O Instituto Evandro Chagas, no Par�, identificou a presen�a do v�rus da febre amarela no Aedes albopictus, mosquito conhecido como tigre asi�tico e que vive em �reas rurais e silvestre. A descoberta, in�dita no mundo e comunicada nesta quinta-feira, 15, pelo diretor do instituto, Pedro Vasconcelos, vai desencadear uma nova frente de estudos sobre a transmiss�o da doen�a no Pa�s.
Uma for�a-tarefa foi criada com o objetivo de capturar exemplares do mosquito onde h� transmiss�o de febre amarela: em S�o Paulo, no Rio e na Bahia. A miss�o come�a em 15 dias. Eles ser�o levados para laborat�rio e criados em col�nias. O objetivo � verificar se o mosquito, al�m de ser infectado pelo v�rus, pode tamb�m transmitir a doen�a por meio da picada para seres humanos.
Hoje no Pa�s h� a transmiss�o silvestre da febre amarela, promovida principalmente por mosquitos encontrados na mata: Haemagogus e Sabethes. H� tamb�m o risco de transmiss�o urbana, por meio da picada do Aedes aegypti contaminado. Esse tipo de transmiss�o n�o ocorre no Brasil desde 1942.
O ciclo intermedi�rio j� ocorre na �frica. Ele permite a liga��o do ciclo silvestre e urbano com o ciclo rural. A previs�o � de que a for�a-tarefa saia a campo para captura dos mosquitos dentro de duas semanas. Os resultados obtidos com o estudo dever�o ser conclu�dos em aproximadamente 50 dias. Os exemplares de tigres asi�ticos contaminados com v�rus de febre amarela foram capturados pela equipe do Evandro Chagas no primeiro semestre no passado, nas cidades mineiras de Itueta e Alvarenga. As an�lises dos mosquitos foram conclu�das neste m�s.
Essa esp�cie est� presente em cerca de mil munic�pios brasileiros, sobretudo em �reas rurais. "Eles n�o vivem bem nas florestas", explicou Vasconcelos. O presidente do Instituto Evandro Chagas afirma n�o haver, no momento, elementos que indiquem uma eventual rela��o entre o tigre asi�tico e a epidemia de febre amarela ocorrida no ano passado em Minas e no Esp�rito Santo.
A hip�tese de que o Aedes albopictus pudesse tamb�m transmitir a febre amarela n�o � nova. V�rios pesquisadores j� haviam levantado essa suspeita, mas nenhum estudo havia comprovado a presen�a do v�rus no mosquito. Isso, no entanto, n�o basta para garantir que o tigre asi�tico faz parte da cadeia de transmiss�o. “V�rios mosquitos carregam o v�rus, mas n�o t�m capacidade de transmiti-los", explicou Vasconcelos. O presidente do Instituto Evandro Chagas disse ser pouco prov�vel de que o Pa�s j� tenha a transmiss�o periurbana.
Cautela
O coordenador de controle de doen�as da Secretaria de Sa�de de S�o Paulo, o infectologista Marcos Boulos, afirmou ser necess�rio continuar os estudos sobre o Aedes albopictus e febre amarela. “Se for confirmado que o mosquito tem capacidade de transmitir o v�rus, existe a possibilidade de transmiss�o periurbana", afirmou.
(L�gia Formenti)