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Estado de Minas GERAL

'Teremos lockdown se houver necessidade', afirma Doria

Medida mais r�gida na escala do isolamento social ser� decretado em S�o Paulo se o comit� estadual de sa�de julgar necess�rio


postado em 18/05/2020 12:15 / atualizado em 18/05/2020 13:54

João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo(foto: Divulgação/ Governo de São Paulo)
Jo�o Doria (PSDB), governador do estado de S�o Paulo (foto: Divulga��o/ Governo de S�o Paulo)
O "lockdown" - medida mais r�gida na escala do isolamento social - ser� decretado no estado de S�o Paulo se o comit� estadual de sa�de julgar necess�rio para conter o n�mero de casos de COVID-19 e evitar o colapso do sistema de sa�de. "N�o haver� nenhuma decis�o de ordem pol�tica nem de inibir e nem de aplicar, exceto aquela determinada pela sa�de", afirmou o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), em entrevista exclusiva ao Estad�o.

Doria tamb�m falou sobre cloroquina, risco de saques e assaltos e a expectativa para 2021. "Ser� um pa�s entristecido e machucado", diz. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Se houver alguma decis�o federal sobre uso da cloroquina que seja diferente daquilo que os m�dicos entendem como correto, como o senhor agir�?

Em S�o Paulo vai prevalecer a decis�o m�dica, da ci�ncia e da sa�de. Nenhuma decis�o de ordem pol�tica, pessoal, personalista, partid�ria ou ideol�gica ser� colocada � frente da ci�ncia. Se qualquer manifesta��o, ainda que por decreto do governo federal, ferir os princ�pios da ci�ncia e da prote��o � vida, aqui n�o ser� praticado. Iremos � Justi�a se necess�rio.

O Estado havia comprado 3 mil respiradores, mas o fornecedor s� entregar� 1,2 mil. H� risco de S�o Paulo n�o conseguir montar tantas UTIs quanto precisa?

Esse fornecedor chin�s nos garantiu parte de uma nova remessa, de 1.280 respiradores. Posso antecipar que conseguimos mais mil respiradores, que chegar�o at� 15 de junho. S�o 2.380 respiradores, que atendem a nossa necessidade b�sica para amplia��o de leitos de UTI. Al�m disso, tamb�m tivemos o compromisso… Agora j� n�o se sabe mais, mas tivemos o compromisso do Minist�rio da Sa�de de fornecer 200 respiradores. N�s temos de ter mais respiradores, mais leitos b�sicos, e ter equipe suficiente: param�dicos, enfermeiros, fisioterapeutas e m�dicos. Na pr�xima semana, abriremos mais um hospital de campanha, em Heli�polis. Se necess�rio, abriremos um quarto, na regi�o metropolitana. Temos capacidade para isso.

H� uma situa��o de conforto?

Neste momento, (a situa��o) est� sob controle. N�s n�o temos neste momento - e � sempre preciso enfatizar isso, neste momento - risco de colapso. A demanda na regi�o metropolitana cresceu, mas ainda est� control�vel. A chegada de novos respiradores nos ajudar� a manter uma margem de seguran�a razo�vel. No interior, o �ndice tamb�m � seguro neste momento. Mas � preciso ter muito cuidado, porque a velocidade com que essa doen�a se expande � muito grande.

De que forma confus�o no governo federal atrapalha o enfrentamento � doen�a?

T�nhamos uma �tima rela��o com o ministro Luiz Henrique Mandetta. Ele foi republicano e t�cnico. Na troca, ficamos no aguardo de que o novo ministro, Nelson Teich, pudesse seguir a mesma linha. E foi o que aconteceu. Ele agiu como um m�dico agiria. Os 200 respiradores estavam previstos em etapas. O ministro teve o cuidado de dizer que houve uma frustra��o no n�mero de respiradores comprados pelo governo federal, mas que designaria 25 respiradores, em lotes de 25, at� alcan�ar os 200. Sendo que a necessidade � de 3 mil - � importante ressaltar que s�o 200 respiradores dos 3 mil que estamos necessitando. Aqui vivem 46 milh�es de brasileiros e � o epicentro do coronav�rus.

Como o senhor v� a poss�vel chegada de um nome da �rea militar para o posto?

Eu n�o tenho obje��es a quem venha da �rea militar, desde que tenha conhecimento, preparo e, no caso espec�fico da sa�de, compromisso com a sa�de e a ci�ncia.

O governo federal aponta que, dada a crise econ�mica, h� risco de saques, assaltos. As autoridades de seguran�a p�blica do Estado tamb�m veem isso?

Isso � falso. � mais uma falsidade e uma m� orienta��o do governo federal. O maior risco � � vida das pessoas. N�o � saque nem assalto. O v�rus n�o escolhe quem vai atingir - est� em todas as classes socioecon�micas, em todas as idades, independentemente do sexo. � lament�vel que tenhamos no Brasil informa��es dessa natureza (de saques e assaltos).

Por que S�o Paulo n�o consegue aumentar o isolamento?

