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Estado de Minas PANTANAL

Imagem de on�as queimadas comove internet: animais est�o em recupera��o

Amanaci e Ousado, on�as que sobreviveram a inc�ndios que consomem o bioma, foram resgatadas e s�o tratadas em criadouro para fins de conserva��o em Corumb� de Goi�s


06/10/2020 08:35

(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A gravidade dos inc�ndios que consomem o Pantanal emocionou o mundo, principalmente depois que imagens dos animais feridos come�aram a circular na internet.

Uma das que geraram maior repercuss�o foi a de uma on�a-pintada com as patas enfaixadas ap�s sofrer s�rias queimaduras. Trata-se da f�mea batizada de Amanaci, que hoje est� em tratamento no Nex no Extinction, um criadouro cient�fico para fins de conserva��o que funciona em Corumb� (GO), no Entorno do Distrito Federal. Ela e o macho Ousado est�o sob os cuidados de uma equipe de volunt�rios e recuperando-se aos poucos.

Como o espa�o � dedicado a cuidar de felinos, os �rg�os ambientais do Mato Grosso pediram ajuda para acolher esses animais, como explica o diretor-executivo Silvano Gianni. “A organiza��o Ampara Silvestre patrocinou o tratamento, fez o transporte dos animais e pagou a medica��o. N�s entramos com o tratamento”, detalha. “Essas duas on�as viraram �cone da trag�dia que est� acontecendo no Pantanal. Se houvesse preserva��o, nada daquilo aconteceria.”

Amanaci chegou em 21 de agosto, em grande agonia. O fogo destruiu completamente os coxins das quatro patas. A estrutura se assemelha a almofadinhas e permitem melhor apoio do animal. A pele estava em carne viva, com exposi��o dos ossos. “� uma �rea muito vascularizada, ent�o imagine a dor que ela estava sentindo. Nos primeiros dias, ela ficava deitada com as patas para cima, porque n�o conseguia tocar no ch�o”, lembra a bi�loga e veterin�ria volunt�ria Karolina Vitorino. Sem os coxins, dificilmente a on�a conseguir� voltar para a natureza.

A partir da observa��o das mamas, que indicavam que ela estava em fase de amamenta��o, a equipe de tratadores acredita que o motivo de ela ter sofrido tantas les�es seja porque tentava proteger a cria, nascida h� pouco tempo. “Ela se queimou a ponto de n�o conseguir andar. O que faz uma on�a ficar tanto tempo presa no fogo? Por isso acreditamos que ela tentava socorrer um filhote”, avalia Silvano. Amanaci chegou pesando cerca de 55kg, e n�o comia h� uma semana. Agora, ela passa por tratamento com aplica��o de c�lulas-tronco. “� a primeira vez que fazemos essa experi�ncia em uma on�a queimada e os resultados s�o r�pidos. A carne est� se recuperando para cobrir os ossos expostos”, destaca o diretor-executivo. “N�s j� usamos c�lulas-tronco em outra on�a que teve fratura exposta e hoje est� completamente recuperada. O material guardado foi usado inicialmente em Amanaci, mas agora ela j� usa c�lulas dela mesma.”

Recupera��o

Em Ousado, o tratamento � outro: oz�nioterapia e laserterapia. O macho que chegou com 70 kg, em 13 de setembro, era figura conhecida no Pantanal, e recebeu o nome porque sempre se exibia para os turistas. A aplica��o de oz�nio, laser, al�m de pomadas homeop�ticas est�o ajudando a recuperar a pele queimada das patas.

No Nex, ele ganhou 9kg, e os veterin�rios comemoram o r�pido progresso. “� muito gratificante ver que estamos conseguindo ajudar, gra�as ao trabalho de equipe e a soma de t�cnicas. Ele provavelmente voltar� para a natureza, desde que a casa dele esteja no lugar”, celebra Karolina, respons�vel pela terapia com laser. “Atrav�s da radia��o vermelha e infravermelha, n�s conseguimos uma a��o anti-inflamat�ria e analg�sica.”

A oz�nioterapia � feita pela veterin�ria volunt�ria Nath�lia Lira. “� um tratamento bastante usual em pequenos animais, com a��o bactericida, para tratar as feridas”, refor�a. “Ele j� fez seis sess�es e acredito que com mais duas ou tr�s, estar� bom.”

Futuro

A alta m�dica ser� dada pelo veterin�rio do Nex Thiago Luczinski. “A gente est� muito feliz com os resultados e vendo que o tratamento est� funcionando bem. Constantemente fazemos exames de sangue para verificar os rins e f�gado, e est� tudo certo”, garante. “Ainda � cedo para falar em alta, mas acredito que, no caso do Ousado, em 10 dias ele tem condi��es. Com a Amanaci ser� preciso mais tempo.”

Thiago n�o arrisca dizer se os animais poder�o ser devolvidos ao habitat. “Ele tem mais chances, mas � cedo para falar em voltar. Depois que as feridas dela cicatrizarem, vai precisar ser reavaliada para vermos se ser� poss�vel.” Os ferimentos da f�mea prejudicam a pr�pria defesa. “Ela teve les�es nos ligamentos das garras, ent�o n�o consegue mais exp�-las. Com isso, ter� dificuldades para ca�ar e escalar tamb�m.”

Ele conta que essa � a primeira vez que viu um animal t�o machucado. “Eu lembro quando ela chegou aqui. Foi muito impactante v�-la saindo da jaula, sem coragem de andar, com medo de apoiar as patas. Nunca tinha visto uma les�o daquele jeito”, descreve. “As feridas ainda s�o dif�ceis de ver, para quem n�o est� acostumado. Est� feio, mas, comparado a como ela chegou, melhorou muito.”


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