
A decis�o pelo arquivamento foi do desembargador Nicodemes Domingos Borges, da 1ª C�mara Criminal do Tribunal. O magistrado entendeu que a Afipe � uma entidade privada e que n�o h� provas suficientes de que o dinheiro doado pelos fi�is tinham desvios de finalidade. "A Afipe se trata de uma associa��o civil evangelizador e, para atender �s suas necessidades, poder� criar atividades como instrumento captador de recursos financeiros", justificou. � em cima desse argumento que deve atuar o MPGO. Da reuni�o dos promotores deve sair a estrat�gia que visa manter a investiga��o em andamento na Justi�a.
sacerdote recebeu a not�cia do arquivamento do processo com alegria e tranquilidade, mas sem surpresa. Ele disse ainda que, se o Minist�rio P�blico de Goi�s tivesse procurado o padre para dar explica��es, tudo j� teria sido esclarecido. "Essa � a verdade que sempre existiu, n�o houve qualquer surpresa. Mas ele ficou feliz de ver a verdade estabelecida. O padre Robson foi muito mais que absolvido, reconheceu-se que ele n�o cometeu nenhum crime", defende.
O advogado do padre, Pedro Paulo de Medeiros, disse que o A investiga��o identificou pagamentos suspeitos da ordem de R$ 120 milh�es, com preju�zo de R$ 60 milh�es � Afipe. No entanto, a defesa diz que todos os bens adquiridos com dinheiro de doa��es de fi�is pertencem � associa��o, n�o ao padre. Al�m disso, o advogado argumenta que o estatuto da associa��o permite, expressamente, a possibilidade de usar o dinheiro para investimentos, com o objetivo de aumentar os recursos a serem aplicados na evangeliza��o. "A Afipe � uma entidade privada e quem decide o que � feito com o dinheiro � a pr�pria associa��o", explica o advogado.
No mesmo dia da opera��o, o sacerdote pediu afastamento da Afipe, alegando que o objetivo � contribuir com as investiga��es dos promotores. A Arquidiocese de Goi�nia suspendeu temporariamente o direito de realizar celebra��es do padre Robson em 23 de agosto, dois dias ap�s a opera��o. Nos �ltimos meses, o padre ficou recolhido, cuidando da sua defesa no processo. "Agora, ele est� aguardando humildemente para que a Igreja e a Afipe definam os pr�ximos passos dele", revelou Pedro.
Opera��o Vendilh�es
O MPGO deflagrou a opera��o Vendilh�es no dia 21 de agosto. Na ocasi�o, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreens�o em Trindade e Goi�nia. O MP suspeitava da pr�tica de crimes de apropria��o ind�bita e lavagem de dinheiro. A quantia investigada chega a R$ 1,7 bilh�o.
Segundo os procuradores, foi descoberta uma teia de movimenta��es financeiras, envolvendo a compra e venda de im�veis – casas, apartamentos e fazendas – em Goi�s e outros estados, al�m de transfer�ncias de valores entre contas banc�rias. Entre os im�veis investigados est� uma casa na praia, na Bahia.
No mesmo dia da opera��o, a Justi�a tamb�m autorizou a quebra de sigilo dos dados banc�rios, fiscais e telef�nicos do padre. Um dia depois, o sacerdote pediu afastamento das fun��es de reitor da do Santu�rio Bas�lica de Trindade e da presid�ncia da Afipe.
O Minist�rio P�blico chegou a pedir a pris�o do padre, sob o argumento de que a deten��o seria necess�ria porque os desvios de dinheiro estariam ocorrendo h� anos. No entanto, o pedido foi negado pela ju�za Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organiza��es Criminosas e Lavagem de Capitais da comarca de Goi�nia.