Porque temos uma dupla comunica��o para a opini�o p�blica. Governadores e prefeitos, em sua maioria, fazem esfor�o pelo isolamento, mostram a import�ncia da medida para prote��o � sa�de e � vida e recomendam que as pessoas fiquem em casa. Por outro lado, o governo federal, por meio do presidente da Rep�blica, orienta exatamente o inverso. (O presidente) n�o usa m�scaras quando deveria utilizar, promove aglomera��es, se pronuncia contrariamente ao isolamento, classifica o coronav�rus de uma gripezinha e resfriadozinho, e em vez de estar em casa se diverte, passeando de Jet Ski, fazendo exerc�cio de tiro, promovendo churrasco ou tendo a inten��o de faz�-lo.

Um tema sempre na mesa � o 'lockdown'. O senhor disse que ele poder� ser implementado, se os protocolos recomendarem. Quais protocolos s�o esses?

S�o diversos tipos de protocolos, local e regional. Quem vai dizer se a necessidade motiva aplica��o ou n�o � o comit� de sa�de. N�o haver� nenhuma decis�o de ordem pol�tica nem de inibir e nem de aplicar, exceto aquela determinada pela sa�de.

Eles t�m alguma liga��o com a lota��o das UTIs?

O fundamental de todo o esfor�o do isolamento social est� exatamente em n�o sobrecarregar as redes p�blica e privada. Se n�o tivermos leitos para o atendimento prim�rio e leitos para o atendimento em UTI, o risco � aumentar n�o s� infec��o e a gravidade da infec��o, como o n�mero de �bitos. E � tudo que n�s n�o desejamos.

Como seria o 'lockdown'?

Seria o n�vel de isolamento pr�ximo do absoluto. S� se deslocam quem est� em �reas de absoluta necessidade: seguran�a p�blica, sa�de, servi�os b�sicos, como luz, telefone, �gua, transporte p�blico, e abastecimento, como farm�cias e supermercados. � um isolamento mais duro e mais rigoroso. Mas, repito, embora esse protocolo exista, ele neste momento n�o est� colocado para aplica��o. Mas � sempre importante ressaltar que, se houver essa necessidade, e se ela for determinada por um crescimento r�pido e inesperado do coronav�rus, n�s colocaremos em a��o.

Qual est� sendo a maior dificuldade no gerenciamento da crise?

Enfrentar os dois v�rus: o coronav�rus e o 'Bolsonaro v�rus'. N�o sei qual � pior.

O presidente disse para "pegarem pesado" com o senhor. O senhor j� sente maior press�o?

Nenhuma. Nenhum empres�rio me telefonou em fun��o dessa reuni�o em que o presidente pediu para jogarem pesado. N�o recebi nenhum telefonema, nenhum WhatsApp, nenhum e-mail, nenhuma visita. Os empres�rios de S�o Paulo, aqueles que s�o verdadeiramente empres�rios, participaram dessa reuni�o em respeito � condi��o do presidente ocupar o cargo que ocupa. Mas s�o conscientes, pais de fam�lia, seres humanos, e t�m intelig�ncia suficiente para saber que nenhuma press�o vai mudar a nossa ideia de proteger vidas.

E como o senhor lida com a press�o vinda dos prefeitos?

Os prefeitos t�m sido corretos no di�logo com o Estado, na sua maioria. S�o muito poucos os que procuraram tomar decis�es equivocadas - que, ali�s, todas elas foram afetadas pelo Minist�rio P�blico e tamb�m pelo Tribunal de Justi�a, que t�m agido, diga-se de passagem, de forma muito correta tamb�m. O di�logo foi fortalecido pela cria��o do Conselho Municipalista, com 16 prefeitos que representam as 16 regi�es metropolitanas do Estado.

Sua gest�o teve dois atritos com a do prefeito Bruno Covas: sobre fiscaliza��o do uso de m�scaras e sobre o mega rod�zio. H� quest�es a serem ajustadas?

As rela��es seguem muito boas, sobretudo entre o Bruno Covas e eu. �s vezes, ajustes de equipe, um momento tenso de uma pandemia, fazem parte do dia a dia de uma mega metr�pole e de um mega Estado. Mas o di�logo entre os secret�rios de Transportes segue fluido. O entendimento depois daquele momento em que o secret�rio acabou sendo surpreendido com uma medida que n�o havia sido dialogada previamente com ele (o rod�zio) foi sanado.

Se pensarmos que vamos sobreviver � pandemia, como o senhor v� o Pa�s em 2021?

Vejo o Pa�s muito entristecido e machucado. Primeiro pelas mortes e pelas pessoas que foram v�timas do coronav�rus. Mesmo entre as que sobreviverem, muitas ter�o problemas cong�nitos oriundos de comorbidades agravadas pelo coronav�rus. E a tristeza. Todas as pessoas que perdem entes queridos ficam um longo tempo com essa tristeza no cora��o, na lembran�a, na alma. O Brasil ser� um Pa�s mais triste em 2021. E triste pela falta de lideran�a, por ter um presidente que n�o lidera adequadamente, que n�o tem compaix�o.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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