Goi�nia - Duas adolescentes que estudavam na mesma sala do adolescente que atirou contra colegas nesta sexta-feira, em Goi�nia, afirmam que o garoto tinha comportamentos estranhos. Ambas dizem que o jovem j� chegou a levar um livro sobre satanismo � escola.
"Numa prova de �tica dele, ele desenhou o s�mbolo nazista, e em uma roda liter�ria, ele levou um livro sat�nico", relatou uma das meninas � reportagem. Segundo ela, o epis�dio aconteceu no ano passado e o garoto n�o disse onde conseguiu o livro.
De acordo com a outra garota, o estudante era uma pessoa "muito estranha e muito fria". "Se voc� fizesse uma brincadeira ele falava que ia te levar para o inferno, que ia matar sua fam�lia e te matar", disse a menina.
Uma delas afirma que houve um per�odo em que o adolescente que realizou os disparos ocupou lugar em frente ao dela, na sala. "Foi a �poca em que ele falou para mim que ia matar meu pai e minha m�e...", lembra, confirmando que o jovem fazia amea�as semelhantes a outros alunos.
Disparos
Ambas contam, contudo, que o menino jamais havia amea�ado levar uma arma ao col�gio e que, a princ�pio, n�o identificaram o barulho dos disparos como sendo tiros. "Como teria mostra cient�fica amanh�, pensamos que tinha sido um dos projetos que tinha estourado, ou alguma bombinha. Na hora em que n�s vimos a arma, sa�mos correndo", relata uma das garotas. Segundo as meninas, o jovem teria come�ado a disparar aleatoriamente.
Amiga de Jo�o Pedro - um dos mortos - uma das jovens o descreve como algu�m que brincava com todos, mas desconhece qualquer apelido espec�fico em rela��o ao atirador. Quanto a Jo�o Vitor, outra v�tima, a garota o define como "uma pessoa normal, bom aluno". Outros quatro estudantes ficaram feridos no ataque.
Luto
No port�o de entrada do Col�gio Goyases, uma faixa com os dizeres "Fam�lia Goyases em luto" foi afixada na tarde desta sexta. Acima dela, outra anunciava a realiza��o da mostra cient�fica que aconteceria na escola neste s�bado.
Pouco antes das 17h, os corpos de Jo�o Vitor e Jo�o Pedro j� haviam sido retirados da escola e levados ao Instituto M�dico Legal.
O delegado Francisco Costa, do departamento de homic�dios, do lado de fora da escola, disse que a sala estava revirada, com marcas de bala nas paredes e no ch�o, e havia manchas de sangue do terceiro andar da escola at� o t�rreo.
Ele afirmou que a per�cia, preliminarmente, encontrou pelo menos 11 c�psulas de balas na sala de aula onde estudavam os 30 alunos da turma do 8º ano. Segundo ele, a per�cia inicialmente pode ver que alguns disparos pareciam ter alvos determinados e outros pareciam ter sido efetuados de forma aleat�ria. Uma estudante ouvida pela reportagem disse que o atirador chegou a mirar em dire��o a ela por alguns segundos, mas mudou de �ngulo e n�o a atingiu.
O col�gio, segundo estudantes e ex-estudantes que circundavam o cord�o de isolamento, exigia muita disciplina dos alunos. Um deles disse que j� havia sido suspenso de classe porque estourou um "estralinho".
Tr�s alunas do 9º ano, sentadas na cal�ada, comentam que h� aula de �tica toda semana. Em uma dessas aulas, o autor dos disparos teria desenhado uma su�stica.