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Estado de Minas GERAL

Al�m de m�sico morto ap�s 80 disparos, Ex�rcito atirou em jovem pelas costas

Especialistas em seguran�a p�blica e direitos humanos questionam a atua��o dos militares


postado em 08/04/2019 17:21 / atualizado em 08/04/2019 18:23

(foto: Reprodução/Facebook )
(foto: Reprodu��o/Facebook )

O m�sico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, n�o foi a �nica v�tima fatal da a��o de militares neste fim de semana. Na madrugada de sexta-feira, Christian Felipe Santana de Almeida Alves, de 19 anos, foi morto pelas costas, durante uma blitz do Ex�rcito na Estrada Pedro de Alc�ntara, em Realengo, na zona oeste. Especialistas em seguran�a p�blica e direitos humanos questionam a atua��o dos militares.

"N�o foi o primeiro incidente", disse a deputada estadual Renata Souza (PSOL), presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. "Na semana passada, um jovem foi assassinado pelas costas. Precisamos saber se j� estamos vivendo a pol�tica do abate."

A deputada est� entrando com uma representa��o junto ao Minist�rio P�blico Federal, pedindo a investiga��o dos dois casos.

Santana estava na garupa da moto de um amigo de 17 anos. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), os jovens n�o obedeceram � ordem de parada na blitz que teria sido dada pelos militares e furaram o bloqueio, sendo alvejados. A fam�lia do jovem contestou a vers�o.

Na tarde de domingo, o carro dirigido por Evaldo Rosa dos Santos foi atingido por mais de 80 disparos, em uma a��o de militares que supostamente teriam confundido o carro dele com o de criminosos que agiam na regi�o. O sogro de Evaldo, que estava no banco do carona, ficou ferido.

"A gente precisa entender se s�o dois fatos isolados ou se essas a��es j� est�o refletindo uma mudan�a de atitude no comportamento de soldados e policiais na ponta, que j� estariam respondendo com o uso de muita viol�ncia mesmo em situa��o de d�vida", afirmou a cientista social Silva Ramos Amorim, do n�cleo de viol�ncia da Universidade C�ndido Mendes, que coordenou o Observat�rio da Interven��o. "A ideia de que atira primeiro e pergunta depois, da lei do abate, de que se for bandido � leg�timo matar j� estaria tendo reflexos nos homens que est�o nas ruas?"

As especialistas se referem � pol�tica de seguran�a p�blica defendida pelo governador Wilson Witzel, que defendeu em diversas ocasi�es a lei do abate. O governo estadual n�o quis comentar as an�lises e limitou-se a dizer que "tem certeza" de que o caso est� sendo apurado com rigor pelo Ex�rcito.

"� cedo ainda para dizer que h� uma correla��o direta, mas o epis�dio deve ser visto com preocupa��o; acendeu a luz amarela sobre os excesso no uso da for�a", disse S�lvia Amorim. "Eu sei que os dois epis�dios t�m din�micas muito diferentes, mas h� protocolo para tudo."

Pesquisador e ouvidor da Defensoria P�blica, Pedro Strozemberg tamb�m questionou a a��o militar de domingo.

"� de um despreparo absoluto", afirmou. "� claro que haver� ainda investiga��o e ela � fundamental, mas 80 tiros de fuzil em uma viatura sem confirma��o plena de que se tratava de uma amea�a extrema aos agentes p�blicos � um absurdo."

Outra quest�o questionada pelos especialistas � o fato de a investiga��o do caso estar a cargo da Justi�a Militar, sob supervis�o do Minist�rio P�blico Militar.

"Acho muito grave", resumiu S�lvia Ramos Amorim, que coordenou o Observat�rio da Interven��o durante a a��o de militares no Rio, no ano passado. "A Justi�a Militar j� deu provas, no passado, de que � extremamente corporativa, parcial e injusta. Tivemos dois casos em 2018, no Salgueiro e na Chatuba, durante a interven��o, em que houve evid�ncias claras de excesso de uso da for�a, mortes e invas�es de casas e nada foi feito."

Em 13 de outubro de 2017, o ent�o presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.491, que amplia as possibilidades de militares acusados de crimes cometidos no exerc�cio da fun��o passarem a ser julgados pela Justi�a Militar, mesmo em caso de as v�timas serem civis.


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