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Estado de Minas

Pol�cia de Goi�s termina hoje de vasculhar os endere�os de Jo�o de Deus

Pol�cia j� fez buscas em endere�os ligados ao m�dium durante a semana, mas n�o o encontrou e pode consider�-lo foragido


postado em 15/12/2018 08:36

Os advogados de João de Deus garantiram que ele vai se entregar e estariam negociando quando, onde e em que condições. Última aparição pública dele ocorreu na quarta-feira (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/12/18)
Os advogados de Jo�o de Deus garantiram que ele vai se entregar e estariam negociando quando, onde e em que condi��es. �ltima apari��o p�blica dele ocorreu na quarta-feira (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/12/18)
A defesa de Jo�o de Deus, acusado de abusar sexualmente de mais de 300 mulheres durante tratamentos espirituais, afirmou, ontem, que entrar� com um pedido de habeas corpus contra o mandado de pris�o preventiva do m�dium, decretado pela Justi�a de Goi�s. Um dos advogados dele, Alberto Zacharias Toron, garantiu ao Correio que o cliente vai se entregar � pol�cia, mas n�o especificou quando ou em que delegacia. A defesa estaria negociando condi��es de entrega com o diretor-geral da Pol�cia Civil de Goi�s, Andr� Fernandes.

Caso Jo�o de Deus n�o se apresente, poder� ser considerado foragido da Justi�a. A decis�o fica a cargo da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico de Goi�s (MPGO), que devem se reunir hoje. Desde a �ltima quarta-feira, quando o m�dium esteve no centro esp�rita onde atuava, em Abadi�nia, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal, n�o h� mais not�cias sobre o paradeiro dele. Nem mesmo pessoas pr�ximas sabem onde ele est�. O administrador da Casa Dom In�cio de Loyola, Chico Lobo, disse que tem se reservado �s atividades burocr�ticas. “N�o tenho mais me envolvido. Antes, at� me contavam sobre onde ele estava, como estava. Mas, agora, n�o sei de mais nada”, contou.
Na noite de quinta-feira, Jo�o de Deus esteve numa ch�cara nos arredores de An�polis (GO). A pol�cia, no entanto, n�o o encontrou em nenhum dos lugares que ele costuma frequentar. Al�m da resid�ncia e do centro, em Abadi�nia, policiais fizeram buscas na ch�cara e em um apartamento, em Goi�nia.

Segundo o advogado criminalista Fernando Castelo Branco, do Instituto de Direito P�blico de S�o Paulo (IDP-SP), Jo�o de Deus j� poderia ser considerado foragido, ap�s n�o ter sido encontrado nesses locais, mas, no caso espec�fico, ele acredita ser mais prov�vel que a defesa esteja negociando com as autoridades. “�s vezes, at� por quest�o de seguran�a, o advogado conversa com a autoridade policial para combinar a melhor forma de apresenta��o da pessoa”, explicou o criminalista.

A pris�o preventiva do m�dium foi decretada pelo juiz Fernando Chacha, de Alex�nia, cidade vizinha a Abadi�nia. Ele acolheu dois pedidos de pris�o: um da Pol�cia Civil e outro do Minist�rio P�blico de Goi�s. A justificativa para a solicita��o era de que, solto, o m�dium poderia amea�ar mulheres que dizem ter sido abusadas sexualmente ou, ainda, fazer mais v�timas.

Antes da decis�o do juiz, um dos advogados de Jo�o de Deus esteve em Alex�nia para apresentar a vers�o dele e sugeriu que o l�der religioso continuasse os atendimentos com acompanhamento dos policiais. O juiz n�o aceitou.

Funcion�rios s�o suspeitos de coniv�ncia 

Desde que as primeiras den�ncias de abuso sexual contra o m�dium Jo�o de Deus vieram � tona, h� uma semana, o Minist�rio P�blico de Goi�s j� recebeu 335 depoimentos. Al�m das v�timas de 14 estados brasileiros, mulheres de seis pa�ses foram ouvidas pela for�a-tarefa ontem: de Alemanha, Austr�lia, B�lgica, Bol�via, Estados Unidos e Su��a.

