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Estado de Minas COVID-19

Avan�o da COVID-19 pelo interior do Amazonas tem reflexo em Manaus

Sem lockdown, capital do estado recebe pacientes de munic�pios distantes que n�o tem estrutura


postado em 26/05/2020 04:00 / atualizado em 26/05/2020 09:06

Cemitério de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, segue com grande número de sepultamentos de vítimas da pandemia(foto: MICHAEL DANTAS/AFP)
Cemit�rio de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, segue com grande n�mero de sepultamentos de v�timas da pandemia (foto: MICHAEL DANTAS/AFP)


O Amazonas registrou 14 mortes pelo novo coronav�rus no �ltimo domingo, o menor n�mero em 24 horas desde o in�cio da pandemia. O estado tem 29.867 contaminados e 1.758 �bitos. Mas a situa��o continua preocupante por causa do avan�o da doen�a pelo interior do estado, que � o maior desafio agora do governo do Amazonas, que tem grande extens�o territorial. A falta de estrutura acaba provocando a transfer�ncia de pacientes para a capital, agravando o atendimento. Em uma semana, houve aumento de 42,8% no n�mero de pessoas infectadas. De acordo com a Funda��o de Vigil�ncia em Sa�de do Amazonas, foram notificados mais de 8 mil novos casos.

Manaus, a capital, tem 13.881 casos, o que equivale a 46,48% dos infectados no estado. O governo estadual est� preocupado com a velocidade com que o v�rus est� se espalhando pelo interior, que registra 53,52% dos cont�gios. De todo o Amazonas, somente os munic�pios de Envira e Ipixuna n�o t�m casos confirmados, apenas suspeitos.

Apesar da recomenda��o do Minist�rio P�blico, Manaus n�o aderiu ao lockdown. At� o �ltimo dia 20, cinco cidades do interior decretaram medidas r�gidas de isolamento social. S�o Gabriel da Cachoeira e Silves prorrogaram o bloqueio total at� o dia 31 deste m�s.  Entretanto, o governador Wilson Lima (PSC) planeja reabrir gradualmente o com�rcio no estado a partir de 1º de junho. No �ltimo domingo, Lima afirmou que os planos podem mudar conforme a curva de casos.

“Desde a semana passada, sentimos queda significativa no n�mero de casos de coronav�rus no Amazonas, e eu me refiro a �bitos. Temos acompanhado a quantidade de enterros na capital, que � um par�metro mais seguro. Entre o final de abril e in�cio de maio, houve um dia em que foram 167 enterros. Ontem, houve 48, ent�o, tivemos diminui��o significativa”, afirmou o governador em entrevista � CNN.

Apesar da queda no n�mero de �bitos, o Amazonas contabiliza 561 pacientes internados por COVID-19 em leitos cl�nicos (48 na rede privada e 298 na rede p�blica) e em UTIs (68 e 147 respectivamente). Al�m disso, o estado conta 576 suspeitas de infec��o pelo novo coronav�rus internados e que aguardam a confirma��o do diagn�stico. Neste contexto, o governador afirmou que vai inaugurar uma ala ind�gena no Hospital de Combate � COVID-19 em Manaus. Para este projeto, o governo federal enviou, no �ltimo dia 22, novos respiradores que possibilitam a abertura do espa�o.

O ministro interino da Sa�de, Eduardo Pazuello, deve desembarcar em Manaus nesta semana. “O general Pazuello estar� aqui, juntamente com sua equipe, para acertar os detalhes para a inaugura��o dessa unidade. Vamos disponibilizar uma ala para a montagem desses leitos. Come�amos a montar no fim de semana, nosso pessoal j� vai trabalhar aqui na quest�o da sinaliza��o, da calibra��o desses respiradores e em outras providencias que s�o necess�rias para come�ar a funcionar”, comentou o governador.


ENTREVISTA:


Marcus Lacerda - 
Infectologista da Funda��o de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira, EM MANAUS (am)


O que que agravou a situa��o no estado?
Primeiramente, acho que a gente n�o sabia o cont�gio do v�rus. Viu que, de fato, tem a capacidade de se propagar de forma muito f�cil. Fomos aprendendo, ao longo do tempo, no Brasil e no mundo inteiro, que a gente precisava se proteger mais. A introdu��o da m�scara, por exemplo, que veio na sequ�ncia do v�rus, aqui no Brasil, pode ter ajudado no controle da pandemia, mas no in�cio, pouca gente usava m�scara. Por�m, a gente estava com a ideia de que a m�scara deveria ser usada apenas pela pessoa que tinha sintomas. Hoje, sabe que quem n�o tem sintomas tamb�m deve usar a m�scara. Cada local teve um tempo de entrada do v�rus diferente e quantidade de pessoas infectadas. No in�cio, Manaus deve ter tido n�mero maior de pessoas que entraram infectadas na cidade vindas da Europa ou de S�o Paulo e isso deve ter contribu�do para a dissemina��o r�pida da doen�a. Tamb�m tem o fato de que mar�o, abril e maio s�o os meses que em mais chove aqui em Manaus. Ent�o, a gente chama isso de inverno amaz�nico, com temperaturas mais amenas e pessoas mais aglomeradas dentro de casa com janelas fechadas. Assim, a gente teve a introdu��o do v�rus numa �poca em que a temperatura � mais amena do que a nossa temperatura m�dia, o que faz com que haja maior transmiss�o de um v�rus de transmiss�o respirat�ria, como a COVID-19.

Houve demora na ado��o de medidas de isolamento social? O lockdown est� sendo seguido na capital?
O isolamento social na cidade nunca passou de 40%, em m�dia. Isso em todos os momentos da pandemia na capital. O isolamento social n�o chegou nem sequer � metade da popula��o. E, de fato, n�o foi adotado o lockdown, mesmo quando a gente estava com n�mero excessivo de pessoas morrendo pela doen�a. A gente tamb�m nunca entendeu se o lockdown seria aceito pela popula��o. Obviamente, sempre tem a d�vida entre recomendar o isolamento social ou tomar medidas mais agressivas, como o lockdown. Acho que poucos lugares do Brasil tiveram essa iniciativa. Somente dois munic�pios do Amazonas fizeram isso. Em Manaus, de fato, teve discuss�o muito grande sobre fazer ou n�o lockdown, por�m, por fim, n�o foi tomada essa medida pelo governo.

Quais as maiores dificuldades enfrentadas na luta para conter o novo coronav�rus?
A maior dificuldade para todo mundo �, certamente, a disponibilidade de leitos de terapia intensiva, o que causa muita ang�stia. Manaus j� tem diminui��o gradual do n�mero de casos, mas, hoje, a pandemia est� concentrada mais no interior do estado. Os outros 61 munic�pios do estado s�o muito distantes da capital e n�o t�m infraestrutura de hospitais equipados com leitos de UTI. Ent�o, hoje, a gente est� vendo essa nova guinada da pandemia dentro do estado. As pessoas mais graves s�o trazidas para a capital, que tem que dar esse suporte de trazer, por via a�rea, pessoas de localidades muito distantes, tendo em vista o tamanho do nosso estado. (ARL)

* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Paulo Nogueira


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