegur, em Ciudad del Leste, no Paraguai, na madrugada de ontem. Pelo menos 30 homens usando armamento de guerra - como metralhadora ponto 50 (capaz de derrubar helic�ptero), fuzis e explosivos - roubaram US$ 40 milh�es (R$ 120 milh�es). Um policial e tr�s bandidos morreram e quatro pessoas ficaram feridas na a��o e na persegui��o. O assalto � apontado como o maior da hist�ria do Paraguai.

Segundo a pol�cia do Paraguai, por volta da 0h30, grupos divididos em v�rios ve�culos cercaram os acessos � transportadora e derrubaram os muros com explosivos e tiros de fuzis e metralhadoras. A a��o durou quatro horas e os bandidos queimaram carros e jogaram pregos (miguelitos) na via para dificultar a chegada dos policiais. Parte da quadrilha conseguiu cruzar a fronteira e passar para o lado brasileiro por volta do meio-dia, via Lago de Itaipu. No caminho, trocaram tiros com a pol�cia. Tr�s bandidos acabaram mortos e as armas usadas na a��o foram apreendidas.

Ve�culos foram roubados para fuga e propriedades rurais, invadidas. Um homem acabou ferido com dois disparos ao tentar embarcar para S�o Paulo na rodovi�ria de S�o Miguel do Igua�u, onde foi preso. A pol�cia acredita que os membros do grupo se dividiram na fuga e apenas 10 a 12 integrantes teriam passado para o lado brasileiro.

O ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lescano, disse que "tudo aponta para o PCC". Ele ressalta que os ve�culos usados tinham placas do Pa�s e os atacantes fizeram di�logos fluentes em portugu�s. "V�o, v�o, n�o olhem para tr�s", diziam �s testemunhas.

O clima em Ciudad del Este ap�s o assalto era de tens�o. A resid�ncia de um casal de idosos na frente da empresa foi parcialmente destru�da. Com medo, Alejandro Anisimoff e a mulher permaneceram por tr�s horas escondidos embaixo da cama. Nove escolas municipais suspenderam as aulas. O mesmo aconteceu na Universidade UPAP, onde estudava o policial morto, Sabino Ben�tez.

Log�stica


Em nota, o presidente Michel Temer lamentou o fato e colocou a Pol�cia Federal � disposi��o do Paraguai. Para o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atua��o Especial e Repress�o ao Crime Organizado (Gaeco) do Minist�rio P�blico de S�o Paulo, o PCC espalhou essa modalidade de roubo para outras quadrilhas do Brasil e da Am�rica do Sul. "A a��o foi id�ntica aos roubos �s empresas de transportes de valores no interior de S�o Paulo (mais informa��es nesta p�gina). N�o h� d�vida da participa��o do PCC, seja no planejamento, na execu��o ou no uso das armas", disse. No fim de 2015 e come�o de 2016, o PCC roubou mais de R$ 140 milh�es em ataques contra transportadoras de valores, em Campinas, Santos e Ribeir�o Preto, no interior paulista.

S�rie de mortes


De acordo com as investiga��es, o PCC controla o tr�fico de drogas e armas na fronteira com o Paraguai desde a morte de Jorge Rafaat Toumani, em uma emboscada em Pedro Juan Caballero, em junho de 2016. Ele atuava como intermedi�rio do crime organizado no com�rcio de coca�na, maconha e armamento pesado e foi morto com tiros de ponto 50, que perfuraram o carro blindado em que estava.

Conforme a Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad) do Paraguai, ao bancar a execu��o do "rei da fronteira", a fac��o paulista se credenciou para assumir as principais posi��es ao longo da linha internacional. As bases do PCC, antes concentradas em Ciudad del Este e Foz do Igua�u, foram estendidas a Salto del Gua�ra, na fronteira com Gua�ra, no Paran�, e Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Por�, em Mato Grosso do Sul.

Depois da morte de Rafaat, houve ao menos 38 execu��es na fronteira, em um processo de elimina��o dos supostos colaboradores dele. "Com a estrutura montada, o passo seguinte � mostrar for�a e marcar territ�rio, al�m de refor�ar o caixa. Podem acontecer mais ataques (a empresas) no Paraguai ou na Bol�via", alertou Edgar Almada, diretor Antidrogas da Senad.

"N�o foi uma a��o do PCC contra eventuais inimigos. A a��o foi contra uma empresa, j� conhecida no Brasil e alvo de ataques", explicou o procurador de Justi�a M�rcio S�rgio Christino, especialista em crime organizado. / COLABOROU DENISE PARO, ESPECIAL PARA O ESTADO As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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