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Estado de Minas FEMINIC�DIO

Garota de 4 anos que viu a m�e ser assassinada pelo pai n�o assimilou morte

O tio da crian�a contou que ela acha que a m�e est� no hospital, fazendo cirurgia. A menina de 4 anos assistiu ao feminic�dio


15/09/2020 13:38 - atualizado 15/09/2020 14:08

Shirley Rúbia, de 39 anos, foi esfaqueada quando levava a filha ao pediatra(foto: Reprodução/Arquivo cedido ao Correio)
Shirley R�bia, de 39 anos, foi esfaqueada quando levava a filha ao pediatra (foto: Reprodu��o/Arquivo cedido ao Correio)
O feminic�dio ocorrido em Ceil�ndia na tarde da �ltima segunda-feira (14/9) marcou a vida de uma crian�a de apenas 4 anos, que viu a m�e ser atacada a facadas pelo pai. A garota, por�m, ainda n�o p�de assimilar o crime b�rbaro. “Ela acha que a m�e est� no hospital, fazendo cirurgia, mas vai voltar”, conta Robson Eur�pides, 52 anos, tio da menina.

O crime aconteceu dentro de um hospital particular, onde Shirley R�bia Gertrudes, 39, havia marcado uma consulta com o pediatra. A mulher foi ao local acompanhada pelo ex-companheiro e pai da crian�a, Rafael Rodrigues Manuel, 35. Os dois chegaram a discutir brevemente dentro do consult�rio, quando o homem resolveu sair, buscar uma faca dentro do carro e entrar novamente na sala de consulta para desferir os golpes. Um deles atingiu o cora��o.

Tudo aconteceu na frente da crian�a e do m�dico. O hospital direcionou a v�tima para o centro cir�rgico, mas ela n�o resistiu aos ferimentos. A filha recebeu um acompanhamento do Departamento de Psicologia do hospital. “N�o sei o que vamos falar para ela daqui para frente. N�o sei como contar que a m�e faleceu. Ainda n�o conseguimos nem pensar nisso”, diz Robson.

Bra�o direito

O irm�o define Shirley como uma pessoa especial, bra�o direito da fam�lia. Essa � a primeira imagem que fica da v�tima do ataque brutal, algu�m que sempre esteve disposta a ajudar quem estivesse por perto.

“Somos cinco irm�os, todos com carinho muito grande, mas ela era especial para a gente. Ativa, comunicativa, trabalhadora, guerreira. Era uma mulher crist� que ajudava muito. Fiquei dois anos desempregado e ela me dava um pacote de arroz, uma palavra de for�a. A gente era muito pegado”, lembra o irm�o.

Robson conta ainda que Shirley se doava muito ao trabalho. “Eu mandava mensagem para ela brincando, dizendo ‘cad� voc�, cabe�ona? Sumiu’, e ela dizia que estava sem tempo com os dois servi�os”. A mulher chegou a trabalhar como recepcionista no hospital onde foi assassinada, entre 2013 e 2017. Atualmente, ela atuava como seguran�a de uma outra unidade de sa�de, na Asa Norte. Al�m da crian�a, ela deixa um adolescente, de 17 anos, fruto de outro relacionamento.

Ainda n�o h� defini��o sobre o dia do enterro. “Vou ver minha irm� debaixo do ch�o, na terra e n�o sei o que vai ser de mim, mas Deus vai me dar for�a para ajudar a passar por isso e a cuidar da minha sobrinha, que gostava muito de mim”, afirma Robson.

Levantamento

O Correio mostrou que dezenas de fam�lias foram dilaceradas pelo feminic�dio nos �ltimos cinco anos. Nesse per�odo de tempo, 107 mulheres perderam a vida v�timas do crime de intoler�ncia e 137 crian�as e adolescentes tornaram-se �rf�os devido aos assassinatos por preconceito de g�nero no Distrito Federal.


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