
Em lojas como as de Ribeir�o Preto e Ara�atuba, no interior paulista, � poss�vel encontrar prateleiras com pacotes de arroz, feij�o, macarr�o e latas de molho de tomate ao lado de artigos esportivos e equipamentos para camping. A prefeitura de Ribeir�o Preto informou constar do alvar� de funcionamento da Havan a permiss�o para venda de g�neros aliment�cios e de higiene pessoal, "o que significa que seu funcionamento est� amparado por decreto federal, desde que obede�a a crit�rios como a disponibiliza��o de �lcool em gel e o uso de m�scaras".
Por telefone, um funcion�rio da loja informou que a nova linha est� dispon�vel h� dez dias, mas n�o � o "carro-chefe" da loja, pois quase n�o h� procura. As lojas de Campinas e Valinhos tamb�m receberam suprimentos de cesta b�sica, mas esses produtos n�o eram encontrados na Havan de Sorocaba. As lojas paulistas funcionam em hor�rio restrito, segundo a empresa, das 9h �s 20 horas.
Em suas publica��es, a Havan se define como loja de departamentos. No site oficial da empresa, na coluna reservada a alimentos, s�o oferecidos apenas barras de chocolate, bolos industrializados e c�psulas de caf�. N�o h� qualquer refer�ncia � nova linha de produtos. O portf�lio inclui eletrodom�sticos, cama, mesa e banho, artigos para beb�, casa e cozinha, ferramenta e jardim, esporte e lazer, brinquedos e moda. A informa��o sobre o movimento da Havan foi dada pela Folha de S. Paulo.
Em Ara�atuba, a prefeitura fechou a loja, no centro da cidade, por burlar os decretos municipais de quarentena. A empresa entrou com mandado de seguran�a contra o prefeito Dilador Borges (PSDB), por abuso de poder, e conseguiu liminar suspendendo os efeitos da interdi��o. A Havan alegou em ju�zo que se enquadra na categoria de hipermercado. Ap�s a decis�o, a loja foi abastecida com itens b�sicos de alimenta��o.
Em Lorena (SP), a Havan tamb�m conseguiu autoriza��o para reabrir a loja, fechada pela fiscaliza��o municipal por estar funcionando de forma contr�ria aos decretos municipais de emerg�ncia em sa�de. A ju�za Maria Isabella Esposito Braga, da 1.ª Vara C�vel, acatou o argumento da empresa de que exerce atividade n�o vedada durante a pandemia, de hipermercado de produtos aliment�cios.
Na segunda-feira, 18, cerca de 60 funcion�rios da Havan de Bauru fizeram um protesto em frente � prefeitura para pedir a abertura da loja. Eles alegaram que outras cidades permitiram o funcionamento, entendendo ser um servi�o essencial. A mobiliza��o foi liderada pelo gerente da loja, Paulo Fernando da Silva. "Tentamos contato com o prefeito, mas n�o conseguimos falar com ele", justificou. O prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSDB) recebeu uma comiss�o de funcion�rios e disse que estudava uma flexibiliza��o no com�rcio com o comit� da Covid-19 para propor ao governo estadual. A loja continua fechada.
No mesmo dia, em Mar�lia, a loja de departamentos da Havan foi lacrada por fiscais do munic�pio. Segundo a prefeitura, o estabelecimento descumpria um acordo pelo qual apenas alguns setores poderiam funcionar. A fiscaliza��o flagrou que todos os departamentos estavam funcionando. A Vara da Fazenda P�blica de Mar�lia rejeitou pedido da empresa para manter a loja aberta. Funcion�rios com bandeiras do Brasil foram �s ruas para protestar, mas a loja permanece fechada. Hang reclamou do fechamento em seu Twitter, onde postou imagens da loja lacrada. "O poder p�blico quer o caos. � o absurdo!", escreveu.
A empresa enfrentou processos semelhantes em outros Estados. Em Londrina (PR), o prefeito Marcelo Belinati (Progressistas) mandou fechar a unidade da Havan e de outra grande loja de departamentos, alegando que a lei de quarentena vale para todos. "Sem privil�gios para as grandes (lojas)", disse na ocasi�o. "Nesse momento, o que mais importa � a vida das pessoas e n�o o lucro das grandes empresas." A loja reabriu com hor�rio reduzido, operando das 10 �s 16 horas. As 30 lojas da Havan no Estado est�o abertas, com restri��es apenas no hor�rio. Em Palmas (TO), a loja foi fechada, mas reabriu. Em Vit�ria da Conquista (BA), onde tamb�m foi lacrada, a unidade continua sem funcionar.
Em nota, a Havan informou que incluiu no seu mix de produtos, h� algumas semanas, itens de necessidade b�sica, como arroz, feij�o, macarr�o e outros. "A Havan tem no seu Cadastro Nacional de Atividade Econ�mica (Cnae) a categoria hipermercado, que lhe permite vender qualquer tipo de g�nero aliment�cio. H� muitos anos, a empresa j� vendia produtos importados e � uma das maiores vendedoras de chocolates no per�odo da P�scoa", disse.
Segundo a Havan, muitas lojas de departamento no mundo, como a Harrods, em Londres, e Americanas, no Brasil, vendem alimentos. "Estamos nos reinventando, assim como todo o com�rcio, e oferecendo itens de primeira necessidade, assim como �lcool em gel e m�scaras, e nossos clientes podem comprar com o cart�o Havan. Cada empresa est� adotando medidas diferentes para sobreviver, algumas que n�o tinham e-commerce est�o vendendo pela internet. E nas lojas maiores temos um departamento sazonal que estamos utilizando para a venda de alimentos. Todos estamos nos adaptando �s novas necessidades dos nossos clientes", disse, por nota, o dono da Havan, Luciano Hang.