
No dia em que a R�ssia registrou a primeira vacina da COVID-19, o Estado de Minas realiza levantamento das vacinas testadas ou desenvolvidas no Brasil e em Minas. Duas candidatas a imunizante contra o novo coronav�rus est�o sendo testadas em humanos no Brasil, uma desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laborat�rio Astrazeneca e a CoronaVac, desenvolvida pela biofarmac�utica chinesa Sinovac Biotech, cujos testes da fase 3 da terceira etapa est�o sendo aplicados por pesquisadores da UFMG, considerada a mais cr�tica do processo. “Agora, � o mundo real”, define o professor Fl�vio Fonseca, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da institui��o, virologista e pesquisador do CTVacinas.
O desenvolvimento de vacina compreende tr�s etapas, divididas em cinco fases: a primeira (bancada de laborat�rio) e segunda etapas (teste pr�-cl�nico) t�m, cada uma, respectivamente, uma fase, enquanto a terceira etapa (ensaio cl�nico), com aplica��o da subst�ncia em humanos, � compreendida por tr�s fases. O ensaio cl�nico consiste em tr�s fases, que medem, sucessivamente, a seguran�a, gera��o de anticorpos e efic�cia. A Oxford/Astrazeneca e CoronaVar est�o na etapa 3. A vacina do CTVacinas chegou � etapa 2.
Na primeira fase da terceira etapa, o pesquisador avalia se o grupo testado apresentou algum efeito colateral. Na fase seguinte, � verificado se foram gerados anticorpos e c�lulas de imunidade. A �ltima fase da terceira etapa avalia a efici�ncia, se de fato a subst�ncia protegeu os volunt�rios do v�rus. Nessa �ltima fase, s�o realizados testes em grande n�mero de volunt�rios, sendo que alguns recebem o medicamento e outros, subst�ncia placebo.
A CoronaVac ser� aplicada em 850 volunt�rios. Depois que recebem a subst�ncia, eles voltam � vida normal. Os cientistas ent�o, depois do acompanhamento, analisam se a subst�ncia candidata a vacina protegeu percentual expressivo dos volunt�rios.
O m�dico Mauro Teixeira, professor do Departamento de Bioqu�mica e Imunologia, coordenador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de F�rmacos do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, � o respons�vel pelos testes. Ele foi procurado pela reportagem, mas, por meio da assessoria, disse que est� envolvido com a��es de sua pesquisa e n�o p�de atender a imprensa.
O professor Fl�vio Fonseca, do Departamento de Microbiologia do ICB, virologista e pesquisador do CTVacinas, acredita que � pouco prov�vel que os laborat�rios comecem a vacinar grupos populacionais em massa antes de 2021. Fl�vio acredita que, mesmo que os pesquisadores acelerem, os resultados da fase 3 das vacinas em ensaio cl�nico devem ficar prontos at� o final deste ano.
"A inten��o publicizada por alguns laborat�rios � de come�ar a vacinar grupos espec�ficos at� antes do fim de 2020, mas estamos falando de uma vacina��o experimental. Vacina��o em massa, de uma popula��o como a brasileira, dificilmente vai acontecer antes de 2020. Estamos com perspectiva de in�cio de vacina��o em 2021 se os resultados dessas subst�ncias forem realmente bons", diz Fl�vio.
A Universidade de Oxford e a Astrazeneca, que publicaram os resultados das etapas 1 e 2 da candidata a vacina, adotaram tecnologia in�dita. N�o h� nenhuma vacina humana licenciada que use essa tecnologia. “S�o bons resultados, muito promissores. Mas a fase tr�s da terceira etapa � a mais cr�tica. Na fase 1, avalia-se se tem efeito colateral; na fase 2, se gera anticorpos e imunidade. Agora, na fase 3, � o mundo real. A efic�cia � avaliada agora. H� grande chance de dar certo, mas, em ci�ncia, s� testando. S� provando. A fase cr�tica come�ou agora”, afirma Fl�vio.
Ainda n�o h� publica��es em revistas cient�ficas sobre os resultados da CoronaVac. Na fase 3 da terceira etapa, milhares de volunt�rios s�o imunizados. No entanto, a exposi��o ao v�rus ocorre de forma natural, ou seja, no cotidiano da cidade em que cada volunt�rio vive. Por isso, essa fase � realizada, preferencialmente, em localidades onde esteja ocorrendo a infec��o. Com alto n�mero de casos e curva de transmiss�o ascendente para a COVID-19, o Brasil foi escolhido para os testes. (MMC)
Candidatos a imunizante

» Oxford/Astrazeneca – Vacina chamada de vetor viral. Um gene que codifica uma prote�na do coronav�rus � inserido no genoma de outro v�rus, chamado de adenov�rus, por engenharia gen�tica. Nesse caso, � um adenov�rus de chimpanz�, n�o patog�nico para o ser humano. O adenov�rus, dentro do DNA, leva um pedacinho do genoma do coronav�rus. Quando entra em uma c�lula humana se multiplica e produz, al�m da pr�pria prote�na, tamb�m a prote�na do coronav�rus. O sistema imunol�gico gera resposta imune, c�lulas de defesa, contra todas aquelas prote�nas do adenov�rus (vetor viral) e tamb�m contra a prote�na do coronav�rus cujo gene foi inserido por engenharia gen�tica.
» CoronaVac – � uma vacina cl�ssica, composta por v�rus morto. O v�rus � multiplicado em laborat�rio e inativado por meio de processos f�sicos e qu�micos. J� h� vacinas humanas que adotam essa estrat�gia. Por exemplo, a vacina tradicional usada no Brasil contra a gripe � composta por v�rus morto.
» Vacina CTVacinas – � semelhante � vacina da AstraZeneca. Usa um v�rus da gripe atenuado, n�o replicativo. Um gene que codifica a prote�na do coronav�rus � inserido no genoma desse v�rus. Quando entra na c�lula, o vetor viral tem o v�rus vacinal (da gripe) e a prote�na do coronav�rus. O sistema imune n�o faz distin��o, reagindo aos dois.
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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