S�o Paulo - Quinze horas ap�s a morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL, assassinada na quarta-feira, no Rio, "Marielle" � o assunto mais comentado do Twitter Mundial. Por volta das 12h30 desta quinta-feira, 15, a rede social registrava 289 mil tu�tes sobre a parlamentar. Entre as principais hashtags utilizadas em refer�ncia ao crime, est�o #MariellePresente, #N�oFoiAssalto e #MarielleVive.
Diversos ve�culos de comunica��o internacionais repercutiram o assassinato da vereadora. Jornais, como o The Guardian (Inglaterra) e o New York Times (Estados Unidos) reproduziram em seus sites informa��es sobre o crime.A ag�ncia espanhola EFE ainda lembrou da interven��o do Ex�rcito na seguran�a p�blica do Rio de Janeiro e destacou que o ataque aconteceu um dia depois da vereadora voltar a criticar a interven��o em mensagem nas redes sociais. A Anistia Internacional exigiu "uma investiga��o imediata e rigorosa" do crime, em um comunicado veiculado no Facebook da entidade defensora dos direitos humanos.
A legisladora, uma soci�loga de 38 anos, nascida no Complexo da Mar�, uma das �reas mais violentas da cidade, era a relatora da comiss�o do Conselho criado para fiscalizar as opera��es policiais ap�s o in�cio da interven��o militar.
Ela ficou conhecida como militante do movimento negro e de direitos humanos, com den�ncias recentes de viol�ncia policial contra moradores de favelas no Rio.
O ataque a tiros � Marielle ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma regi�o, quando foi atingida. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro tamb�m morreu baleado. Ele estava desempregado e trabalhava fazendo bico.
Marielle Franco nasceu em 1979 no Complexo da Mar�, na zona norte do Rio. Se formou em Ci�ncias Sociais pela Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio (PUC-Rio) e fez mestrado em Administra��o P�blica pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Na disserta��o para obter o t�tulo de mestre, pesquisou as Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs).
Segundo seu site pessoal, iniciou a milit�ncia em direitos humanos ap�s ingressar em um pr�-vestibular comunit�rio e perder uma amiga v�tima de bala perdida em um tiroteio entre policiais e traficantes na Mar�. Foi eleita vereadora do Rio pelo PSOL com 46,5 mil votos - a 5ª maior vota��o.
Apoiava projetos para punir o ass�dio em espa�os p�blicos, em defesa de casas de parto e do aborto legal. Nas redes sociais, se posicionava contra o racismo e a viol�ncia policial. Em sua �ltima publica��o, divulgou v�deo do encontro de mulheres negras na Lapa, na regi�o central, pouco antes de ser morta. No s�bado, protestou contra a��o policial no Acari, na zona norte.
Ao longo de sua trajet�ria, atuou em organiza��es como a BrazilFoundation, que defende a igualdade social, e o Centro de A��es Solid�rias da Mar� (Ceasm).
(Juliana Di�genes)