
Ap�s ser mordido, o jovem foi levado para o Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. O soro antiof�dico necess�rio para anula��o do veneno foi entregue pelo Instituto Butantan em car�ter emergencial. J� na tarde desta quarta, o jovem apresentou leve melhora e foi submetido � uma hemodi�lise.
O Ibama afirma que aplicar� multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil, ao criador ou ao propriet�rio da resid�ncia em que a serpente estava. O Batalh�o da Pol�cia Militar Ambiental (BPMA) resgatou a cobra, que at� ent�o estava desaparecida, no shopping P�er 21, em Bras�lia. Segundo a corpora��o, familiares do estudante forneceram informa��es que levaram ao contato de um adolescente que estaria com o bicho. De acordo com a Pol�cia Civil, ele � amigo do estudante picado.
Em nota, o Ibama destaca que a esp�cie do g�nero naja somente poderia ser criada para fins comerciais, como institui��es farmac�uticas, ou com intuito de conserva��o, ou seja, quando o animal n�o pode voltar � natureza. Mas, para isso, o respons�vel precisa ter autoriza��o emitida por �rg�o ambiental estadual e seguir regras para a cria��o e mant�-la em local apropriado.
O �rg�o far� uma consulta �s institui��es habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zool�gico e institutos de pesquisa.
Desequil�brio no ecossistema
O bi�logo diretor de r�pteis e artr�podes do Zool�gico de Bras�lia, Carlos Eduardo N�brega, explica que pelo fato de o cerrado possuir v�rios microclimas, caso fosse solta, a serpente poderia vir a se adaptar e se estabelecer na regi�o. “Se esse exemplar encontrar um parceiro do sexo oposto que tamb�m consiga se estabelecer, eles podem at� reproduzir, aumentando o n�mero de exemplares na �rea”, afirma.
Tal adapta��o poderia vir a trazer desequil�brio no ecossistema do cerrado, trazendo a depreda��o de esp�cies nativas e doen�as inexistentes no local. H� relatos, segundo o bi�logo, de que outras esp�cies ex�ticas como as p�tons e as corn snakes est�o sendo encontradas em �reas do cerrado.
De acordo com o diretor, n�o se deve trazer nenhum animal para o Brasil sem autoriza��o do Ibama e licen�a de todos os �rg�os ambientais. “Isso porque, quando voc� traz um animal desse, voc� tem que primeiro trazer o soro”, explica.
Estudante de veterin�ria
Pedro Henrique cursa veterin�ria no Centro Universit�rio Uniceplac. Segundo a coordenadora do curso, Daniella Ribeiro Guimar�es Mendes, v�rios alunos manifestam apre�o pelos mais diversos tipos de animais, mas s�o instru�dos sobre a necessidade do respeito ao habitat de cada esp�cie. "Para aulas, podemos ter bovinos, equinos e outros animais mais dom�sticos. Animais selvagens em cativeiro representam um perigo e pode ser um mal para o pr�prio animal. At� porque � imposs�vel algu�m sair andando e se deparar com uma esp�cie dessas por aqui", avalia.
A professora explica ainda que esse tipo de serpente � proveniente da �ndia e da �frica. A esp�cie espec�fica, uma naja kaouthia, vive apenas no sul da �sia e apenas institui��es autorizadas pelo Ibama, a exemplo do pr�prio Instituto Butantan, t�m autoriza��o, no Brasil, de criar serpentes do g�nero e ter ambientes que promovam seguran�a, inclusive, para o animal. A Pol�cia Civil vai investigar a origem do animal que picou o rapaz.
O Grupo de Estudos de Animais Silvestres e Ex�ticos (Gease) do Uniceplac emitiu uma nota de pesar em apoio ao estudante e � fam�lia. Mas o grupo ressalta que n�o incentiva a cria��o de animais que possam oferecer riscos � sa�de humana, ou do pr�prio animal. “Aconselhamos que os membros que desejem adquirir um animal silvestre, fa�am isso seguindo as leis e normativas vigentes no pa�s”, afirmam.
“O aluno e amigo Pedro Henrique, � um importante membro deste grupo. Nos sentimos consternados com a situa��o e aceitamos todas as manifesta��es de carinho que ajudem em sua recupera��o neste momento. Sejamos solid�rios evitando julgamentos que n�o contribuem para a melhora do quadro geral e faz com que sofram �queles que o amam”, finalizam.