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Estado de Minas GERAL

Inc�ndio em boate do Rio pode ter come�ado em dep�sito de descart�veis

Bombeiros perderam a vida durante o combate ao fogo. Corpora��o abriu sindic�ncia para apurar circunst�ncias das mortes


postado em 19/10/2019 16:48 / atualizado em 19/10/2019 17:44

Foto mostra os bombeiros no combate ao fogo na boate(foto: Allison Jackson/AFP)
Foto mostra os bombeiros no combate ao fogo na boate (foto: Allison Jackson/AFP)

O inc�ndio que deixou tr�s mortos na uisqueria Quatro por Quatro, no centro do Rio, pode ter come�ado em um dep�sito de materiais descart�veis, indicam os depoimentos de testemunhas ouvidas pelo delegado Jos� Luiz Duarte, da 1ª DP do Rio, respons�vel pela investiga��o do caso. Os bombeiros mortos durante o combate ao fogo est�o sendo sepultados na tarde deste s�bado (19) com honras militares. Um quarto agente ferido continua internado em estado grav�ssimo.

A per�cia iniciada pela Pol�cia Civil no local, na manh� deste s�bado, teve que ser interrompida por quest�es de seguran�a. "Ainda existe um pequeno foco de fogo, a temperatura est� muito alta e o ambiente tem muita fuma�a ainda", disse o delegado Duarte a jornalistas ao deixar a boate neste s�bado. O trabalho dos peritos ser� retomado neste domingo, �s 9h. Por enquanto, as causas do inc�ndio e da morte dos tr�s bombeiros continuam sem resposta.

"Pelo depoimento das testemunhas que ouvimos ontem (sexta-feira), o inc�ndio teria come�ado em um dep�sito de descart�veis, onde havia pap�is e talheres de pl�stico - sem g�s ou alguma outra coisa que poderia ter dado in�cio �s chamas", explicou o delegado. Ele foi da per�cia para o Instituto M�dico Legal (IML), onde teria acesso � conclus�o dos laudos com a causa da morte das v�timas.

De acordo com a corpora��o, as v�timas s�o o 2º sargento Geraldo Ribeiro e os cabos Jos� Pereira e Klerton de Ara�jo. O vice-governador do Rio, Claudio Castro, e o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, estiveram nos vel�rios das v�timas, neste s�bado, em cemit�rios das zonas oeste e central do Rio.

O comandante voltou a dizer que os equipamentos usados pela equipe que atuou no inc�ndio eram novos e modernos, mas revelou que as v�timas tinham as vias a�reas queimadas, embora carregassem m�scaras.

"Todos estavam com a m�scara. Vamos apurar se estavam com a m�scara colocada no rosto, pelo fato de estarem com as vias a�reas queimadas. Provavelmente eles estavam sem m�scara em algum momento para chegar a esse ponto. Isso ser� objeto da apura��o mais para frente", disse Robadey.

Na sexta-feira, o comandante Robadey explicou que os bombeiros mortos e feridos inalaram muita fuma�a. Os militares, segundo ele, teriam sido sufocados porque o im�vel, antigo, tinha muitas divis�rias, o que dificultou a sa�da r�pida.

Questionado se houve erro no procedimento de seguran�a, o vice-governador Cl�udio Castro disse ser incomum que quatro ou cinco profissionais tenham errado o protocolo ao mesmo tempo. "Qualquer coisa (que se diga) antes de sair o resultado da sindic�ncia, da aut�psia, � suposi��o", afirmou Castro.

Mais cedo o Corpo de Bombeiros confirmou que dos outros tr�s integrantes da corpora��o que precisaram de socorro m�dico, dois continuam hospitalizados: o capit�o Davi Mont’Serrat e o sargento Magalh�es, que est� em estado grav�ssimo. Ambos est�o no Hospital Central Aristarcho Pessoa, hospital da corpora��o. O capit�o Thiago Agostinho Dias recebeu alta nesta manh�.

"O Magalh�es nos preocupa ainda, mas est� no nosso hospital, aos nossos cuidados", disse Robadey.

O fogo come�ou por volta das 11h30 de sexta-feira, 18. O antigo casar�o onde funcionava a Quatro por Quatro - que se apresentava como "spa para homens" e tinha muitas funcion�rias mulheres -, estava vazio, e o fogo foi rapidamente controlado num primeiro momento. A Rua Buenos Aires, no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Quitanda, foi interditada pelos bombeiros, e os pr�dios ao lado, evacuados. A fuma�a tomou a Avenida Rio Branco, e ruas pr�ximas.

O inc�ndio envolveu a regi�o em fuma�a, que chegou � Igreja da Candel�ria. O tr�fego do VLT chegou a ser parcialmente interrompido.

Na manh� deste s�bado a �rea continuava interditada pela Defesa Civil na altura da Quatro por
Quatro, no n�mero 44. Dois carros do Corpo de Bombeiros e uma ambul�ncia permaneciam posicionados no local. Respons�vel por apurar as condi��es estruturais do im�vel, a Defesa Civil tamb�m montou uma tenda no local.

"Come�ou um pouco antes do meio-dia. S� via fuma�a, o pessoal saindo correndo e depois os bombeiros chegando. Eles chegaram r�pido. Mais tarde vimos alguns bombeiros saindo chorando, outros passando mal. Foi bem triste", afirmou Jo�o Batista, que trabalha como porteiro em um pr�dio vizinho � boate h� cinco anos.

O Corpo de Bombeiros abriu uma sindic�ncia em paralelo � investiga��o da Pol�cia Civil para tentar esclarecer o caso. Cerca de 70 militares de 14 unidades participaram do combate �s chamas e evacua��o das v�timas, com apoio de 30 viaturas.

Extraoficialmente, em grupos de bombeiros em redes sociais, circulou a vers�o de que o fogo j� estava controlado, na fase de rescaldo e, por isso, os soldados circulavam no pr�dio sem equipamento de prote��o. Segundo essa vers�o, teria havido uma explos�o por g�s, o que o Corpo de Bombeiros n�o mencionou. Nas proximidades, n�o foi ouvido barulho de detona��o ao longo do dia. Outra vers�o destacava que a queima de material de isolamento ac�stico teria gerado gases t�xicos.

Trabalhadores das empresas que funcionavam nas imedia��es permaneceram no local para acompanhar o trabalho dos agentes contras as chamas. Quatro caminh�es e outros tr�s ve�culos dos Bombeiros foram mobilizados para apagar o inc�ndio. Depois do incidente que resultou nas mortes, a fuma�a negra aumentou, indicando que o fogo aumentara.

O Corpo de Bombeiros informou que a boate tinha alvar� de funcionamento e estava com a documenta��o em dia.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), decretou luto de tr�s dias no estado. "Quero manifestar meu pesar. Foram her�is que perderam suas vidas cumprindo o seu dever. Ordenei rigorosa apura��o de todos os fatos que ocorreram durante o combate ao inc�ndio e que resultaram nesta trag�dia. Presto solidariedade �s fam�lias das v�timas. Que Deus os receba e aben�oe", disse o governador em nota oficial.


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