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Estado de Minas COVID-19

Tipo sangu�neo pode aumentar as chances de se pegar COVID-19

Pessoas do grupo A e AB s�o mais vulner�veis a complica��es da doen�a; por outro lado, � menor o n�mero de infectados com sangue tipo O


15/10/2020 17:35

(foto: AFP / GIL COHEN-MAGEN)
(foto: AFP / GIL COHEN-MAGEN)
O tipo sangu�neo pode aumentar os riscos de uma pessoa ter COVID-19 e de sofrer maiores complica��es durante o tratamento da doen�a. � o que sinalizam as investiga��es de cientistas canadenses e dinamarqueses. Em duas pesquisas publicadas na revista Blood Advances, eles mostram como analisaram o perfil de infectados pelo novo coronav�rus e perceberam um n�mero menor de pessoas com sangue tipo O entre os pacientes.

Os especialistas tamb�m detectaram um n�mero maior de complica��es mais severas entre indiv�duos com sangue A e AB. Para eles, as descobertas poder�o ajudar no desenvolvimento de melhores abordagens m�dicas.

O papel do tipo sangu�neo na previs�o do risco e das complica��es da infec��o pelo Sars-CoV-2 ainda � pouco conhecido. Em busca de respostas, pesquisadores compararam os dados do registro de sa�de de mais de 473 mil dinamarqueses que testaram positivo para a covid-19 e mais de 2 milh�es de pessoas sem a enfermidade (grupo controle). Eles encontraram, nos infectados, um n�mero menor de pessoas com tipo sangu�neo e um maior de pessoas com tipos A, B e AB.

Novas an�lises levaram � conclus�o de que pessoas do grupo O t�m 13% menos risco de serem acometidas pela covid-19. Por outro lado, o grupo A tem 9% mais de possibilidade de ter a enfermidade, e o AB, 15 %. A taxa do grupo B n�o foi significativa. A equipe n�o encontrou diferen�a significativa na taxa de infec��o entre os tipos A, B e AB. “Dentre esses tr�s subtipos, nenhum deles obteve taxas consideradas muitos altas, que apontasse um risco maior do que os outros”, ressaltam no artigo.

Os pesquisadores explicam que as distribui��es dos grupos sangu�neos variam entre os subgrupos �tnicos. Isso fez com que eles se mantivessem atentos � etnia dos analisados durante o estudo. “A preval�ncia do tipo sangu�neo pode variar consideravelmente em diferentes grupos �tnicos e diferentes pa�ses. A Dinamarca � um pa�s pequeno, mas, muito diverso etnicamente, isso fez com que n�s consegu�ssemos fazer uma triagem adequada para manter uma base s�lida das nossas an�lises”, afirma, em comunicado, Torben Barington, pesquisador da University of Southern Denmark e um dos autores do estudo.

UTI

Em outra investiga��o, pesquisadores do Canad� observaram que os grupos sangu�neos A e AB parecem estar associados a um risco maior de complica��es geradas pela COVID-19. Os cientistas examinaram dados de 95 pacientes — todos hospitalizados em Vancouver devido a complica��es da doen�a. Aqueles que pertenciam aos dois grupos sangu�neos ficaram mais tempo na unidade de terapia intensiva (UTI), necessitaram de mais di�lise para tratar insufici�ncia renal e demandaram mais o uso de ventila��o mec�nica.

“Observamos esses danos nos pulm�es e nos rins e, em estudos futuros, queremos investigar o efeito do grupo sangu�neo e da covid-19 em outros �rg�os vitais.” Esses dados s�o de particular import�ncia � medida que continuamos a atravessar a pandemia (…) Precisamos de mais armas que ajudem a aumentar as chances de cura”, afirma, em comunicado, Mypinder S. Sekhon, pesquisador da Universidade of British Columbia e um dos autores.

David Urbaez, infectologista do Laborat�rio Exame, em Bras�lia, explica que, com o surgimento de uma nova enfermidade, � normal tentar detectar uma poss�vel influ�ncia do tipo sangu�neo. “Os grupos sangu�neo sempre t�m implica��es importantes nesse quesito, seja no ponto de vista gen�tico, seja em rela��o �s prote�nas presentes no gl�bulo vermelho. Esses fatores podem influenciar o fator de virul�ncia de uma infec��o e a sua mortalidade. Eles s�o tamb�m uma marca registrada dos seres humanos, e � normal que possam estar correlacionados � evolu��o de uma enfermidade”, detalha.

O m�dico ressalta que os resultados das pesquisas precisam ser aprofundados. “Tudo isso � uma frente inicial de pesquisa, que, com certeza, continuar�. Os dados vistos at� agora apontam para essa poss�vel suscetibilidade em pessoas do grupo A, mas precisamos que isso seja mais estudado. Temos que saber por que isso ocorre a n�vel molecular, qual o fator que pode fazer essa diferen�a”, justifica.

O infectologista tamb�m acredita que, caso a rela��o entre o tipo sangu�neo e a vulnerabilidade � COVID-19 seja comprovada, novas formas de tratamento poder�o surgir. “N�s j� sabemos de algumas caracter�sticas de pacientes que podem ter maiores complica��es, e isso j� mudou muito a forma como � feito o atendimento. Essa pode ser uma informa��o que se some a esses outros dados e, no futuro, poderemos ter alguma outra interven��o m�dica, como um medicamento que ajude a minimizar esse risco”, diz.

» Palavra de especialista
Necessidade de mais estudos

“As informa��es desse tipo de estudo est�o surgindo desde o in�cio da pandemia, mas as raz�es pelas quais ocorrem essas diferen�as ainda s�o especulativas. Por exemplo, em rela��o ao grupo A e AB, sabemos que essas pessoas t�m uma enzima que estabiliza alguns fatores de coagula��o. A presen�a dela pode fazer com que complica��es que ocorrem em casos de COVID-19, como a trombose, sejam mais frequentes.

