
Os n�meros s�o de levantamento feito pelo Estad�o com base em dados da Secretaria da Sa�de e da plataforma colaborativa Brasil.IO, que re�ne estat�sticas por munic�pio e por data desde o in�cio da pandemia.
A reportagem comparou o total de novos casos registrados em cada munic�pio nos sete dias pr�vios ao an�ncio do plano de reabertura (20 a 26 de maio) com as estat�sticas da semana anterior (13 a 19 de maio).
A flexibiliza��o da quarentena mesmo em cidades com tend�ncia de alta da pandemia contraria afirma��o do governo do estado de que a reabertura seria iniciada em localidades com queda consistente de casos.
Entre os munic�pios que foram inclu�dos nas fases 2 e 3 da reabertura mesmo registrando alta de infec��es est�o, al�m da capital, outras cidades de porte grande e com alta significativa no n�mero de novas infec��es.
S�o Jos� dos Campos � um desses exemplos. Na �ltima semana, registrou 214 novos casos confirmados de COVID, n�mero 86% maior do que os 115 notificados na semana anterior. Mesmo assim, est� na fase 2 de abertura.
Jundia� tem situa��o semelhante: o total de novas infec��es saltou 60% em uma semana (passou de 176 para 283), mas tamb�m poder� reabrir com�rcios na Segunda-feira.
Em Piracicaba, tamb�m inclu�da na fase 2, a alta foi ainda maior no per�odo analisado: 137%. Os novos casos passaram de 81 para 192. Taubat�, S�o Jos� do Rio Preto, Ribeir�o Preto, Hortol�ndia, Limeira, Valinhos e Bragan�a Paulista s�o outras cidades na mesma situa��o.
Na cidade de S�o Paulo, a �nica da regi�o metropolitana a ser poupada da fase 1 (na qual as restri��es mais r�gidas continuam) e ser inclu�da na fase 2, o n�mero de novos casos cresceu 10%, passando de 8.958 para 9.914 no per�odo analisado.
Araraquara e Ja� fazem parte do grupo de munic�pios que, apesar da alta de novos casos, foram inclu�dos na fase 3, ainda mais permissiva. Em ambos, o total de novos registros cresceu 43% e 48%, respectivamente.
Risco
Para o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (FMUSP), a decis�o de reabertura do com�rcio em regi�es com alta de casos � "arriscada". "� bastante contradit�rio, os crit�rios n�o foram bem definidos. A flexibiliza��o s� tem de come�ar a acontecer quando voc� tem uma redu��o consistente nos n�meros. E s�o necess�rios pelo menos sete dias seguidos de queda para podermos afirmar isso."J� o m�dico Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro titular da Sociedade Brasileira de Infectologia, reconhece que o cen�rio ideal seria de estabilidade no n�mero de novos casos para flexibiliza��o, mas afirma que o plano de reabertura pode ser positivo ao dar autonomia para que cada prefeitura defina suas regras de acordo com seu cen�rio epidemiol�gico.
"Mesmo que uma determinada cidade esteja em regi�o de flexibiliza��o, o prefeito n�o � obrigado a autorizar a reabertura. Ele tem de ser respons�vel e avaliar a sua realidade. � importante que haja essa reavalia��o semana a semana para acompanhar a situa��o de cada local", destaca.
M�ltiplos crit�rios
Questionada, a Secretaria Estadual da Sa�de afirmou que a reportagem "ignora os crit�rios definidos pelo Estado para classifica��o das fases" pois o plano de reabertura � multifatorial, observando "n�o apenas n�mero de casos e �bitos, mas tamb�m balan�os de interna��es e ocupa��o de leitos de UTI, com an�lises di�rias".Os pr�prios dados da secretaria, no entanto, mostram que a taxa de ocupa��o das UTIs e o n�mero de pessoas internadas vem aumentando nos �ltimos dias. Ontem, o volume de leitos de terapia intensiva ocupados no Estado bateu recorde, chegando a 77,4%. J� o n�mero de pacientes hospitalizados com COVID-19 na rede estadual saltou de 10,1 mil no dia 15 de maio para 12,5 mil ontem.
A secretaria justificou ainda que o plano "n�o observa os munic�pios de forma isolada, possuindo car�ter regionalizado" e que far� monitoramento cont�nuo da medida, o que permitir� "requalifica��o num per�odo semanal para um cen�rio mais restritivo conforme varia��o dos �ndices". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.