"Somos iguais perante a lei e perante os olhos do Criador", podia-se ler em um cartaz colado em um dos caminh�es de som que animaram ao longo da praia de Copacabana a 10ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.
"Nosso pa�s � laico, mas estamos voltando ao tempo da inquisi��o", indigna-se o dot� (sacerdote) Adriano, da rama Sogb� do Candombl�, rodeado por um grupo de homens e mulheres vestidos de branco.
Fi�is de Candombl� e Umbanda t�m sido v�timas de agress�es cometidas por traficantes das comunidades convertidos a alguma das igrejas neopentecostais que h� d�cadas surgem no pa�s.
Dois v�deos nos quais � poss�vel ver os agressores obrigando religiosos a destruir imagens de seus terreiros tiveram grande repercuss�o nas redes sociais. Esses casos aumentaram a preocupa��o sobre as tens�es sociais e religiosas em uma cidade governada desde janeiro pelo prefeito Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
O cardeal Orani Jo�o Tempesta, arcebispo cat�lico do Rio, convidou as pessoas participar da marcha, assim como representantes judeus, mu�ulmanos, budistas, esp�ritas e de outras religi�es. Os autores das agress�es "s�o minorit�rios" entre os protestantes e costumam agir "influenciados por alguma lideran�a local", afirma Edson Garc�s, fiel de 30 anos da Igreja Batista e morador da Baixada Fluminense.
Segundo o servi�o de den�ncia por telefone de abusos contra os direitos humanos, em 2016 foram assinalados 79 casos de intoler�ncia religiosa no Rio, um aumento de 119% em rela��o a 2015. Entre julho e a semana passada, houve 32 den�ncias, segundo um relat�rio do seman�rio Isto�.