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Estado de Minas VACINA��O

'N�o haver� aplica��o da vacina em massa', diz presidente da Fiocruz

Institui��o deve come�ar a produzir a vacina no Brasil em janeiro de 2021


04/11/2020 12:15 - atualizado 04/11/2020 12:50

(foto: Agência Brasil)
(foto: Ag�ncia Brasil)
A Fiocruz come�a a produzir no Brasil, em janeiro de 2021, 210 milh�es de doses da vacina contra a COVID-19, contou a presidente da institui��o, N�sia Trindade, em entrevista exclusiva ao Estad�o. O imunizante ser� o desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmac�utica Astrazeneca, ainda em fase de testes. A produ��o, disse, poder� atender a uma fatia consider�vel da popula��o, mesmo que sejam necess�rias duas aplica��es, o que seria suficiente para imunizar metade do Pa�s.

A estimativa � que a vacina��o comece em mar�o. "N�o vai haver uma aplica��o em massa da vacina", explicou N�sia. "Ter� que haver algum crit�rio de prioriza��o, mas isso ainda n�o foi definido."

A produ��o de 100 milh�es de doses nos primeiros seis meses ser� feita com a importa��o do chamado ingrediente farmac�utico ativo, o principal insumo do imunizante. A partir do 2º semestre, por�m, o Brasil j� ter� produ��o de forma aut�noma, pelo acordo de transfer�ncia de tecnologia com o laborat�rio.

Segundo ela, "no 2º semestre, j� com a produ��o inteiramente nacional, ser�o mais 110 milh�es de doses. Um total de 210 milh�es de doses em duas etapas". O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca � de US$ 250 milh�es (R$ 1,4 bilh�o). Com isso, o Pa�s garantir� a autonomia na produ��o da vacina. Ter� tamb�m acesso � tecnologia in�dita no desenvolvimento de imunizantes, que j� se revelou promissora.

Eventualmente, o Pa�s ter� � sua disposi��o, al�m da vacina de Oxford, outros imunizantes, como a Coronavac, chinesa, e a Sputnik V, russa. Segundo N�sia, usar diferentes produtos desse tipo simultaneamente n�o � in�dito, mas exige cuidados. "Tem que ser tudo bem organizado", alertou.

Diria que a produ��o da vacina contra a covid � a miss�o mais importante da Fiocruz em seus 120 anos de vida?

A Fiocruz esteve � frente da pesquisa sobre o HIV e a febre amarela, al�m de participar da constru��o do SUS. Mas diria que, sim, � um dos marcos hist�ricos da Fiocruz. Vivemos um momento �nico, de impacto em todas as esferas. Tanto que v�rios historiadores j� disseram, inspirados por (Eric) Hobsbawn (historiador brit�nico), que esta epidemia seria o marco do in�cio deste s�culo.

A Fiocruz pretende produzir somente a vacina de Oxford ou tamb�m outras?

Para a COVID-19 vamos produzir a vacina de Oxford. Lembrando que n�o � poss�vel come�ar a produ��o sem a conclus�o dos ensaios cl�nicos de fase 3. Mas nossa expectativa � muito positiva. Muito provavelmente, ela vai apresentar bons resultados. Essa � a vacina que produziremos nos pr�ximos dois anos. No futuro, pode ser que tenhamos at� mesmo desenvolvimento de imunizantes nacionais. Mas neste momento vamos produzir s� a de Oxford.

Como foi o processo de escolha? Por que a vacina de Oxford foi a selecionada?

N�o foi uma decis�o unilateral da Fiocruz, foi um processo com muitos atores institucionais - Minist�rios da Sa�de, da Economia, entre outros. Mas alguns elementos foram importantes nessa escolha. A vacina de Oxford foi a primeira a entrar na fase 3 (de testes em larga escala com humanos). Outro fator, a possibilidade de podermos produzir tudo em Biomanguinhos (f�brica da Fiocruz). A partir do 2º semestre, todas as etapas da produ��o ser�o nacionalizadas, teremos o dom�nio da tecnologia. Um �ltimo aspecto importante � que essa plataforma tecnol�gica desenvolvida por Oxford � promissora. � uma nova tecnologia considerada para o futuro das vacinas e da imuniza��o.

Qual o calend�rio de produ��o e quando come�a a vacina��o?

Come�amos a produzir em janeiro. At� fevereiro teremos as primeiras 30 milh�es de doses para o Programa Nacional de Imuniza��o (PNI). Paralelamente, j� est�o sendo enviados � Anvisa todos os dados da pesquisa e um pacote final ser� enviado entre janeiro e fevereiro. N�o d� pra dizer quando come�a a vacina��o, mas nossa expectativa � ainda no 1º trimestre. At� o fim do 2º semestre teremos 100 milh�es de doses. No 2º semestre, j� com produ��o inteiramente nacional, ser�o mais 110 milh�es - 210 milh�es em duas etapas.

Os insumos tamb�m ser�o produzidos aqui ou importados?

Sempre h� insumos importados. Mas o importante � que a partir do 2º semestre o ingrediente farmac�utico ativo ser� inteiramente produzido por n�s, o que nos d� autonomia.

A Fiocruz produz dez vacinas do PNI. A produ��o da vacina contra a covid-19 ter� algum impacto nessa produ��o?

N�o. Essa vacina � feita a partir de uma tecnologia diferente. Estamos aproveitando uma �rea que era destinada � produ��o de um biof�rmaco, adaptando essa linha extra j� existente. N�o ter� impacto negativo na produ��o das outras.

A produ��o de 210 milh�es de doses � suficiente para imunizar toda a popula��o brasileira?

Tudo depende da estrat�gia a ser adotada. Alguns estudos mostram que os melhores resultados s�o obtidos com duas doses. Nesse caso, ter�amos o suficiente metade da popula��o. Mas isso n�o est� definido. Um comit� de especialistas vai determinar a estrat�gia.

Quem ser� vacinado primeiro?

N�o vai haver uma aplica��o em massa da vacina. Ter� que haver algum crit�rio de prioriza��o, mas isso tudo ainda n�o foi definido. At� porque algumas defini��es dependem ainda dos resultados da fase 3.

Qual � a expectativa do porcentual de efic�cia da vacina?

A Anvisa aceitar� vacinas com pelo menos 50% de efic�cia. No caso da de Oxford, a expectativa � de que seja mais alta.

Outras vacinas devem estar dispon�veis, como a Coronavac e a Sputnik V. Como seria essa distribui��o?

Muitos epidemiologistas t�m discutido isso. Uma vacina pode ser mais adequada para idosos, por exemplo. Agora precisa ter coordena��o nacional. Tem de tudo ser muito bem organizado.


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