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Estado de Minas AJUDA DE SOBRA

'J� d� pra vencer a batalha': Vendedor de cachorro-quente pede que parem doa��es

Barruada e seu carrinho de cachorro-quente s�o parte da paisagem do Centro do Recife, em dificuldades, ele pediu ajuda e resposta da popula��o foi incr�vel


postado em 21/05/2020 10:58 / atualizado em 21/05/2020 11:26

Por Tatiana Notaro


H� personagens reais que ganham um tom meio folcl�rico e, de t�o peculiares, se tornam famosos e inesquec�veis. Barruada e seu carrinho de cachorro-quente fazem parte da paisagem da Rua Dom Bosco, no Centro do Recife, e alimentam h� mais de 45 anos os alunos e ex-alunos do Col�gio Salesiano. Dif�cil achar quem tenha estudado na institui��o e n�o o conhe�a. Foi esse mundo de gente que ajudou Barruada a “enfrentar uma batalha”. Em um v�deo, ele agradece as doa��es e diz que j� recebeu dinheiro suficiente. A hist�ria viralizou.

Foi no boca-a-boca entre os muitos ex-alunos do Salesiano que Barruada foi recebendo ajuda. Dep�sito e mais dep�sitos, muito mais dinheiro do que ele esperava. A �ltima contagem, segundo amigos, chegou a tal valor que ele achou suficiente. Agradeceu e pediu para parassem com as doa��es.

“�, meu filho, aqui � Barruada, que pediu ajuda a voc�s. A gente estava olhando a conta aqui que voc�s fizeram os dep�sitos e a gente estava pensando em parar. Vamos parar, por favor, um pouco. O que voc�s me ajudaram j� d� para vencer a batalha. Pe�o a voc�s, por favor, parem. Se precisar, a gente pede a voc�s de novo. Muito obrigado pela ajuda”, disse, no v�deo. A grava��o termina com ele devolvendo o celular de forma abrupta. O jeito peculiar que faz jus ao apelido.
(foto: Reprodução/Instagram)
(foto: Reprodu��o/Instagram)


Barruada � Joaquim Antonio e chegou � Dom Bosco em meados de 1975, onde o carrinho ainda est� at� hoje, gerido pelo filho, M�rio. “Ele n�o dava um sorriso pra ningu�m, sempre foi muito s�rio. Foi a gente que colocou o apelido. No come�o, ele n�o gostava, ficava bravo. Depois, aderiu”, conta o engenheiro civil Paulo Falc�o, que estudou no Salesiano entre 1971 e 1979.

Todo mundo lembra de Barruada por sua leg�tima fama de brabo. “A turma perturbava muito com ele, que se defendia”, relembra Paulo. Outros alunos lembram, rindo, da irrita��o que Barruada ficava quando o tumulto se formava em volta do carrinho. Venda no fiado, com nome no caderninho, somente para algumas pessoas. “Quando vi que ele estava passando por dificuldades, procurei logo ajudar. Acho que quem passou pelo Salesiano vai se lembrar porque ele faz parte. � como se fosse um amigo de l�”, diz Paulo. 

A turma de Paulo faz festas para relembrar os tempos de escola periodicamente e, em 2014, incluiu Barruada e seus cachorros-quentes na comemora��o. “A comiss�o teve a ideia de chamar ele. Compramos uns 300, foi muito bom”, diz, mostrando as fotos da festa em que Barruada aparece sorrindo. “Ele fazia parte do Salesiano. Se voc� abrir o Google Maps, vai achar o cachorro-quente dele l� na Dom Bosco”.
(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Em tempo: apesar de muitas tentativas, Barruada n�o atendeu �s liga��es da reportagem. Amigos e parentes relataram que ele ficou incomodado com a repercuss�o dos v�deos.


"Cheio de amor"


Tamb�m ex-aluna do Salesiano, Cec�lia Vila�a tem uma vis�o incomum sobre Barruada e diz que ele "tentava ser bravo, mas era a barraquinha que estava sempre cheia". "E n�o era s� pelo cachorro-quente gostoso que ele fazia. Era pelo senhor bruto, mas cheio de amor que a gente encontrava l�. Ele sabia quando a gente queira completo e colocava um pouquinho a mais do que a gente gostava quando a gente reclamava. Tinha que ter 'a gra�a' da briga de pedir para ele negar e reclamar e depois vir com a colher colocando mais um pouquinho da nossa por��o preferida. S� n�o podia sujar, a� l� vinha ele com a flanela limpando tudo que via pela frente", relembra.

"Ele muitas vezes nos cedeu, foi ele que nos deu, quando recebi a not�cia que ele estava precisando de ajuda, foi imediato os grupos das turmas, dos anos foram se mobilizando. No final ele nos deu uma bela li��o de honestidade. Falei com a neta dele, Camila, e ela, muito emocionada, disse que ele estava sem acreditar. A �nica coisa que pude dizer a ela foi que nessa vida colhemos o que plantamos e ele est� colhendo isso".


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