
A apura��o visa identificar se h� conex�o entre o com�rcio ilegal de animais com o caso da cobra naja. Em mat�ria exclusiva, publicada ontem, o Correio revelou que uma das testemunhas ouvidas pela pol�cia confirmou que Pedro Henrique comprava e vendia cobras ex�ticas desde 2019. “Obtivemos a informa��o de que haveria essa p�gina (de venda ilegal de animais) e abrimos procedimento para apurar. O MPDFT acompanha o inqu�rito e aguarda a conclus�o das investiga��es. Como o assunto ainda est� sob apura��o, n�o � poss�vel dar mais detalhes”, explicou o promotor.
A cria��o de naja no Brasil, assim como a de qualquer r�ptil ex�tico, � proibida com base na legisla��o existente. O artigo 4ª, da Lei nº 5.197/67, determina que nenhuma esp�cie poder� ser introduzida no pa�s, sem parecer t�cnico oficial favor�vel e licen�a expedida na forma da lei. “Sempre destaco que animal ex�tico n�o � pet. Ele � retirado de seu habitat de origem. Al�m de ser uma a��o cruel com o animal, isso pode gerar desequil�brios ambientais graves. O MP atua para coibir essa pr�tica”, completou o magistrado.
Afastamento e pris�o
Dois servidores lotados no Centro de Triagem e Reabilita��o de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) s�o suspeitos de envolvimento com os fatos investigados pela pol�cia relacionados a uma organiza��o de tr�fico internacional de animais silvestres. Adriana da Silva Mascarenhas � uma das funcion�rias.
Com base nas investiga��es, ela teria concedido uma licen�a irregular a Gabriel Ribeiro, em 12 de fevereiro de 2019. O termo, assinado pela funcion�ria, autoriza a entrega de uma cobra jiboia-arco-�ris, nativa do Brasil, a Gabriel Ribeiro de Moura, 24 anos, um dos amigos de Pedro Henrique Lehmkuhl, 22, estudante atacado pela naja. Por�m, ele n�o tinha autoriza��o para criar o r�ptil.
Gabriel, que tamb�m � estudante de medicina veterin�ria, est� preso, temporariamente, na carceragem da Divis�o de Controle e Cust�dia de Presos (DCCP) desde quarta-feira, por tentar obstruir dilig�ncias realizadas pela 14ª Delegacia de Pol�cia (Gama). Ele divide a cela com outros 10 detentos, segundo informa��es do Tribunal de Justi�a do Distrito Federal e Territ�rios (TJDFT).
O estudante de medicina veterin�ria deve ficar preso at� amanh�. Caso a Justi�a converta a pris�o em preventiva, ele ser� transferido para o Complexo Penitenci�rio da Papuda, onde dever� ficar no Centro de Deten��o Provis�ria (CDP II) — unidade que abriga detentos rec�m-chegados no sistema prisional, para que cumpram o per�odo de quarentena em decorr�ncia do novo coronav�rus.
A cela em que Gabriel est� mede 4,80m de profundidade e 1,70m de largura. O jovem n�o pode receber visitas de familiares ou amigos, com base na determina��o da Vara de Execu��es Penais (VEP), para evitar o cont�gio da COVID-19. Al�m disso, ele tem direito a banho de sol di�rio por duas horas. A advogada de Gabriel, Amanda Bedaqui, informou que entrou com o pedido de habeas corpus, mas n�o deu mais detalhes.
CURIOSIDADES
Live da naja
Em live promovida, ontem, no Instagram do Zool�gico de Bras�lia, o diretor de r�pteis do Zoo, o bi�logo Carlos Eduardo, apresentou curiosidades sobre a naja kaouthia. A cobra est� no local desde que foi apreendida pela Pol�cia Civil.
A serpente, com comprimento de, aproximadamente, 1,5m, � nativa da �sia e � adulta. O animal chega a botar entre 15 a 20 ovos. At� o momento, n�o se sabe se a naja � f�mea ou macho. “Ainda n�o fizemos a sexagem dela. Para isso, temos que colocar um bast�o cir�rgico e, quando esse bast�o entra mais de sete escamas, � porque trata-se de um macho”, disse o bi�logo.
Na quinta-feira passada, ela comeu pela primeira vez no Zoo. O alimento foi um camundongo. De acordo com o diretor de r�pteis, essa serpente alimenta-se, frequentemente, a cada 15 dias. Outra curiosidade � em rela��o � audi��o da cobra. “Elas n�o t�m aparelho auditivo completo. Se eu gritar por duas horas, ela n�o vai ouvir, mas apenas ouvir a vibra��o”, explicou.