O Minist�rio P�blico de Goi�s (MPGO) protocolou, nesta sexta-feira (28/12), a primeira den�ncia contra o m�dium Jo�o de Deus, 76 anos, acusado de viol�ncia sexual por centenas de mulheres. No documento, os promotores da for�a-tarefa o acusam de viola��o sexual mediante fraude e estupro de vulner�vel. Foram inclu�dos os depoimentos de 19 mulheres que relataram ter sofrido abuso sexual durante ou depois de consultas com o l�der religioso.
Segundo os promotores, os ataques teriam ocorrido dentro e fora do centro de atendimento que ele mant�m em Abadi�nia (GO), distante 120km de Bras�lia. A primeira den�ncia se limita a alguns casos cujas investiga��es foram conclu�das esta semana. Oito inqu�ritos ainda est�o em andamento na Pol�cia Civil de Goi�s. Um representante do F�rum de Abadi�nia foi � sede do Minist�rio P�blico em Goi�nia para buscar a den�ncia. A defesa do religioso disse n�o ter sido notificada da den�ncia.
Os promotores denunciaram quatro casos que teriam ocorrido entre abril e outubro deste ano. Outros 10 casos, registrados entre 1975 e 2018 prescrevera. Cinco casos ainda precisam de mais dilig�ncias e investiga��es para serem conclu�dos. "Muitas mulheres conseguiram provar que estiveram na Casa Dom In�cio de Loyola (onde os atendimentos aconteciam) e h� atestados psicol�gicos. H� uma infinidade de elementos que mostram que a negativa do investigado n�o � veross�mil. � emocionante ouvir os relatos, a quebra do sil�ncio. Ouvir os relatos � despetador. Cada vez que elas falam, tiram um peso das costas", destacou a promotora Gabriela Clementino, ao comentar a den�ncia.
Os promotores denunciaram quatro casos que teriam ocorrido entre abril e outubro deste ano. Outros 10 casos, registrados entre 1975 e 2018 prescrevera. Cinco casos ainda precisam de mais dilig�ncias e investiga��es para serem conclu�dos. "Muitas mulheres conseguiram provar que estiveram na Casa Dom In�cio de Loyola (onde os atendimentos aconteciam) e h� atestados psicol�gicos. H� uma infinidade de elementos que mostram que a negativa do investigado n�o � veross�mil. � emocionante ouvir os relatos, a quebra do sil�ncio. Ouvir os relatos � despetador. Cada vez que elas falam, tiram um peso das costas", destacou a promotora Gabriela Clementino, ao comentar a den�ncia.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justi�a de Goi�s (TJGO) informou que a den�ncia foi protocolada e "est� em mesa para an�lise, mas, diante do volume de documentos que ser� analisado, � preciso aguardar" at� que possam ser divulgadas mais informa��es. O �rg�o n�o repassou detalhes por o caso tramitar em segredo de Justi�a.
Bloqueio de R$ 50 milh�es
O Tribunal de Justi�a de Goi�s (TJGO) determinou, na quinta-feira (27/12), o bloqueio de R$ 50 milh�es do religioso. O montante ser� usado para indeniza��o das v�timas caso Jo�o de Deus seja condenado pelos crimes. Ele nega todas as acusa��es. Em depoimento, o m�dium chegou a dizer que n�o se lembrava de nenhuma das mulheres que o acusam e que tem disfun��o er�til. At� o momento, 600 contatos chegaram ao Minist�rio P�blico de Goi�s, e 260 foram identificadas como v�timas. Destas, 79 j� prestaram depoimentos.
Tamb�m na quinta-feira, a coordena��o do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justi�a Criminais do Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro ouviu uma mulher que acusa o m�dium de crime sexual. Outras quatro mulheres j� prestaram depoimento no Rio de Janeiro e uma no munic�pio de Angra dos Reis, na costa fluminense. As idades das mulheres variam entre 20 e 60 anos. Os casos teriam acontecido entre 2008 e o ano passado.
Reviravolta na Justi�a
O juiz substituto Wilson Safatle Faiad, do Tribunal de Justi�a de Goi�s, concedeu habeas corpus para suspender uma das pris�es preventivas contra o m�dium. A decis�o afeta apenas a acusa��o de posse ilegal de arma e, por essa raz�o, o l�der espiritual continuar� preso no Complexo Penitenci�rio de Aparecida de Goi�nia, j� que ele tem outro mandado de pris�o por abuso sexual.
Faiad foi contra a recomenda��o da procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, que defende que h� risco de fuga e inten��o do m�dium de dificultar as investiga��es. Ela destaca que o Superior Tribunal de Justi�a ainda n�o analisou o habeas corpus apresentado pela defesa do religioso. Neste caso, a soltura ou n�o de Jo�o de Deus cabe ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, respons�vel pelas decis�es durante o recesso do Judici�rio.
Faiad substituiu a pris�o por medidas cautelares, incluindo uso de monitoramento eletr�nico, recolhimento de passaporte, comparecimento quinzenal � Justi�a, recolhimento noturno e proibi��o de deixar a cidade em que reside. O l�der espiritual tamb�m dever� arcar com fian�a de R$ 1 milh�o.