
Apesar do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que tenta minimizar a gravidade da doen�a, o documento exp�e a preocupa��o do minist�rio com o aumento das despesas para tratar um n�mero cada vez maior de pessoas infectadas.
Para chegar � cifra de R$ 410 bilh�es, a equipe da Sa�de projeta, por exemplo, o custo de R$ 9,31 bilh�es para interna��es, caso 10% da popula��o seja contaminada. O valor � "conservador", segundo o mesmo documento, "sendo necess�rio, assim, um aporte maior de recursos emergenciais". O or�amento do Minist�rio da Sa�de previsto para todas as a��es da pasta neste ano � de cerca de R$ 125,5 bilh�es. O documento enviado a Guedes afirma que, "como na maioria dos pa�ses", os n�meros de infectados no Brasil t�m crescido de forma exponencial. "E h� ind�cios de que estejam subestimados."
A Sa�de ainda alerta que a preven��o de uma epidemia se torna mais desafiadora e cara quando h� falhas na preven��o de surtos. "A mitiga��o da epidemia continua sendo a �nica op��o pol�tica. Atrasos na detec��o e controle s�o, em �ltima an�lise, muito caros, porque os custos de cont�gio e mitiga��o crescem exponencialmente."
Depois de Mandetta afirmar que o SUS poderia entrar em "colapso" em abril pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro tem refor�ado discursos em que minimiza os riscos. Mesmo integrando grupo de risco, por ter mais de 60 anos, Bolsonaro j� afirmou que n�o teria problemas com a doen�a pelo seu "hist�rico de atleta" e disse que "depois da facada, n�o vai ser uma gripezinha" que o derrubaria.
Apesar de usar termos mais leves, Mandetta tem modulado seu discurso ao do chefe. "Antes de adotar o 'fecha tudo', existe a possibilidade de fazer redu��o de mobilidade urbana, existe uma s�rie de medidas que vai se tomando at� que se tenha um patamar", disse o ministro nesta quarta-feira. Mais cedo, em reuni�o de Bolsonaro com governadores, Mandetta j� havia pedido "tranquilidade" e "calma" durante a crise.
Urg�ncia
Os dados sobre o impacto or�ament�rio da crise pela Covid-19 foram expostos como parte de justificativa para elaborar um projeto com financiamento de US$ 100 milh�es (R$ 503 milh�es, considerando a atual taxa de c�mbio) do Banco Mundial para compra de testes de diagn�stico, custeio de servi�os "pr�-cl�nicos" e contrata��o de equipes de sa�de para atuarem emergencialmente. Mandetta afirma a Guedes que o apoio do Banco Mundial permitir� dar "maior celeridade" nos processos de compras e contrata��es para combater a covid-19. "Ressalto a necessidade de urg�ncia de aprecia��o do pleito", escreveu. Uma das ideias do governo � usar a parceria com o banco para adotar no Pa�s servi�o de telemedicina para atendimentos de triagem de pacientes com sintomas. Para isso, seriam investidos US$ 10 milh�es (R$ 50,3 milh�es).A Sa�de tamb�m considera "urgente" a busca por profissionais da �rea. A ideia � usar US$ 62,4 milh�es (R$ 313,8 milh�es) para contratar emergencialmente, especialmente para atuar durante tr�s meses em centros de terapia intensiva (CTIs). A pasta quer ainda recursos do banco para compra de milhares de testes de diagn�stico. O governo anunciou na ter�a-feira que pretende ter mais de 22 milh�es de dispositivos para exames. O projeto prev� a compra de testes para 1,53 milh�es de pessoas sintom�ticas, no valor de US$ 27,6 milh�es.
A proposta obtida pelo Estado afirma que os testes r�pidos da doen�a devem ser usados como "ferramenta para aux�lio no diagn�stico". "Resultados negativos n�o excluem a infec��o por SARS-CoV-2 e resultados positivos n�o podem ser usados como evid�ncia absoluta. O resultado deve ser interpretado por um m�dico com aux�lio dos dados cl�nicos e outros exames laboratoriais confirmat�rios", diz o documento.
Procurado, o Minist�rio da Sa�de confirmou que pediu um financiamento ao Banco Mundial de US$ 100 milh�es para a��es de combate ao novo coronav�rus, mas n�o explicou o c�lculo para chegar aos R$ 410 bilh�es do SUS que a crise pode exigir. O Minist�rio da Economia, por sua vez, disse que o assunto deve ser tratado com a Sa�de. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