Seria interessante fazermos estudos maiores, com um n�mero ainda maior de analisados, e em outros locais do mundo, para entendermos melhor esses dados. A Dinamarca consegue fazer esse tipo de an�lise porque eles t�m essa cultura de reunir dados m�dicos de toda a popula��o, e isso � algo muito valioso. Essa base de dados ampla e diversa etnicamente � essencial para estudos como esse.” Eduardo Fl�vio Ribeiro, hematologista e coordenador de Hematologia do Centro de Oncologia do Hospital Santa L�cia, em Bras�lia.

» Russos registram segunda vacina

A R�ssia registrou a segunda vacina contra o coronav�rus, uma etapa que, no pa�s, precede a fase final dos ensaios cl�nicos, em humanos. A f�rmula, intitulada EpiVacCorona, tem um “n�vel de seguran�a suficientemente alto”, segundo a vice-primeira-ministra russa respons�vel pela sa�de, Tatiana Golikova. A pr�xima etapa consiste em testes com 40 mil volunt�rios. Assim como fez com a primeira vacina, a Sputnik V, o governo russo n�o deu detalhes sobre a nova f�rmula, postura que desperta ceticismo na comunidade cient�fica. O an�ncio foi feito em um momento em que o pa�s enfrenta o ressurgimento da doen�a e n�mero recorde de infectados: 14.231 novos casos em 24 horas.

COVID-19: risco de se tornar sazonal

(foto: Michael Ciaglo/AFP)
(foto: Michael Ciaglo/AFP)

A COVID-19 pode virar uma doen�a sazonal, quando a maioria dos casos concentra-se em uma �poca espec�fica do ano. � o que cogitam cientistas americanos em um artigo divulgado na �ltima edi��o da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Os pesquisadores chegaram � conclus�o ao analisar modelos clim�ticos e dados sobre pandemia. Para eles, caso n�o surja uma vacina contra o Sars-CoV-2 e as medidas de isolamento sejam enfraquecidas, as infec��es devem ser mais frequentes no frio do que no calor, como ocorre com a gripe.

Os cientistas usaram dados da evolu��o da covid-19 desde o seu surgimento e informa��es sobre varia��es do clima ocorridas no mesmo per�odo. Eles constru�ram modelos estat�sticos que ajudam a prever em que cen�rio a COVID-19 pode atingir o seu potencial m�ximo de transmiss�o em todo o mundo, ao longo do ano. “Para fazer proje��es, usamos tamb�m dados clim�ticos m�dios mensais de temperatura e umidade de 2015 a 2019, partindo do pressuposto de que esses �ltimos anos s�o os mais adequados para prever um futuro mais pr�ximo”, explicam os autores no estudo, que tem como primeiro autor Cory Merow, pesquisador do Departamento de Ecologia da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos.

Luz ultravioleta

Por meio das an�lises, os investigadores observaram que a luz ultravioleta est� associada � diminui��o da taxa de crescimento das infec��es em rela��o a outros fatores analisados. “Com base nessas associa��es com o clima, prevemos que a COVID-19 diminuir� temporariamente durante o ver�o, se recuperar� no outono e atingir� o pico no pr�ximo inverno (…). � importante ressaltar que nossas previs�es referem-se � poss�vel taxa de crescimento na aus�ncia de distanciamento social ou de outras medidas de controle”, afirmam.

Os pesquisadores tamb�m destacam que ainda existem d�vidas sobre uma poss�vel sazonalidade do Sars-CoV-2, j� que fatores al�m do clima, como interven��es sociais, podem influenciar na transmiss�o do v�rus. “Portanto, o mundo deve permanecer vigilante, e as interven��es cont�nuas provavelmente ser�o necess�rias at� que uma vacina esteja dispon�vel”, enfatizam.

Queda hist�rica na emiss�o de CO2

As restri��es sociais geradas pela pandemia provocaram uma queda in�dita nas emiss�es de CO2 no primeiro semestre deste ano — maior at� do que as redu��es ocorridas durante a crise financeira de 2008 e a Segunda Guerra Mundial. O c�lculo foi feito por um grupo de pesquisadores internacionais e divulgado ontem, na revista brit�nica Nature Communications. Segundo os autores, a diminui��o � consequ�ncia de efeitos do confinamento social, como redu��o no uso de transportes, por exemplo.

Os pesquisadores realizaram an�lises com base em dados da produ��o el�trica e do tr�fego rodovi�rio em 416 cidades de 56 pa�ses, incluindo o Brasil. Eles contabilizaram n�mero de voos e registros sobre produ��o e consumo. Os c�lculos mostraram que, no primeiro semestre de 2020, as emiss�es de CO2 derivadas do transporte ca�ram 40%; as oriundas da produ��o de energia, 22%; e as da ind�stria, 17%. Emiss�es associadas � habita��o diminu�ram 3%, mesmo com o teletrabalho em massa. Os cientistas atribuem essa queda a um inverno (Hemisf�rio Norte) suave incomum, que limitou a necessidade de uso de aquecedores.

As emiss�es, por�m, voltaram aos n�veis habituais em julho, quando a maioria dos pa�ses flexibilizou as medidas de isolamento social. “Embora a redu��o das atividades humanas tenha gerado essa queda sem precedentes, a resposta a longo prazo n�o pode ser essa porque isso � algo invi�vel. Precisamos de mudan�as que sejam geradas pela transforma��o de nossos sistemas de produ��o de energia e de consumo”, defende, em comunicado, Hans Joachim Schellnhuber, pesquisador do Instituto Potsdam de Pesquisas de Impactos Clim�ticos, na Alemanha, e coautor do estudo.


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