Algumas delas disseram que funcion�rios do m�dium eram coniventes com os abusos sexuais cometidos durante as sess�es. Segundo as promotoras respons�veis pelo caso, as v�timas apontaram quatro funcion�rios, cujos nomes se repetem nos depoimentos. O fato ser� apurado.

De acordo com as investigações, vítimas apontaram a cumplicidade de quatro funcionários do centro nos crimes (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/12/18 )
De acordo com as investiga��es, v�timas apontaram a cumplicidade de quatro funcion�rios do centro nos crimes (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/12/18 )

O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MP, Luciano Miranda Meireles, se disse impressionado com o relato das v�timas, sobretudo pelas semelhan�as e riqueza de detalhes. Ele acredita que, quando as den�ncias forem formalizadas, o caso tem potencial para superar o do ex-m�dico Roger Abdelmassih.

O MPGO tem uma sala de videoconfer�ncia para atender mulheres que n�o moram em Goi�s ou que n�o podem se deslocar at� o estado. Participam da chamada os cinco promotores que integram a for�a-tarefa, duas psic�logas e dois tradutores de l�nguas estrangeiras. O procurador-geral do �rg�o, Benedito Torres, explicou que o acompanhamento de den�ncias estrangeiras � feito dessa forma.

Torres encaminhou, na ter�a-feira, um of�cio-circular aos procuradores-gerais de Justi�a dos MPs estaduais e do Distrito Federal e pediu que fossem designadas unidades de atendimento para coleta de depoimentos de poss�veis v�timas do m�dium. O e-mail para recebimento de relatos, [email protected], foi criado no �ltimo domingo.

Pelas contas da Promotoria, se comprovadas as den�ncias, Jo�o de Deus pode ter uma senten�a superior a 150 anos de pris�o. Os relatos indicam tr�s crimes: estupro, estupro de vulner�vel e viola��o sexual mediante fraude.

Al�m do MP, a Pol�cia Civil recebe relatos. Somente em Abadi�nia, tr�s inqu�ritos foram abertos nos �ltimos dias. Antes de as v�timas virem a p�blico denunciar o m�dium, a corpora��o informou pelo menos tr�s casos abertos: um de 2016 e dois deste ano. Alguns foram arquivados por falta de provas. A recomenda��o � de que, agora, sejam reabertos. 

Den�ncias em s�rie

Na madrugada de s�bado, o Jornal da Globo e o programa Conversa com Bial, ambos da TV Globo, trouxeram � tona as primeiras den�ncias de abuso sexual contra Jo�o Teixeira de Farias, conhecido como Jo�o de Deus. Nos 10 depoimentos exibidos, mulheres disseram que o m�dium abusou delas durante os atendimentos espirituais que oferecia em Abadi�nia, no interior de Goi�s. Em nota, ele negou as acusa��es.

O Minist�rio P�blico de Goi�s e a Pol�cia Civil afirmaram, na segunda-feira, que j� apuram, h� meses, as den�ncias de abuso sexual. Segundo o MP, elas foram encaminhadas � Pol�cia Civil do Estado de Goi�s no primeiro semestre de 2018. O delegado-geral da Pol�cia Civil, Andr� Fernandes de Almeida, disse que a Delegacia Estadual de Investiga��es Criminais (Deic) abriu investiga��es em outubro.

O MP tamb�m declarou ter registros de casos de ass�dio desde 2010. J� o programa de Pedro Bial apresentou acusa��es desde os anos 1980. Em apenas um dia, uma for�a-tarefa montada pelo �rg�o reuniu 40 den�ncias. At� quinta-feira, 330 mulheres denunciaram abusos sexuais junto ao �rg�o.

Na quarta-feira, a Promotoria de Justi�a de Goi�s pediu a pris�o preventiva de Jo�o de Deus. O advogado do m�dium, Alberto Zacharias Toron, pediu que a pris�o n�o fosse concedida. Segundo ele, seu cliente estaria disposto a fazer atendimentos espirituais escoltado por policiais. No entanto, ontem, a Justi�a decretou a pris�o preventiva do l�der religioso.

*Estagi�rio sob a supervis�o de Cida Barbosa


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