A jovem s� foi atendida na ter�a-feira (18/9), quando o filho morreu. A dire��o da unidade hospitalar nega a vers�o, alegando que a mulher teve o parto induzido e que a crian�a faleceu durante o nascimento, quando os ombros ficaram presos no canal vaginal.
Eneusa Aparecida, m�e de Lorrane, relata que ela e a filha sa�ram de Santo Ant�nio do Descoberto (GO), onde moram, para irem at� o HRSam. Elas chegaram por volta das 10h, quando preencheram a ficha m�dica. No entanto, a jovem s� teria sido atendida �s 13h. "Ela estava em sofrimento grande, me pedindo socorro. Ela dizia 'estou com muita dor, n�o vou conseguir'. 'Eles est�o me matando, v�o matar o meu beb�'", relembra.
O parto de Arthur ocorreu na ter�a-feira (18) e, segundo Eneusa, a crian�a nasceu sem vida, roxa. "Eu pedi socorro para todos os m�dicos, mas parecia que ela n�o era ningu�m. � uma situa��o que poderia ter sido evitada, nada disso precisava ter acontecido", lamenta.
Lorrane recebeu alta do HRSam no in�cio da tarde desta sexta-feira (21/9) e n�o corre risco. O corpo do menino foi velado �s 14h30, no Cemit�rio de Santo Ant�nio do Descoberto. "Estamos muito abatidos, � um momento dif�cil para todos n�s", disse Eneusa.

Outro lado
A diretora do Hospital Regional de Samambaia, Luciana de Melo Russo, contesta a vers�o apresentada. Segundo ela, a fam�lia teria chegado � unidade �s 13h, quando Lorrane foi internada para a observa��o de indu��o ao parto, uma vez que a jovem estava gr�vida de 41 semanas. Ela passou 18h na ala, quando tomou dois comprimidos de uma medica��o intravaginal para induz�-la ao trabalho de parto.
"Quando fomos aplicar a terceira dose, come�aram as contra��es. Nesse momento, ela foi transferida para a ala onde ficam as mulheres em trabalho de parto. Ela levou nove horas no processo e, �s 17h, iniciou-se o nascimento da crian�a", afirma Luciana Russo.
Ainda de acordo com a diretoria, ocorreu um problema no processo expulsivo do beb�. "Primeiro sai a cabe�a e a pr�pria crian�a encolhe os ombros, enquanto o m�dico realiza a manobra girat�ria para o nascimento. No caso da Lorrane, n�o ocorreu isso e os ombros ficaram presos. � uma intercorr�ncia que n�o pode ser prevista", esclarece.
Segundo Luciana, uma equipe de sete profissionais teria auxiliado no parto, "pois essa intercorr�ncia precisa de manobras complexas para a expans�o do canal vaginal". "S� que, infelizmente, a crian�a morreu ao ficar presa."
Manobras de reanima��o foram realizadas no beb�, mas n�o houve resposta. "Toda a equipe ficou muito impactada com a situa��o. Fizemos o melhor que pudemos", garante a diretora do HRSam.
Lorrane recebeu atendimento psicol�gico no hospital e um encaminhamento para o acompanhamento em uma Unidade B�sica de Sa�de (UBS).