Um pol�mico aplicativo gerou alerta entre pais e diretores da Escola Classe 15, de Ceil�ndia. Crian�as do 4º e 5º anos eram usu�rias do sistema, chamado “verdade ou desafio”. O aplicativo propunha miss�es humilhantes, violentas e sexuais aos jogadores – alunos com idade entre 9 e 10 anos. As reclama��es de uma estudante que tinha fotos �ntimas salvas no celular de outro colega de turma chegaram � dire��o da escola. A menina contou que estava tomando banho quando recebeu uma liga��o do amigo e, sem perceber que se tratava de uma chamada de v�deo, acabou exposta ao atender.
O diretor da Escola Classe 15, Ricardo Koziel, conta que, ao conversar com os demais alunos, soube que eles acessavam o aplicativo de forma irrestrita, nos n�veis destinados apenas ao p�blico adulto. “Tivemos a ideia de baixar o aplicativo para ver o que havia no sistema. Percebemos o conte�do totalmente inapropriado e chamamos as crian�as para conversar. A sala ficou cheia de alunos que estavam jogando”, conta o diretor.
Segundo ele, a maioria dos desafios propostos envolvia situa��es constrangedoras e inapropriadas. Ricardo alertou, ent�o, os pais sobre a exist�ncia do jogo. Segundo o diretor, entre as propostas da brincadeira, “era pedido que o jogador lambesse o ch�o, mostrasse partes do corpo, sempre instigando � pornografia e incita��o sexual”.
Em 12 de junho, a escola encaminhou um alerta a todos os pais dos alunos, avisando do perigo do jogo e aconselhando maior fiscaliza��o dos conte�dos acessados pelas crian�as. “N�s apreendemos os celulares dos alunos, que s� foram devolvidos aos pais. Explicamos a situa��o e as condi��es do jogo. Os pais foram muito compreensivos e entenderam que era necess�rio ficar de olho no celular do filho”, afirma Ricardo.
Outras escolas em alerta
O diretor diz que o feedback foi muito positivo e os alunos entenderam que os desafios os expunham a situa��es constrangedoras. Os pais elogiaram a a��o dos respons�veis. “Em pouco tempo, o bilhete que mandamos passou a circular nos grupos de WhatsApp e pais de alunos de outras escolas passaram a nos ligar e contar suas experi�ncias em rela��o ao jogo”, menciona o diretor.
A vice-diretora, Mari�ngela Oliveira, diz que acompanhou de perto os alunos e que agiu rapidamente para alertar os pais. “N�s nunca imagin�vamos que uma coisa assim pudesse acontecer em nossa escola, mas adotamos uma postura fiscalizat�ria e conseguimos evitar problemas maiores. Os pais ficaram felizes, a maioria n�o sabia que o filho acessava esse tipo de conte�do. Um pai nos contou que se considerava um analfabeto digital e que jamais saberia que um aplicativo pudesse causar tanto transtorno”. A escola preferiu n�o envolver a pol�cia ou qualquer outra institui��o.
Esta semana, foram enviados aos pais novos alertas sobre a aten��o ao tempo que as crian�as gastam acessando conte�dos na internet. Al�m dos riscos de exposi��o da crian�a, muitos aplicativos escondem um perigo real de pedofilia e crimes cibern�ticos.