(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RACISMO

#BombrilRacista entra nos Trending Topics ap�s marca relan�ar esponja de a�o 'Krespinha'

"Perpetua estere�tipos racistas e imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho dom�stico pesado", afirmou a influenciadora Winnie Bueno


postado em 17/06/2020 10:03 / atualizado em 17/06/2020 17:41

Esponja de aço já havia sido lançada em 1952 e foi relançada em 2020(foto: Reprodução/Bombril)
Esponja de a�o j� havia sido lan�ada em 1952 e foi relan�ada em 2020 (foto: Reprodu��o/Bombril)
Em meio �s diversas manifesta��es em defesa da vida das pessoas negras, a marca de produtos de limpeza Bombril foi centro de uma pol�mica na manh� desta quarta-feira (17) nas redes sociais. Isso porque internautas apontaram racismo no relan�amento de uma esponja de a�o inox batizada de "Krespinha."


"Krespinha, a esponja de a�o da Bombril, perpetua estere�tipos racistas e imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho dom�stico pesado. O nome e o marketing � baseado em racismo. Fere historicamente a subjetividade de mulheres negras e segue firme no mercado", afirmou a influenciadora Winnie Bueno.
 
 
 
O produto, de 1952, estampava uma crian�a negra em sua publicidade, foi relan�ado em 2020 e descrito como "perfeita para a limpeza pesada. Remove sujeiras e gorduras de um jeito r�pido e eficaz, sem esfor�o. Resiste e n�o enferruja", segundo a pr�pria marca.
 
 
 
 
A Bombril n�o havia se posicionado sobre o assunto at� o fechamento desta mat�ria.
 

"Desumaniza��o hist�rica"


O professor do Departamento de Comunica��o da UFMG, Pablo Moreno Fernandes, destaca que a "Krespinha" � mais um indicativo de desumaniza��o de pessoas negras, frequente na hist�ria brasileira.

"Se a gente pensar, a escravid�o j� foi uma desumaniza��o das pessoas negras na hist�ria da humanidade, em que elas se tornaram objeto de venda, em que as identidades foram negadas. Com a aboli��o a gente at� v� uma tentativa de mudan�a, mas ainda h� uma resqu�cios de desumaniza��o muito forte no imagin�rio", comenta.

"Pegar um atributo de uma pessoa negra e o relacionar com o produto da casa, uma associa��o j� forte no imagin�rio brasileiro, � uma experi�ncia de desvaloriza��o da autoestima. A prova disso s�o tantas crian�as negras que n�o gostam dos seus pr�prios cabelos, querem alisar ou raspar", completa.
 
 

A pesquisadora de rela��es �tnico-raciais Etiene Martins, tamb�m da UFMG, ressalta os estere�tipos ligados tanto a g�nero quanto a ra�a. "Limita o espa�o social da mulher negra, ligando-a necessariamente a uma for�a servil, celebrado no imagin�rio escravocrata. Reafirma esse lugar subalterno", explica.

"� o que [o autor] Adilson Moreira chama de racismo recreativo, mas classifica um lugar no imagin�rio das pessoas. O racismo nasceu l� na escravid�o, mas se reinventa pra subalternizar as pessoas negras, inclusive atrav�s da linguagem. � inadmiss�vel pensar que uma empresa, no pa�s com uma popula��o negra do tamanho do Brasil, se preste a esse lugar", completa.

* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)