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Estado de Minas EM CRISE

Turista alem�o vaga no Aeroporto Internacional do Recife h� tr�s meses

Quase sempre sozinho, ele costuma ser visto com os p�s descal�os, uma cal�a preta social arrega�ada na altura da canela e uma blusa social azul


postado em 10/06/2020 16:40

(foto: Bruna Costa/DP )
(foto: Bruna Costa/DP )
A hist�ria de um turista alem�o visto sempre a vagar em situa��o de vulnerabilidade no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, no bairro da Imbiribeira, espalhou-se entre os trabalhadores do lugar assim como o vazio provocado pela pandemia do novo coronav�rus. A cena se repete h� pelo menos tr�s meses, quando se deu o in�cio das primeiras medidas de isolamento social no estado. Taxistas costumam oferecer alimenta��o ao homem. Segundo contam, o estrangeiro emagreceu muito desde a chegada ao aeroporto. Quando quer dormir, E.H., 35 anos, procura o estacionamento.
Quase sempre sozinho, o alem�o tamb�m costuma ser visto com os p�s descal�os, uma cal�a preta social arrega�ada na altura da canela - a mesma de tr�s meses atr�s - e uma blusa social azul, presenteada h� alguns dias para substituir uma vermelha, j� bastante usada. “Ele est� assustado e parece n�o estar bem. Tenho muita pena dele. Do que pode acontecer”, diz uma funcion�ria do aeroporto, que pediu para n�o ser identificada.

Um motorista de t�xi contou que E.H. tinha bens de valor, como celular, e dinheiro, assim que chegou ao aeroporto. Mas teria perdido tudo. “Ele veio fazer turismo. A gente ajuda como pode, com cigarros e quentinhas. Demos m�scaras tamb�m para ele se proteger, mas ele n�o usa.”

Um outro funcion�rio, que tamb�m pediu para n�o ser identificado, afirmou que o alem�o teria entrado em crise no momento do embarque e, desde ent�o, permaneceu no aeroporto. O Diario tentou falar com o estrangeiro, mas n�o avan�ou na conversa. Ele chegou a mostrar � equipe o passaporte.

A Aena, que administra o Aeroporto do Recife, informou, em nota, que “cidad�os estrangeiros devem recorrer ao consulado ou embaixada de seus respectivos pa�ses em caso de necessidade. Os administradores aeroportu�rios n�o t�m poder de atua��o consular ou policial para interferir na situa��o de qualquer cidad�o”.

Em janeiro, 903 mil pessoas circularam no aeroporto, segundo a Aena. Em maio, o movimento caiu para 59 mil pessoas por conta da pandemia. Em 2013, o Diario contou a hist�ria de quatro pessoas que viviam a vagar no aeroporto. A mat�ria Viagem ao mundo que ningu�m v� foi publicada no dia 5 de maio daquele ano ap�s uma apura��o de v�rias semanas. Todos os personagens ouvidos faziam do aeroporto um lugar de lembran�as, traumas e buscas. Ainda hoje o cen�rio se repete. Por se tratar de lugar considerado p�blico, essas pessoas n�o s�o impedidas de permanecer.

O Consulado Geral da Alemanha no Recife informou, atrav�s da assessoria de imprensa, que acompanha o caso de E.H.. Tamb�m afirmou ter entrado em contato com o alem�o, com outras pessoas envolvidas no caso e com �rg�os na Alemanha. O problema, de acordo com a assessoria, � que E.H. diz n�o desejar voltar para casa. A respeito de um suposto problema mental, o consulado disse que n�o pode se pronunciar sobre o assunto. Se o alem�o deseja permanecer, o �rg�o consular informou que n�o pode interferir, ou seja, n�o pode obrig�-lo a voltar ao pa�s de origem.

A delegada da Pol�cia Federal, Luciana Martorelli, chefe da Imigra��o, disse que, se o alem�o est� no pa�s legalmente, seja na condi��o de turista ou porque a perman�ncia dele foi deferida por ter filho ou companheira na regi�o, por exemplo, ele tem o direito de permanecer. “Se ele est� legalizado, vagar n�o � crime. Se ele tem algum desequil�brio mental, trata-se de um caso de atendimento de sa�de e n�o de pol�cia.”

A delegada disse, ainda, que se o alem�o est� irregular no pa�s, ele deve ser notificado para deixar o Brasil. Nesse caso, depois de notificado, tem 60 dias para se defender. Ap�s o prazo, ele pode ser deportado compulsoriamente. A delegada disse que n�o pode informar se E.H. foi notificado pela PF.

A assessoria da Secretaria de Sa�de do Recife informou que as equipes do Consult�rio na Rua acompanham o alem�o, “mas n�o foi identificada nenhuma necessidade espec�fica de assist�ncia � sa�de dele.”


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