
Com 6.796 focos de inc�ndio entre 1º de setembro e este domingo, o Pantanal vive o pior m�s da s�rie hist�rica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora queimadas no bioma desde 1998. No mesmo per�odo, em 2019, havia 2.727 focos registrados; em 2018, 783. Antes, o pior m�s havia sido agosto de 2005, com 5.993. No total, o Inpe detectou 16,9 mil inc�ndios entre janeiro e setembro deste ano, maior n�mero j� registrado no per�odo.
Somente este m�s, a quantidade de focos ultrapassa o acumulado de v�rios anos inteiros, como 2018, que teve 1.691 inc�ndios; 2017, com 5.773; e 2016, com 5.184. Ao longo de 2020, o fogo no Pantanal queimou uma �rea de 18,6 mil km² — o equivalente a 56 vezes o tamanho de Belo Horizonte. O espa�o destru�do em apenas oito meses chega perto dos 20,8 mil km² devastados pelo fogo ao longo dos 12 meses de 2019, maior registrado em um ano.
Algum n�vel de queimada � esperado nesta �poca, por ser a mais seca do ano. Mas 2020 j� come�ou ruim no bioma, com poucas chuvas, na fase mais �mida, e muito mais focos de inc�ndio do que a m�dia em anos anteriores, mesmo no primeiro semestre. Soma-se a pior seca na regi�o nos �ltimos 60 anos — de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) — � indu��o de queimadas por seres humanos.
A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) do Mato Grosso apura, desde o in�cio do m�s, quem s�o os poss�veis respons�veis por v�rios focos de inc�ndio no Pantanal. De acordo com o governo do estado, cinco per�cias feitas pelo Centro Integrado Multiag�ncias de Coordena��o Operacional (Ciman-MT) apontaram a a��o humana como causa da origem das queimadas na regi�o.
A chegada das chuvas cria expectativa de melhora na segunda metade de outubro. Por enquanto, contudo, o Pantanal continua passando por “condi��es de seca severa a excepcional”, principalmente na regi�o norte do bioma, segundo o Cemaden. De julho a setembro, mais de 80% das �reas agroprodutivas dos munic�pios de C�ceres, Pocon� e Bar�o de Melga�o foram afetadas pela seca.