Segundo a sobrinha da psic�loga, que estuda na mesma sala do atirador, o garoto abriu fogo no final da �ltima aula. "Ele assistiu todas as aulas, estava com a arma na mochila, e no final resolveu fazer isso", conta. Segundo ela, o primeiro tiro foi disparado dentro da mochila, “logo depois ele atirou para cima e depois aleatoriamente contra os alunos”, relata a garota.
Depois desse momento, o desespero se instaurou na sala de aula, que fica no terceiro andar do pr�dio. Na tentativa de se salvar da mira do atirador, alguns alunos ca�ram no ch�o e se machucaram. "Ela [minha sobrinha] n�o entendeu que eram tiros em um primeiro momento, s� depois de alguns disparos uma colega a puxou pelo bra�o. Ela se desesperou, caiu no ch�o, mas conseguiu sair da sala”, descreve Gomes.
Ainda com a voz embargada, a psic�loga n�o esconde o al�vio por ter encontrado a filha e a sobrinha a salvos. "Quando estava indo para a escola passou algumas viaturas por mim e j� era um desespero absurdo. N�o consigo descrever o al�vio que eu senti quando as vi", desabafa.
Passado o susto, a adolescente est� em casa tamb�m � espera de not�cias sobre os colegas que n�o conseguiram escapar do atirador. Tr�s v�timas foram levadas ao Hospital de Urg�ncias de Goi�nia (Hugo) e est�o em estado grave. A quarta foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goi�nia e est� est�vel.
Bullying
A sobrinha de Juliana contou ainda que o suspeito sentava sempre na �ltima cadeira da sala, era exclu�do pelos outros jovens e foi, por muito tempo, alvo de ofensas por causa do cheiro. Em uma ocasi�o, os estudantes chegaram a jogar desodorante no adolescente.
"Os colegas de sala implicavam com ele por causa do cheiro. (...) Minha sobrinha disse que [o atirador] chegou a mirar na cabe�a de um dos meninos que cometia bullying contra ele, mas n�o sabe se chegou a acert�-lo. Gra�as a Deus ele n�o teve o controle de mirar certo", disse.
O Correio procurou o col�gio Goyases que, por sua vez, n�o quis se pronunciar sobre o caso por "n�o ter condi��es no momento". As aulas na institui��o foram suspensas por tempo indeterminado. O atirador foi detido pela Pol�cia Militar de Goi�s, ainda no local.
Tiroteio em creche
H� pouco mais de duas semanas, no �ltimo 5 de outubro, outro crime b�rbaro envolvendo crian�as chocou o pais. O vigia Dami�o Soares dos Santos, de 50 anos, colocou fogo na creche Gente Inocente, em Jana�ba, no Norte de Minas Gerais. A trag�dia resultou na morte de nove crian�as, todas de 4 anos, e da professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, que tentou salvar os alunos no momento do ataque.