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Estado de Minas Em coma

Naja que picou estudante no Distrito Federal tem veneno que pode matar

Esp�cie rara � altamente nociva ao ser humano e possui picada de a��o neurol�gica


postado em 08/07/2020 19:25 / atualizado em 08/07/2020 19:44

A serpente possui uma peçonha capaz de afetar o sistema nervoso central das vítimas(foto: Flickr/Reprodução)
A serpente possui uma pe�onha capaz de afetar o sistema nervoso central das v�timas (foto: Flickr/Reprodu��o)
A cobra naja, esp�cie encontrada no Sul da �sia, que picou o estudante de veterin�ria Pedro Henrique Lehmkuhl, de 22 anos, nessa ter�a-feira (7/7), no Distrito Federal, � extremamente nociva ao ser humano, possuindo um veneno de a��o neurol�gica, segundo o Zool�gico de Bras�lia.

Ap�s ser picado, o jovem foi levado ao Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, e est� em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O soro antiof�dico necess�rio para anula��o do veneno foi entregue pelo Instituto Butantan em car�ter emergencial, e chegou ao DF durante a noite de ter�a-feira.

A serpente, encontrada especialmente na Tail�ndia e respons�vel por v�rios acidentes nesse pa�s, possui uma pe�onha capaz de afetar o sistema nervoso central das v�timas, vindo a ser fatal. “Vai afetar a respira��o, a no��o de espa�o e tempo, a pessoa perde essa no��o e tende a ir para o estado sonolento at� ir para o estado mais s�rio e ter complica��es mais graves decorrentes do veneno do animal, podendo vir a �bito”, explica o bi�logo diretor de r�pteis e artr�podes do Zoo, Carlos Eduardo N�brega.

Carlos diz tamb�m que n�o � poss�vel mensurar o tempo que leva para o veneno chegar a matar outros animais ou seres humanos. Tudo ir� depender da quantidade de pe�onha injetada e do estado pr�vio da sa�de daquela v�tima.

De acordo com o bi�logo, a esp�cie brasileira que mais se assemelha ao tipo de veneno e comportamento da naja � a cobra-coral verdadeira. Contudo, ele ressalta que a pe�onha da naja tem maior potencial danoso �s pessoas.

As najas vivem, em m�dia, 15 anos e, na fase adulta, podem chegar a medir at� tr�s metros. O bi�logo afirma, contudo, que a esp�cie � tranquila e que s� ataca os seres humanos exclusivamente por defesa: “Ela � uma esp�cie que, se voc� n�o mexe com ela, ela � tranquila e vai embora sem maiores problemas. Mas se ela se sente amea�ada, a primeira rea��o n�o � atacar, � levantar, erguer o corpo e abrir o capelo”, explica o bi�logo.

Ele acrescenta: “A partir do momento que essa pessoa insiste em entrar na �rea de seguran�a dela, ela desfere os botes que podem inocular a pessoa amea�ada”.

O r�ptil se alimenta basicamente de roedores. As f�meas de naja botam de 15 a 30 ovos por ninhada, os quais s�o incubados durante 60 a 80 dias.

Devido �s confus�es na hora de classificar e definir este g�nero, o n�mero de esp�cies pode variar entre 20 e cerca de 270, dependendo de como � analisada.

Desequil�brio no ecossistema

O bi�logo explica, ainda, que, pelo fato de o cerrado possuir v�rios microclimas, caso fosse solta, a naja poderia vir a se adaptar e se estabelecer na regi�o.

“Se esse exemplar encontrar um parceiro do sexo oposto que tamb�m consiga se estabelecer, eles podem at� reproduzir, aumentando o n�mero de exemplares na �rea”, afirma.

Tal adapta��o poderia vir a trazer desequil�brio no ecossistema do cerrado, trazendo a depreda��o de esp�cies nativas e doen�as inexistentes no local.

H� relatos, segundo o bi�logo, de que outras esp�cies ex�ticas como as p�tons e as corn snakes est�o sendo encontradas em �reas do cerrado.

De acordo com o diretor, n�o se deve trazer nenhum animal para o Brasil sem autoriza��o do Ibama e licen�a de todos os �rg�os ambientais. “Isso porque, quando voc� traz um animal desse, voc� tem que primeiro trazer o soro”, explica.

Caso seja comprovado que Pedro n�o possu�a autoriza��o para cria��o na esp�cie, ele poder� responder pelo crime de tr�fico de animais.

Soro antiof�dico

O Hospital Maria Auxiliadora fez um pedido em car�ter emergencial para que o Instituto Butantan, em S�o Paulo, enviasse o soro antiof�dico para Bras�lia. Somente o soro � capaz de neutralizar o veneno dentro do corpo humano e, assim, aumentar as chances de sobreviv�ncia da v�tima.

O Instituto ressalta que, por ser uma esp�cie ex�tica, o soro � importado e faz parte de um estoque limitado, voltado para uso dos pr�prios pesquisadores caso aconte�a algum acidente. O Butantan produz soros apenas para esp�cies encontradas no Brasil.

Estudante de veterin�ria

Pedro Henrique cursa veterin�ria no Centro Universit�rio Uniceplac. De acordo com a coordenadora do curso, Daniella Ribeiro Guimar�es Mendes, v�rios alunos manifestam apre�o pelos mais diversos tipos de animais, mas s�o instru�dos sobre a necessidade do respeito ao habitat de cada esp�cie.

 

"Para aulas, podemos ter bovinos, equinos e outros animais mais dom�sticos. Animais selvagens em cativeiro representam um perigo e pode ser um mal para o pr�prio animal. At� porque � imposs�vel algu�m sair andando e se deparar com uma esp�cie dessas por aqui", avalia.

A professora explica ainda que esse tipo de serpente � proveniente da �ndia e da �frica. A esp�cie espec�fica, uma naja kaouthia, vive apenas no Sul da �sia e apenas institui��es autorizadas pelo Ibama, a exemplo do pr�prio Instituto Butantan, t�m autoriza��o, no Brasil, de criar serpentes do g�nero e ter ambientes que promovam seguran�a, inclusive, para o animal. A Pol�cia Civil vai investigar a origem do animal que picou o rapaz.


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