
No pa�s, s�o 850 os pacientes que precisam do transplante, sendo 5.199.915 doadores cadastrados. S�o dados do Registro Nacional de Doadores Volunt�rios de Medula �ssea (Redome). A possibilidade de localizar um doador compat�vel � de 88% na fase preliminar da busca e, ao fim do processo, de 64%. A preocupa��o acontece porque o n�mero de cadastros para doadores de medula �ssea diminuiu durante a pandemia.
Um entrave importante para encontrar uma medula compat�vel com o paciente passa pelo fato de que o Brasil � um pa�s miscigenado. � o que explica o coordenador do servi�o de hematologia e do servi�o de transplante de medula �ssea do Hospital Fel�cio Rocho, em Belo Horizonte, Guilherme Muzzi. "A compatibilidade � de origem gen�tica. Assim, quanto maior a miscigena��o, maior a variedade populacional e, consequentemente, maior a dificuldade para se encontrar um doador", esclarece.
Situada na por��o interna das extremidades dos ossos longos, bacia e cr�nio, a medula �ssea responde pela produ��o dos gl�bulos vermelhos, brancos e plaquetas e, desta maneira, � tamb�m chamada f�brica do sangue. O transplante � o tratamento mais efetivo no enfrentamento de mais de 80 enfermidades que afetam as c�lulas originadas na medula. Na lista de transtornos, leucemia, anemia apl�sica e defici�ncia grave da imunidade s�o os principais exemplos.
PROCEDIMENTOS
S�o dois os tipos de procedimentos para realizar a coleta para o transplante, como explica Guilherme Muzzi. Um � feito com a remo��o da medula diretamente da veia. "O doador, durante cinco dias, toma um medicamento para estimular as c�lulas tronco da medula a se misturarem com o sangue, que a� � coletado por uma m�quina, em pequena quantidade. Em seguida, � filtrado para retirar apenas essas c�lulas", afirma.
O outro processo parte da coleta do sangue por meio de interven��o cir�rgica. O doador � anestesiado e se submete a pun��es na bacia, para que sejam retiradas as c�lulas tronco diretamente de l�. "A indica��o de qual m�todo ser� escolhido para fazer a coleta da medula � do m�dico", diz Guilherme Muzzi.
Seja qual for a op��o escolhida, o doador passa por, ao menos, tr�s etapas. A princ�pio, deve comparecer ao hemocentro para coletar uma uma pequena amostra de sangue e preencher os dados cadastrais. A amostra, a partir da�, � submetida a uma an�lise de compatibilidade e as informa��es s�o encaminhadas para o banco de dados do Redome, onde, diariamente, s�o confrontadas com os dados de pacientes que precisam do transplante.
Depois, o segundo passo s� acontece se os dados cruzados acusarem a compatibilidade. Em caso afirmativo, o doador � comunicado e perguntado se realmente dar� prosseguimento � doa��o. Com uma reposta afirmativa, � levado para a coleta de uma nova amostra de sangue, a fim de refor�ar a compatibilidade. Se assegurada, parte para avalia��o m�dica e, finalmente, na �ltima etapa, ocorre a doa��o propriamente dita.
Guilherme Muzzi pontua que a doa��o de medula �ssea � um procedimento seguro. "Os que tiveram a medula retirada diretamente da veia podem voltar �s atividades normais no dia seguinte � coleta. J� os que passaram pelo procedimento cir�rgico precisam se afastar de suas atividades por uma semana para se recuperar".
Para ser doador, � necess�rio ter entre 18 e 55 anos, bom estado de sa�de, n�o ter tido c�ncer e nem doen�as autoimunes.