Imagens de uma c�mera de seguran�a obtida, nessa quarta-feira (5/12), pela Delegacia de Meio Ambiente de Osasco, na Grande S�o Paulo, mostram o momento em que um homem usa uma barra met�lica para agredir o c�ozinho do Carrefour.
A pessoa, identificada como um seguran�a terceirizado da loja, desfere um golpe que acerta o animal e rasga sua coxa traseira. O ferimento fez com que o c�ozinho "Manchinha", como era conhecido, ficasse sangrando. A morte do cachorro gerou uma onda de protestos contra o Carrefour.
Conforme Seme�o, a equipe do Centro de Zoonoses da prefeitura examinou o animal, mas o cremou sem fazer a coleta de material para an�lise. "Quando a equipe foi acionada, a informa��o era de que o c�o tinha sido atropelado no estacionamento e ainda n�o havia suspeita de maus tratos, por isso o cremou, como � praxe nesses casos."
A veterin�ria da Zoonoses que examinou Manchinha emitiu um laudo sobre os ferimentos, mas n�o teve como atestar se o animal foi envenenado. "Como geralmente o efeito do veneno � imediato, � mais prov�vel que a morte seja decorrente da agress�o, mas ainda tentamos obter novas imagens e vamos ouvir testemunhas que tenham presenciado o acontecido", disse. Segundo o policial, algumas testemunhas arroladas n�o compareceram � delegacia, alegando estarem com receio, diante da repercuss�o do caso.
O funcion�rio terceirizado do Carrefour que agrediu o animal j� foi identificado, mas ainda n�o dep�s. "Fomos tr�s vezes � casa dele e n�o o encontramos. Familiares disseram que ele est� muito assustado, mas deve se apresentar."
Ainda segundo o policial, o funcion�rio deve dizer se agiu por conta pr�pria ou recebeu ordens superiores. Conforme ativistas, o seguran�a teria recebido ordem de um gerente para "sumir" com o c�ozinho, pois haveria uma inspe��o na loja.
Inqu�rito
Um abaixo assinado pedindo "cadeia para quem matou o c�ozinho do Carrefour de Osasco", tinha chegado a 1,7 milh�o de assinaturas na tarde de ter�a-feira (4/12). A autora, Vera Costa, pretendia chegar a 3 milh�es de assinaturas para pressionar a Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico Estadual (MP-SP) a punirem os culpados. "A empresas deve responder por orientar funcion�rio a se livrar do animal de maneira cruel", postou.
Nesta quinta, o promotor de Justi�a Marco Ant�nio de Souza instaurou inqu�rito civil para investigar os respons�veis pelos maus tratos. "O procedimento teve in�cio ap�s o recebimento de diversas representa��es e ampla divulga��o do fato, tanto pelos ve�culos de comunica��o quanto por redes sociais", diz o MP-SP, em nota. "Para instaurar o procedimento, Souza considerou, entre outros aspectos, que segundo a lei, � dever do Estado proteger todos os animais".
A ativista Luisa Mell, que foi � delegacia e viu o v�deo com a agress�o ao cachorro, postou em rede social que uma associa��o de advogados criminalistas est� entrando com a��o de maus tratos contra o funcion�rio e danos morais coletivos contra o Carrefour. "Iremos acompanhar as investiga��es. Queremos justi�a", escreveu. Personalidades como o apresentador Luciano Huck, as atrizes Tat� Werneck e Claudia Mauro repudiaram as agress�es e exigiram respostas do Carrefour.
Na noite de ter�a-feira (5/12), um grupo de manifestantes entrou na loja de Osasco com cartazes, aos gritos de "justi�a" e "queremos puni��o". Clientes que estavam na loja aderiram ao protesto. Outra manifesta��o em frente � loja est� sendo convocada para a tarde de s�bado, 8.
Segundo o professor de direito penal Jo�o Paulo Martinelli, praticar abusos, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, dom�sticos ou domesticados, nativos ou ex�ticos � crime punido com pena de deten��o de tr�s meses a um ano, al�m de multa. Incorre nas mesmas penas quem realiza experi�ncia dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins did�ticos ou cient�ficos, quando existirem recursos alternativos. A pena � aumentada de um sexto a um ter�o, se ocorre a morte do animal, diz Martinelli.
Procurado, o Carrefour n�o havia dado retorno at� a tarde desta quarta. No dia anterior, a empresa divulgou nota reconhecendo que "um grave erro" havia acontecido na loja de Osasco e que era a maior interessada em que todos os fatos fossem esclarecidos. Informou ainda que, desde o in�cio da apura��o, o funcion�rio de empresa terceirizada foi afastado.
"Queremos informar tamb�m que estamos recebendo sugest�es de v�rias entidades e ONGs ligadas � causa que v�o nos auxiliar na constru��o de uma nova pol�tica para a prote��o e defesa dos animais", acrescentou.