Familiares de Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, uma das oito v�timas do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), contaram, nesta quinta-feira (14/3), que o adolescente foi um dos her�is da trag�dia, tendo sacrificado a vida para salvar a namorada.
Segundo parentes presentes no vel�rio do jovem disseram ao site G1, Douglas havia conseguido fugir da escola quando o ataque come�ou, mas retornou ao perceber que a namorada, de 16 anos, n�o havia sa�do do col�gio.
A adolescente ficou ferida, mas sobreviveu. De acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Sa�de de S�o Paulo, ela estava na UTI e seu quadro era est�vel no momento da �ltima atualiza��o desta mat�ria.
Ang�stia e dor
Foram quatro horas de ang�stia e informa��es desencontradas at� que a fam�lia de Douglas recebesse a not�cia que n�o queria: o aluno do 3.º ano do ensino m�dio da Escola Raul Brasil era uma das v�timas do massacre.Douglas foi baleado na cabe�a e socorrido ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, mas no momento do resgate estava pr�ximo ao RG de outro aluno e foi identificado como Jos� Victor.
Mais ou menos no mesmo hor�rio, por volta das 10 horas, um tio de Douglas, professor em outra escola de Suzano, come�ava a ser informado pelos alunos de um ataque no col�gio pr�ximo. "N�o conseguia mais dar aula porque os alunos come�aram a receber mensagens, fotos e v�deos", diz Robson Chaves, de 42 anos. "Quando deu 11 horas, minha esposa ligou falando que estava com a m�e do Douglas e ele n�o atendia o celular."
A� come�ou a via-cr�cis da fam�lia. Primeiro seguiram ao col�gio e foram informados que o aluno tinha sido levado ao hospital de Mogi. Chegando l�, como o jovem havia sido identificado como Jos� Victor, a fam�lia retornou a Suzano sem uma pista de onde o garoto estava.
Ap�s muitas informa��es desencontradas, a fam�lia tentou novamente contatar o jovem pelo celular. "S� que dessa vez foi uma funcion�ria do hospital que atendeu o telefone e pediu que a gente fosse para l�."
Segundo os tios do adolescente, Douglas, embora tivesse muitos amigos na escola, havia pedido � fam�lia para trocar de col�gio. "Estava tendo muitos casos de indisciplina, bagun�a, e ele era mais tranquilo, um menino muito d�cil", diz o tio.
Evang�lico, Douglas, al�m da escola regular, fazia aulas de inform�tica e de futebol. Ao terminar o ensino m�dio, no fim deste ano, pretendia tentar Computa��o em uma universidade. F� de videogames, costumava ir � casa do amigo Gustavo, de 16 anos, para jogar. O colega escapou por pouco.