
Os acusados pela morte da travesti Dandara Kataryne, de 42 anos, em Fortaleza, v�o nesta quinta-feira a j�ri popular para serem julgados por causa do assassinato que chocou o mundo. Dandara foi assassinada em fevereiro deste ano a chutes, pauladas e tiros. Os pr�prios algozes registraram as agress�es num v�deo que circulou nas redes sociais.
Doze pessoas s�o acusadas de estarem envolvidas no assassinato de Dandara, sendo quatro adolescentes. O MPCE ofereceu den�ncia contra os oito adultos por homic�dio triplamente qualificado (motivo torpe e f�til, com tortura e impossibilidade de recurso da v�tima). Dois dos acusados ainda est�o foragidos, inclusive o motoqueiro acusado de ter levado a travesti para o local do crime.
As imagens do v�deo que rodou o mundo mostram algozes torturando com chutes e pauladas Dandara – nome adotado pela travesti aos 18 anos. Liderados por um adolescente de 17 anos, os agressores colocam a travesti num carrinho de m�o e a levam para a execu��o, com dois tiros e uma pedrada. O linchamento foi em plena luz do dia, no Bairro Bom Jardim – a cerca de quatro quil�metros da casa de Dandara.
“N�o queremos que Dandara seja mais uma estat�stica. Esse poder� ser um caso emblem�tico. Apesar de n�o haver tipifica��o de crime homof�bico, essa motiva��o fica clara”, afirma o promotor da 1ª Promotoria do Tribunal do Juri do Minist�rio P�blico do Estado do Cear� (MPCE), Marcus Renan Pal�cio. O MP pede condena��o pela pena m�xima para homic�dio, 30 anos.
Na den�ncia, o promotor descreve: “Logo ap�s descer daquele ve�culo, Dandara foi submetida a extremo sofrimento f�sico face �s agress�es corporais que se lhe impuseram os acusados, os quais, impiedosamente, a espancaram, a mais n�o poder, sem qualquer sentimento de piedade e humanit�rio no que se constituiu numa verdadeira barb�rie”.
Em mar�o, o Estado de Minas refez os caminhos da travesti cujo brutal assassinato se tornou s�mbolo de luta no pa�s que mais mata transexuais. Em novembro, o filme 'Dandara', uma co-produ��o da produtora Mult e do Jornal Estado de Minas, venceu o Pr�mio Canal Brasil de Incentivo ao Curta-Metragem, no Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade. No s�bado, ele ser� exibido na II Mostra Internacional de Cinema em Cores, no Cine Humberto Mauro.