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Estado de Minas Direitos Humanos

Pesquisa aponta medo de mulheres de serem v�timas de estupro

Apenas 46% da popula��o conhecem servi�o de sa�de para v�timas


10/11/2020 14:03

Pesquisa revela o que as mulheres pensam a respeito de aborto e estupro (foto: Agência Brasil )
Pesquisa revela o que as mulheres pensam a respeito de aborto e estupro (foto: Ag�ncia Brasil )
A interrup��o da gravidez resultante de estupro feita em seguran�a por um servi�o de sa�de � apoiada por 82% dos brasileiros, e 88% consideram que toda cidade deveria ter um servi�o de aborto previsto na legisla��o, para que a v�tima possa escolher sobre a continuidade ou n�o da gesta��o. Por�m, apenas 46% afirmaram conhecer servi�o de sa�de para v�timas de estupro.

� o que revela a pesquisa Percep��es sobre estupro e aborto previsto por lei, dos institutos Patr�cia Galv�o e Locomotiva, divulgada ontem (9). Segundo a diretora de pesquisa do Instituto Locomotiva, Ma�ra Saru� Machado, o impacto do estupro � uma realidade pr�xima da popula��o, j� que 52% dos entrevistados conhecem uma mulher ou menina que j� foi v�tima e 16% das mulheres disseram ter sofrido viol�ncia sexual.
 

O levantamento foi feito de forma online entre os dias 1º e 14 de setembro e registrou a opini�o de 2 mil homens e mulheres, com 16 anos ou mais de idade, em todo o Brasil.

Entre as mulheres, 95% revelaram ter medo cotidiano de serem estupradas, sendo que 78% afirmaram ter muito medo. Entre os homens, 92% t�m medo que sua filha, m�e, esposa ou namorada sejam v�timas do crime.

“A maioria conhece uma mulher ou menina que foi v�tima e � un�nime a percep��o de que as brasileiras temem que isso ocorra com elas. As consequ�ncias de um estupro na vida da v�tima, sejam psicol�gicas, f�sicas ou uma gravidez indesejada, tamb�m s�o bastante reconhecidas. Mas a pesquisa mostra que o acolhimento do Estado �s mulheres e meninas v�timas, seja nas delegacias ou no sistema de sa�de, pode ser mais qualificado”, disse Ma�ra.

A pesquisa aponta que 91% das mulheres acham que contariam para algu�m se fossem v�timas de estupro e 68% contariam com certeza. Os motivos relatados que impediriam a comunica��o do crime s�o a vergonha, o constrangimento e o medo da exposi��o. Na amostra, 92% das mulheres dizem que denunciariam se fossem v�timas, por�m 53% dos entrevistados disseram que as v�timas n�o costumam denunciar.

Apenas 29% acham que a pol�cia est� muito preparada para atender v�timas de estupro e 93% concordam que toda v�tima de estupro que procurar a delegacia ou um servi�o de sa�de deve ser informada sobre as formas para evitar doen�as sexualmente transmiss�veis e gravidez indesejada. Dos que conhecem uma v�tima, 17% relataram que ela engravidou e em 42% desses casos a gesta��o foi interrompida.

Para a diretora executiva do Instituto Patr�cia Galv�o, Jacira Melo, a pesquisa evidencia o apoio ao acolhimento das v�timas de estupro pelos servi�os p�blicos.

“J� est� amplamente disseminada a ideia de que uma rela��o sexual sem consentimento � um estupro e que, em caso de gravidez, toda menina e mulher tem o direito de interromper essa gesta��o de forma segura em um hospital p�blico. E, mais que isso, a maioria da popula��o concorda que toda cidade deve ter um servi�o de sa�de para atender essas v�timas”, disse.

Sobre casos como o da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio e engravidou, no Esp�rito Santo, 94% disseram ser favor�veis � interrup��o da gesta��o.

Formas de viol�ncia

A pesquisa levantou tamb�m a percep��o sobre as principais formas de viol�ncia sofridas pelas mulheres. Do total de entrevistados, 73% apontaram a viol�ncia dom�stica, 53% o ass�dio sexual, 43% a desigualdade salarial entre homens e mulheres, 42% o estupro, 38% a viol�ncia f�sica, 37% a dupla jornada de trabalho e 14% indicaram ainda o racismo como uma forma de viol�ncia sofrida pelas mulheres brasileiras.

Quando analisadas apenas as respostas das mulheres � pesquisa, o estupro � apontado por 44% e indicado como a quarta principal viol�ncia sofrida, enquanto entre os homens a indica��o cai para 39%, o sexto lugar.

Para 84% dos entrevistados, a culpa � sempre do estuprador, independentemente da roupa ou do comportamento da mulher, e 59% entendem que estupro � o ato sexual sem consentimento. Do total, 94% discordam que existam mulheres que merecem ser estupradas.

Quando perguntados sobre situa��es espec�ficas, 92% disseram ser estupro quando um homem obrigar uma mulher a ter uma rela��o sexual; 90% quando um homem faz sexo com uma mulher que est� inconsciente, b�bada ou drogada; 82% quando um homem faz sexo com uma mulher com grave defici�ncia mental; 81% quando o marido ou parceiro obrigar sua mulher a pr�ticas sexuais que ela n�o quer; 77% quando um homem faz sexo com uma menina menor de 14 anos, mesmo que ela autorize; e 65% afirmaram ser estupro quando um homem “encoxa” uma mulher ou toca o seu corpo sem sua autoriza��o.

Sobre o isolamento social imposto por causa da pandemia da covid-19, 81% dos entrevistados consideram que a quarentena contribui para o aumento dos estupros dentro de casa. Do total, 98% concordam que se algu�m descobrir que uma menina est� sendo estuprada dentro de casa, deve denunciar. Para 88%, quem presencia ou fica sabendo de um estupro e fica calado tamb�m � culpado.

O atendimento �s v�timas deve oferecer atendimento psicol�gico segundo 89% dos entrevistados; assist�ncia m�dica imediata para machucados e les�es para 84%; rem�dios para prevenir infec��es transmitidas sexualmente, como s�filis e HIV para 83%; e 74% concordam que a v�tima deve tomar rapidamente a p�lula do dia seguinte para evitar uma gravidez.


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