
O trabalho foi conduzido por cientistas do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Oxford. Eles fazem parte de um projeto chamado Cadde, apoiado pela Fapesp e pelo Medical Research Centers, do Reino Unido, que desenvolve novas t�cnicas para monitorar epidemias em tempo real.
Conhecer os genomas completos do v�rus, que recebeu o nome de SARS-CoV-2, nos v�rios locais onde ele aparece, � importante para compreender como se d� sua dispers�o e para detectar muta��es que possam alterar a evolu��o da doen�a. Isso pode ajudar no desenvolvimento de vacinas e de tratamentos.
A amostra, retirada do paciente de 61 anos de S�o Paulo, que passou quase duas semanas na regi�o da Lombardia, a mais afetada da It�lia, confirma que ela veio da Europa. � geneticamente parecida com a de um genoma sequenciado na Alemanha.
Pesquisadores italianos j� isolaram o v�rus que circula no pa�s, mas n�o depositaram ainda o sequenciamento do genoma em nenhum banco p�blico para compara��o.
"Uma sequ�ncia s� n�o revela muita coisa, mas a import�ncia � mostrar que rapidamente somos capazes de fazer e colocar isso � disposi��o de outros cientistas do mundo. Quanto mais genomas tivermos, mais podemos entender como a epidemia vai evoluindo no mundo. Por isso precisamos ter isso muito rapidamente", explicou ao jornal O Estado de S. Paulo a pesquisadora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical.
Em m�dia, no resto do mundo, os grupos de pesquisa est�o levando cerca de 15 dias para conseguir fazer o sequenciamento. O projeto brasileiro foi lan�ado justamente com o objetivo de agilizar esse processo, para ajudar a fornecer informa��es com mais rapidez.
"Temos trabalhado para desenvolver uma tecnologia r�pida e barata. Todos os casos que forem confirmados no Adolfo Lutz ser�o sequenciados. A ideia � fornecer informa��es que possam ser usada para entender a epidemia em curso, para que outros cientistas possam comparar os dados. Essa cadeia de informa��o de todo mundo junto � importante para o mundo poder responder � epidemia", diz.
Segundo ela, h� pequenas muta��es, mas a taxa de varia��o deste v�rus � at� baixa.