
O pai do adolescente, Frederico Remus, 47, contou ao Correio que, no in�cio da pandemia, a fam�lia foi passar uma temporada em Tocantins (TO), onde ele tem um neg�cio. Na noite de 28 de julho, a irm� de Jo�o Vitor, 14, estava usando o carregador em uma extens�o, quando o menino pediu para utilizar o cabo. “Ela tirou o carregador e entregou a extens�o para ele, mas ningu�m viu que o carregador havia quebrado, e parte dele ficou na tomada da extens�o. Quando ele ligou a extens�o na tomada e foi conectar o outro aparelho, acabou levando o choque”, detalhou.
No momento do acidente, o menino estava em casa com a irm� e a m�e, Kellen Remus, 40. O pai estava chegando em casa, por volta das 23h, quando soube do ocorrido. Vizinhos da fam�lia, que atuam na �rea da sa�de, tentaram reanimar Jo�o Vitor por 35 minutos, enquanto aguardavam a chegada do Corpo de Bombeiros.
Em seguida, ele foi levado para o Hospital Geral de Palmas (HGP), onde a equipe m�dica conseguiu reanim�-lo. “Todo mundo ficou alegre, porque ele estava voltando. Eu estava com esperan�a de que tudo daria certo, mas ele precisou ficar na UTI por 10 dias. No dia 6, ele teve morte encef�lica”, disse Frederico. O enterro do adolescente ocorreu no s�bado (8/8).
Sorriso f�cil
Kellen descreveu o filho com “um menino de luz, que onde passava deixava a marca dele”. Ela contou que ele sempre queria tirar sorriso de todos que estavam por perto, al�m de ser um adolescente aut�ntico e que ajudava a fam�lia. “Ele fazia amizade f�cil, falava a verdade nua e crua, tinha um poder de conclus�o r�pido. Era um menino inteligente. Gosta de jogar Fortnite. Eu perdi uma parte do meu corpo, perdi meu cora��o”, disse.
Per�cia
A fam�lia mora no Sudoeste, em Bras�lia, mas, como o acidente ocorreu em Tocantins, a investiga��o e a per�cia est�o a cargo da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento a Vulner�veis (DAV-Palmas). Por meio de nota, a Secretaria de Seguran�a P�blica do estado informou que, por se tratar de um adolescente, o caso � apurado em sigilo.
Com o resultado da per�cia em m�os, a fam�lia quer entrar com uma a��o no Minist�rio P�blico do Distrito Federal e Territ�rios (MPDFT) pedindo a suspens�o da venda de carregadores sem comprova��o do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “Meu filho foi v�tima de uma arapuca. N�o tinha um m�s que compramos o carregador. Ningu�m imagina que isso vai acontecer. Uma parte de mim foi embora. Tiraram uma parte do meu cora��o”, declarou Frederico, com voz embargada de emo��o.