
Na busca de um solu��o para tentar salvar tantas perdas humanas, �rg�os de sa�de de v�rios pa�ses autorizaram o uso da cloroquina em car�ter emergencial, ainda que sem uma comprova��o cient�fica definitiva. Diante disso, a comunidade cient�fica pediu cautela, justificando que ainda era necess�rio um estudo mais amplo para comprovar se a droga tinha algum efeito contra o novo coronav�rus, al�m de avaliar a dosagem segura.
No Brasil, apesar da press�o do chefe do executivo, o agora ex-ministro da Sa�de Nelson Teich publicou durante a semana em uma rede social que a cloroquina � um medicamento com efeitos colaterais, sua prescri��o deve ser feita com base em avalia��o m�dica e que “o paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”.
De acordo com os resultados dos dois maiores estudos j� realizados com a cloroquina para o tratamento do coronav�rus, o medicamento n�o trouxe benef�cios pr�ticos, como a redu��o na letalidade ou no tempo de interna��o. Outro problema s�o os efeitos colaterais, como a arritmia card�aca, que levaram a Associa��o M�dica Americana a emitir um comunicado pedindo que o uso da cloroquina fosse limitado a estudos cl�nicos e dentro de hospitais sob rigoroso controle.
Conforme publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), uma dessas pesquisas analisou dados de 1.438 pacientes infectados pelo coronav�rus entre 15 de mar�o e 24 de abril em hospitais de Nova York. O objetivo era saber se havia diferen�a na taxa de mortalidade entre quatro grupos: os que foram tratados apenas com a hidroxicloroquina (derivado da cloroquina com menor toxicidade); os que receberam o medicamento associada � azitromicina (um antibi�tico); os que tomaram apenas a azitromicina; e os que n�o receberam nenhum medicamento. A conclus�o deste estudo � que n�o houve diferen�a significativa entre a taxa de letalidade observada entre os quatro grupos.
O outro estudo foi publicado no New England Journal of Medicine (NEJM). Realizado com 1.376 pacientes americanos infectados pelo coronav�rus, foi observado o resultado de tratamentos com e sem hidroxicloroquina. Assim, 811 pacientes foram medicados por cerca de cinco dias com a hidroxicloroquina e 565 pacientes n�o receberam o rem�dio. A pesquisa foi conclu�da em 25 de abril, quando os autores indicaram que pacientes com e sem o tratamento apresentavam o mesmo risco de morrer.
Apesar disso, ambos os estudos usaram uma metodologia limitada, sem um controle de classifica��o dos grupos, sendo necess�rias pesquisas complementares para confirmar os resultados. Levantamentos deste tipo est�o em andamento em diversos pa�ses. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), ainda n�o existe nenhum tratamento comprovado contra o coronav�rus