(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Conhe�a o 'artes�o das balas' que decora os quart�is do Brasil

Rodrigo Camacho � admirador fervoroso da pol�cia, dos militares e do presidente Jair Bolsonaro e cria quadros e esculturas com pe�as descartadas


postado em 28/06/2019 09:06 / atualizado em 28/06/2019 09:33

(foto: Mauro Pimentel / AFP)
(foto: Mauro Pimentel / AFP)

"Eu n�o entendo muito de armas, entendo de arte", afirma Rodrigo Camacho, empunhando uma r�plica de uma metralhadora AK-47 confeccionada por ele com cartuchos de balas em seu est�dio-garagem no Rio de Janeiro.


Admirador fervoroso da pol�cia, dos militares e do presidente Jair Bolsonaro, ele cria quadros e esculturas com pe�as descartadas em treinamento da pol�cia e de clubes de tiro, dois ambientes enaltecidos desde que o capit�o de extrema direitista chegou ao poder.


"Quero mostrar para a popula��o que cada pontinho desses aqui j� passou pela m�o de um policial, de um soldado, de um major, um sargento, de pessoas que treinam para poder defender voc�s", explica Camacho, 40 anos, � AFP.


Em seu 'ateli�' - uma garagem bem iluminada e ventilada em sua casa de dois andares - armazena em caixas de madeira sua mat�ria-prima: milhares de cartuchos, espoletas e proj�teis usados.


Com cola, destreza pr�pria de um ex-estudante de arquitetura e muitas horas de trabalho, transforma-os em ef�gies para ser vistas � dist�ncia.


"Tem pessoas que comparam meu trabalho com arte de trincheira [pe�as esculpidas por soldados com restos de muni��es], mas eu me considero apenas um artista brasileiro" que "acredita no pa�s", declara. Uma convic��o que carrega literalmente na pele, com a partitura do hino nacional tatuada no antebra�o.

(foto: Mauro Pimentel / AFP)
(foto: Mauro Pimentel / AFP)
 


Entre suas obras h� retratos de pol�ticos - dois de Bolsonaro -, s�mbolos de unidades policiais, militares ou r�plicas de uma AK-47 e do trono de ferro da s�rie 'Game of Thrones' feitas com balas, utilizados para promover seu trabalho durante uma feira internacional de armas no Rio de Janeiro.


"Trabalho com coisas e pessoas pol�micas", admite.


Um artista da era Bolsonaro


Camacho vive com sua esposa, m�dica, e um labrador preto, Prince.


Faz artesanato com balas h� apenas um ano e meio, inspirado em uma visita ao comando do Batalh�o de Opera��es Especiais (BOPE) da Pol�cia Militar do Rio de Janeiro. At� ent�o, fabricava pe�as de carpintaria e decora��o r�stica por encomenda.


"Um amigo que � subcomandante do BOPE me convidou � sede para fazer um banco de pallets. (...) Olhei os cartuchos no ch�o e tive a ideia de fazer o caveir�o do BOPE" com eles, conta.


A imagem foi usada para comemorar os 40 anos do batalh�o e lan�ou uma carreira que at� agora n�o se tornou muito rent�vel, mas que lhe deu visibilidade nacional, sobretudo depois de presentear Bolsonaro com um dos retratos que fez dele.


Camacho, orgulhoso, exibe no celular um v�deo do momento em que lhe entrega a pe�a - o rosto s�rio de Bolsonaro em primeiro plano, em tons de dourado e preto, dentro de uma estrutura com o formato do mapa do Brasil.


"Na primeira vez que o vi, olhei nos olhos dele e senti convic��o no que o cara fala. Acho que ele vai mudar o pa�s, se Deus quiser, n�o agora, porque � imposs�vel, mas sim daqui a tr�s anos", afirma Camacho.

(foto: Mauro Pimentel / AFP)
(foto: Mauro Pimentel / AFP)


Desde que assumiu o cargo, Bolsonaro flexibilizou por decreto a posse e o porte de armas, invocando o direito � leg�tima defesa. No entanto, essas medidas foram revogadas nesta semana.


Camacho tamb�m admira o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que chegou a preconizar o recurso a francoatiradores para lutar contra a criminalidade nas favelas.


"O Rio precisa de um bra�o forte", defende o artes�o, que tampouco hesitou em homenagear um governador da oposi��o, Camilo Santana (PT), para elogiar seu respaldo � pol�cia do Cear�.


Desde que retratou Bolsonaro e Witzel, n�o parou de receber encomendas, principalmente de unidades policiais e militares que buscam decorar suas unidades com pe�as que exaltem seu trabalho.


Mas como a maior parte de sua obra acaba sendo volunt�ria - em muitos casos apenas em troca dos materiais -, busca patroc�nios, p�blicos ou privados.


Sua pe�a favorita, confeccionada para um semin�rio sobre policiais mortos e feridos no Rio de Janeiro, mostra a silhueta de um agente sustentado por muletas, que executa uma sauda��o militar diante do t�mulo de seus colegas falecidos.


"Eles s�o os verdadeiros her�is", diz Camacho emocionado.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)