'� um quadro de horror', diz promotora que denunciou Jo�o de Deus

Respons�vel pela primeira den�ncia por crimes sexuais oferecida � Justi�a contra o m�dium Jo�o Teixeira de Faria, o Jo�o de Deus, a promotora Gabriela de Queiroz Clementino afirmou nesta sexta-feira, 28, que os casos reunidos pelo Minist�rio P�blico formariam um "quadro de horror". Segundo ela, Jo�o de Deus tamb�m pode ser alvo de novas den�ncias, com base em crimes que ainda est�o sob investiga��o.

"O Minist�rio P�blico entende que h� uma conex�o probat�ria entre os casos e por isso ofereceu uma �nica den�ncia", disse Gabriela, em coletiva de imprensa ap�s a formaliza��o da den�ncia. Os depoimentos corroboram o relato de cada crime e n�o tem como dissociar e estabelecer as testemunhas espec�ficas para cada imputa��o feita. Elas formam um conjunto. � um quadro s�, um quadro de horror que foi desenhado com v�rias etapas em uma s� pincelada."

Jo�o de Deus, est� preso desde 16 de dezembro no N�cleo de Cust�dia do Complexo Prisional de Aparecida de Goi�nia, a cerca de 105 quil�metros de Abadi�nia, cidade onde ele realizava atendimentos espirituais na Casa Dom In�cio de Loyola. Como h� investigado preso, a lei exige que a den�ncia seja feita em at� 15 dias. Esse seria o motivo pelo qual, segundo a promotora, foi oferecida esta den�ncia reunindo apenas quatro crimes.

"Existem outros relatos at� mais fortes do que os contidos nessa den�ncia que vir�o em outras pe�as acusat�rias sequenciais", afirmou. Segundo a promotora, o MP e a pol�cia j� colheram, somados, mais de cem depoimentos. Nas pr�ximas etapas, ser�o ouvidas mais v�timas e testemunhas para embasar outras poss�veis den�ncias.

A �ntegra da den�ncia n�o foi disponibilizada uma vez que o processo corre sob sigilo, raz�o pela qual os nomes das quatro v�timas e das testemunhas n�o foram informados. Segundo a promotora, os crimes s�o de viola��o sexual mediante fraude e de estupro de vulner�vel, com penas entre 2 anos e 6 anos de pris�o. Em caso de condena��o, as penas de cada crime s�o somadas.

Segundo a promotora, o oferecimento da den�ncia refor�a a necessidade de pris�o de Jo�o de Deus. O m�dium tenta obter uma decis�o de soltura no Supremo Tribunal Federal em um habeas corpus que poder� ser analisado, no recesso judici�rio, pelo presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli.

"Um dos crit�rios para a ordem de pris�o � que haja ind�cios de autoria e materialidade. Isso foi visualizado pelo juiz no nascedouro. Hoje com a conclus�o da avalia��o e a conclus�o do MP que existe justa causa para oferecer den�ncia, a gente visualiza com ainda mais seguran�a na afirma��o da presen�a desses requisitos", disse Gabriela.