
A reconstru��o do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte da cidade, entrou neste s�bado (31) em uma nova fase. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinou junto � Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco), ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) e � Funda��o Vale, um procolo de inten��es para estabelecer um novo modelo de governan�a para o projeto Museu Nacional Vive, de reconstru��o do espa�o cultural, que antes do inc�ndio no dia 2 de setembro de 2018, era um dos maiores museus de hist�ria natural e antropologia das Am�ricas.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, disse que o novo modelo vai permitir um ambiente adequado de conformidade para atra��o de investimentos privados. “Certamente quando voc� traz transpar�ncia, consegue melhorar este processo. N�s teremos tamb�m mais agilidade. A sociedade quer o seu Museu Nacional de volta, as crian�as querem o museu de volta. Cabe a n�s fazer isso acontecer”, contou.
O coordenador-geral de Planejamento e Or�amento das Institui��es Federais de Ensino do Minist�rio da Educa��o, Weber Gomes de Sousa, disse que, para o MEC, a reconstru��o do Museu � uma a��o priorit�ria do estado brasileiro. “Esta institui��o que est� representada nesse pal�cio ao nosso lado conta a hist�ria da nossa humanidade. A rea��o da comunidade interna ap�s a tr�gica ocorr�ncia mostra a import�ncia que o Museu tem para o mundo, n�o s� para o Brasil. O MEC enxerga como prioridade e tem atuado de forma altiva apoiando o Museu”, informou, acrescentando, que o MEC j� repassou do seu pr�prio or�amento mais de R$ 16 milh�es para o in�cio da recupera��o do Museu, como estabiliza��o do pr�dio e a constru��o da cobertura.
Assinatura
A assinatura ocorreu em uma cerim�nia dentro do que sobrou do Pal�cio S�o Crist�v�o, sede do Museu Nacional, onde j� foram realizadas obras de escoramento do pr�dio e de cobertura para garantir a qualidade do acervo que ficou em meio aos escombros. A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, disse que a expectativa � de que entre o fim desse ano e o in�cio do pr�ximo comecem as obras da fachada do pr�dio e do telhado. Para 2022, ano do bicenten�rio da Independ�ncia, ela planeja a inaugura��o, de pelo menos, uma ala do novo Museu.
Recursos
Conforme o protocolo, a Funda��o Vale vai liberar R$ 50 milh�es para emprego no novo modelo de governan�a para a reconstru��o do museu. “O modelo de governan�a, sustentabilidade, velocidade para uma obra que � muito importante. Senhores, n�s n�o podemos perder tempo. A sociedade nos cobra hoje transpar�ncia, velocidade e entrega”, observou o diretor executivo de Rela��es Institucionais da Vale e presidente do Conselho de Curadores da Funda��o Vale, Luiz Eduardo Os�rio.

O Museu conta ainda com R$ 21 milh�es referentes a um projeto com o BNDES para a reforma do espa�o cultural. Negociado antes do inc�ndio, ele teve o escopo alterado para permitir que os recursos sejam aplicados na reconstru��o. O superintendente de Gest�o P�blica e Socioambiental do BNDES, J�lio Costa Leite, que representou o banco na cerim�nia, disse que o valor de R$ 21 milh�es foi mantido. “N�o adianta a gente s� reformar e construir, mas tem que pensar na sustentabilidade dos museus, como dialogam com a sociedade e o banco est� desenvolvendo muitas coisas em rela��o a isso”, revelou.
Os recursos do BNDES, de acordo com a reitora da UFRJ, foram liberados para a Associa��o dos Museus. “Assim que o projeto executivo da fachada ficar pronto vamos licitar as obras usando uma parte dos recursos de emendas de bancada e uma parte do BNDES”, disse.
Bancada
Parlamentares da bancada federal do Rio de Janeiro estiveram presentes � cerim�nia. Dois dias ap�s o inc�ndio do Museu, em 2 de setembro de 2018, os deputados se comprometeram em destinar emendas impositivas no valor de R$ 55 milh�es, referentes ao estado do ano passado com libera��o prevista em 2019.

O coordenador da bancada fluminense em Bras�lia, deputado Hugo Leal (PSD/RJ), que falou em nome dos seus colegas, disse que a decis�o foi tomada, apesar das outras responsabilidades que a bancada tinha para a aplica��o dos recursos, como a �rea de sa�de. Mas diante da falta de recursos para cumprir o or�amento da Uni�o, houve um contingenciamento linear de 21,65% no valor das emendas. Hugo Leal garantiu que ainda assim, a bancada permanece com o compromisso de apoiar a recupera��o do Museu. “Cada um de n�s � respons�vel por essa reconstru��o tamb�m. A bancada do Rio de Janeiro n�o vai ceder em hip�tese nenhuma e nem abrir m�o de um espa�o que seja para poder recompor a hist�ria do Brasil e parte da hist�ria da humanidade”, disse.

A coordenadora de Cultura da Unesco, Isabel de Paula, destacou a import�ncia do novo modelo de governan�a do Museu, que, segundo ela, � um patrim�nio hist�rico e cient�fico comprovado pela comunidade internacional. “Mais do que olhar para tr�s, agora � hora de olhar com muito entusiasmo para frente, porque temos aqui uma grande uni�o de esfor�os”, pontuou. O document�rio Resgates, produzido pela Coordenadoria de Comunica��o Social da UFRJ, e exibido em primeira m�o na cerim�nia emocinou os presentes. O trabalho mostra depoimentos de t�cnicos que atuaram nas obras emergenciais do Museu Nacional.
O document�rio est� dispon�vel a partir do dia 19 de setembro, no link youtube.com/webtvufrj.
Do lado de fora do Museu, no p�tio em frente, os visitantes da Quinta da Boa Vista podem, neste fim de semana, aproveitar o Festival Museu Nacional Vive. O p�blico vai poder se divertir com oficinas, mostras e exposi��es abertas com entrada franca.