Mulher de Marin�sio: ''Estou sem saber como ser� daqui para a frente''

Uma semana ap�s Marin�sio dos Santos Olinto, 41 anos, confessar o assassinato de Genir Pereira, 47, e Let�cia Curado, 26, a fam�lia dele contou que vive com medo. Mulher e filha mudaram-se de endere�o e se esconderam ap�s receberem amea�as. A garota tamb�m deixou de ir � escola. "N�s estamos sem sair, ficamos escondidas. Desde que tudo aconteceu, amea�aram atear fogo � casa onde mor�vamos e tentaram arrebentar o port�o", contou a mulher, casada com Marin�sio h� 19 anos. Confira a seguir a entrevista concedida por ela ao Correio.

Como est� a vida da fam�lia desde a divulga��o dos casos contra Marin�sio dos Santos Olinto?

Est� muito dif�cil. Estamos surpresas at� agora. Para mim, ele era a mesma pessoa at� hoje, desde que eu o conheci no Parano�, em 2002. Marin�sio nunca me espancou, nunca bateu na filha dele, nunca levantou a m�o para a gente. Era um bom pai, um bom marido. Todo mundo que o conhecia diz que a ficha ainda n�o caiu. Eu n�o vou falar que ele era ruim para mim s� porque fez isso, porque n�o era.

A senhora e a filha encontraram com Marin�sio desde a pris�o? Como foi esse momento?

N�s o vimos duas vezes, quando ele ainda estava na delegacia de Planaltina (31ª DP). Eu perguntei o que ele tinha feito, e ele disse que n�o era ele. Pediu desculpas, perd�o. A minha filha chorou, perguntou o que ele tinha feito com ela, mas ela sempre fala que n�o vai abandonar o pai. Eu n�o sei como vai ficar. S� com os dias passando � que a gente vai ver o que vai acontecer.

Como era o comportamento de Marin�sio dentro de casa?

N�o via nada de diferente dele. Era uma pessoa normal. Gostava de crian�a, trabalhava, n�o fumava, n�o bebia, nunca usou droga. Era ele que colocava tudo para dentro de casa, inclusive. Para mim, ele deu algum surto para fazer o que fez.

Desde a pris�o dele, como a fam�lia est� se organizando financeiramente?

Antes de conhec�-lo, eu trabalhava. Mas ele falou que era ele quem tinha de trabalhar para cuidar de tudo em casa e preferia que eu ficasse cuidando do lar. Em agosto do ano passado, eu consegui um emprego em casa de fam�lia. No m�s passado, faria um ano, se eu ainda estivesse l�. Mas sempre foi o Marin�sio que colocou tudo para dentro de casa. Ele sempre trabalhou “fichado”. Quando estava com seguro-desemprego, fazia alguns bicos.

Qual � opini�o da senhora sobre as novas den�ncias contra o Marin�sio?

Esses outros casos, a pol�cia precisa ir atr�s de prova, investigar, saber o que de fato aconteceu, porque tudo est� caindo para cima dele, e ele n�o confessou mais coisa. Mas se ele fez o que fez, tem de pagar.

Quais s�o os planos da fam�lia a partir de agora?

N�s estamos sem sair, ficamos escondidas. Desde que tudo aconteceu, amea�aram atear fogo � casa onde mor�vamos e tentaram arrebentar o port�o. Parei de assistir � televis�o e entrar nas redes sociais. A minha filha que est� acompanhando as coisas. Estou sem saber como ser� daqui para a frente. A vida continua, mas est� muito dif�cil. At� agora, eu fico me perguntando: 'Meu Deus, o que ele teve (para fazer tudo isso)?'