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Estado de Minas

Massacre em Suzano refor�a debate sobre o porte de armas

No Congresso, parte dos parlamentares defende flexibiliza��o das normas, para evitar novos casos em escolas. Outros acreditam que armar sociedade n�o � solu��o para a criminalidade


postado em 15/03/2019 06:00 / atualizado em 15/03/2019 08:44

Senador Carlos Viana, deputado federal Capitão Augusto e o presidente da Câmara: não há consenso sobre o porte de armas(foto: Roque de Sá/Agência Senado - Cleia Viana/Câmara dos Deputados - Najara Araujo/Câmara dos Deputados )
Senador Carlos Viana, deputado federal Capit�o Augusto e o presidente da C�mara: n�o h� consenso sobre o porte de armas (foto: Roque de S�/Ag�ncia Senado - Cleia Viana/C�mara dos Deputados - Najara Araujo/C�mara dos Deputados )

O assassinato de cinco estudantes e duas funcion�rias por dois ex-alunos na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), d� mais for�a no Congresso Nacional �s discuss�es sobre a libera��o do porte de armas de fogo no pa�s. Enquanto alguns parlamentares criticaram a valoriza��o de uma “cultura da arma” defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), outros apontaram que a libera��o do porte evitaria trag�dias como a que aconteceu no interior paulista. Contr�rios � flexibiliza��o do porte de armas, os tr�s senadores mineiros t�m an�lises diferentes sobre como a trag�dia vai influenciar as discuss�es sobre o tema no Parlamento.

Em janeiro, quando Bolsonaro assinou o decreto que facilitou a posse (direito de ter armas em casa) de armas de fogo no Brasil, muitos parlamentares da Bancada da Bala cobraram mudan�as tamb�m na legisla��o que trata do porte de armas (direito de andar pelas ruas municiado de arma de fogo). O presidente se disse favor�vel � flexibiliza��o do porte, mas que o tema seria discutido posteriormente com os deputados e senadores. Dessa forma, o decreto n�o tratou dessa quest�o.

''O que se debate aqui � o direito da pessoa se armar para defender a si mesma e a fam�lia, o que � bem diferente da trag�dia em S�o Paulo''

Carlos Viana (PSD-MG), senador



Ontem, os senadores Antonio Anastasia (PSDB), Carlos Viana (PSD) e Rodrigo Pacheco (DEM) se disseram contr�rios � flexibiliza��o das normas e avaliaram os impactos que os assassinatos na escola de Suzano podem ter nas discuss�es sobre o tema. “N�o sou a favor da flexibiliza��o do porte de armas. Penso que carregar uma arma tem que ser por meio de uma licen�a a uma pessoa muito preparada e em casos excepcionais”, disse Viana.

O senador avaliou que os debates em andamento no Congresso se voltam para os direitos de os cidad�os se defenderem em casos de viol�ncia. “N�o acredito que a trag�dia de Suzano vai influenciar diretamente o debate sobre a quest�o das armas. O que se debate aqui entre os representantes � a arma para a leg�tima defesa, o direito de a pessoa acessar um armamento para defender a si mesma e a fam�lia, o que � bem diferente da trag�dia que aconteceu em S�o Paulo”, explicou.

''Se houvesse um servidor ou professor preparado e armado, essa trag�dia poderia ser evitada''

Capit�o Augusto (PR-SP), deputado federal



Tamb�m contra a facilita��o do porte de armas, Rodrigo Pacheco ressaltou que os assassinatos no interior paulista apontaram v�rios problemas da sociedade brasileira. “Essa trag�dia � reveladora de v�rias defici�ncias no campo dos valores, da fam�lia, da educa��o, do comportamento de jovens, por vezes influenciados negativamente pela internet. N�o � s� seguran�a p�blica. Mas n�o podemos negar que o acesso mais f�cil a armas, num pa�s com d�ficits como o nosso, � uma irresponsabilidade sem tamanho”, afirmou Pacheco.

Para Anastasia, a legisla��o atual sobre o porte de armas deve ser mantida e o epis�dio tr�gico de Suzano deve influenciar os debates em andamento no Congresso. “Esse certamente foi um caso que impactou todo o Brasil e os pr�prios parlamentares e que deve gerar alguma repercuss�o nas poss�veis discuss�es acerca do tema”, avaliou o tucano.

''Espero que alguns n�o defendam que, se os professores estivessem armados, teriam resolvido o problema. Pelo amor de Deus''

RodrigoMaia (DEM-RJ), presidente da C�mara



Diferentemente da bancada mineira, o senador Major Ol�mpio (PSL-SP) defendeu que a libera��o do porte seria uma sa�da para evitar casos como o de Suzano. “Se tivesse um cidad�o com uma arma regular dentro da escola, professor, servente, policial aposentado, ele poderia ter minimizado o tamanho da trag�dia”, disse Ol�mpio.

Polariza��o na C�mara

Na C�mara dos Deputados, a quest�o das armas voltou a dividir bancadas de oposi��o e de apoio ao governo Bolsonaro. A deputada Maria do Ros�rio (PT-RS) lamentou que alguns parlamentares defendam que professores devem estar armados em sala de aula e citou a recorr�ncia de casos de assassinatos em escolas nos Estados Unidos como exemplo a n�o ser seguido pelo Brasil.

“Por l� eles buscam enfrentar o fato de que existe um ataque armado por dia. � esse modelo que n�s queremos? O modelo que cultua as armas de fogo e as mortes? As crian�as de Suzano, assim como as de Realengo, mereciam mais de n�s”, disse a parlamentar, se referindo a outro caso de atirador que matou alunos em uma escola no Rio de Janeiro, em 2011. “Armas devem ser somente para autoridades p�blicas treinadas para us�-las”, afirmou a petista.

Presidente da comiss�o de Seguran�a P�blica e coordenador da Bancada da Bala, o deputado Capit�o Augusto (PR-SP) afirmou que o caso n�o enfraquecer� as cobran�as por mais flexibilidade nas regras que tratam do porte de armas de fogo. “O clamor p�blico permanece, que � o combate � viol�ncia. Esse caso pode ser usado favoravelmente � nossa inten��o. Se houvesse um servidor ou professor preparado e armado, essa trag�dia poderia ser evitada”, disse o parlamentar. Segundo ele, os dois atiradores “jamais teriam passado na avalia��o psicot�cnica exigida para ter a posse ou porte de armas de fogo”.

O deputado mineiro Cabo J�nio Amaral (PSL) considerou que o momento � de respeito ao luto dos familiares das v�timas, mas lembrou o caso de um assaltante que foi morto na porta de uma escola tamb�m em Suzano, em S�o Paulo, por uma policial m�e de um dos estudantes. “Naquele caso, gra�as a uma pessoa armada no local s� morreu quem tinha que morrer, que era o bandido. Existem as armas legais e as ilegais. O Estado, tendo uma maneira de fornecer as armas, ser� mais f�cil o controle”, disse Amaral.

Horas depois dos assassinatos em Suzano, o presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou parlamentares da Bancada da Bala que defenderam a flexibiliza��o do porte de armas para evitar trag�dias em escolas. “Espero que alguns n�o defendam que, se os professores estivessem armados, teriam resolvido o problema. Pelo amor de Deus. Espero que as pessoas pensem um pouquinho nas v�timas dessa trag�dia e depois compreendam que o monop�lio da seguran�a p�blico � do Estado. N�o � responsabilidade do cidad�o”, disse Maia.

 


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