
Nas lojas f�sicas, voltadas a equipamentos esportivos e de pesca, basta apresentar RG, CPF e comprovante de resid�ncia para adquirir um simulacro de arma. Na internet, onde eles s�o exaltados por parecerem com as armas reais, nem isso � exigido.
Armas fabricadas para a pr�tica esportiva e id�nticas a armas de fogo v�m sendo usadas frequentemente por assaltantes, traficantes de drogas e milicianos no Rio. O Minist�rio P�blico, com base em flagrantes registrados na capital e na Baixada Fluminense, indica que quatro em cada dez assaltos j� s�o cometidos com esses simulacros.
Um an�ncio de uma Glock G17, c�pia da pistola Glock G7, promete: "Esse Airsoft tem bel�ssimo acabamento, se assemelhando mais a uma arma real. Recebe o nome G17 pela fabricante pois a mesma n�o possui os direitos autorais da Glock para utilizar o nome G". Os sites sobre a pr�tica alertam que estes simulacros s�o "regulamentados pelo Ex�rcito Brasileiro".
Sem controle
A reportagem esteve em duas lojas que vendem armas falsas, no centro do Rio. Dois atendentes disseram que n�o vendem armamento do tipo Airsoft "para qualquer um". "(As armas do tipo Airsoft) s�o muito parecidas mesmo com arma de fogo, e n�o temos controle algum do que ser� feito com elas. Mas a gente olha e v� se a pessoa � mal-intencionada", comentou um vendedor, sem conseguir explicar seus crit�rios.
As r�plicas s�o expostas num grande painel. Junto, est�o cartazes que dizem "Airsoft n�o � brinquedo" e "Proibido filmar ou fotografar".
"Vendo muitas pistolas e rifles, e fico com os dados da pessoa. Mas a responsabilidade n�o � da loja", esquivou-se o gerente de outro estabelecimento. Um item que chama a aten��o l� � uma "granada" de pl�stico, na verdade um recipiente para guardar as esferas que servem de "balas" ao Airsoft.
O Estatuto de Desarmamento, de 2003, pro�be, em seu artigo 26, a fabrica��o, venda e importa��o de "r�plicas e simulacros de armas de fogo que com estas se possam confundir". S�o livres dessa proibi��o os "destinados � instru��o, ao adestramento, ou � cole��o de usu�rio autorizado."
O Ex�rcito informou que as armas de press�o s�o liberadas porque entram nesses casos excepcionais. S�o, conforme nota oficial, "comumente empregadas em atividades de instru��o e adestramento por diversas entidades e institui��es, e usadas tamb�m em eventos esportivos e de lazer, normalmente organizados por entidades de tiro."
Crimes envolvendo simulacros "s�o de responsabilidade dos �rg�os de seguran�a p�blica", esclareceu o Ex�rcito. A retirada na marca��o colorida na extremidade do cano � crime, informou a corpora��o.
(Roberta Pennafort)