
Familiares e amigos acompanham na manh� deste s�bado, 21, o vel�rio de Jo�o Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, homem negro que foi espancado e morto por seguran�a e policial em uma unidade do supermercado Carrefour no bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira, 19, v�spera do Dia da Consci�ncia Negra. A cerim�nia de despedida ser� no cemit�rio municipal S�o Jo�o, no bairro Higien�polis, tamb�m na zona norte da capital.
Segundo a administra��o do cemit�rio, o vel�rio come�ou �s 8h30, j� o enterro est� marcado para 11h30. Por enquanto n�o h� muitas pessoas no local, apenas familiares e jornalistas.
A Pol�cia Civil do Estado investiga o crime. Um dos agressores era seguran�a do local e o outro, um policial militar tempor�rio. Os dois homens foram presos em flagrante.
Ap�s colher os primeiros depoimentos, a delegada respons�vel pelo caso, Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homic�dios e Prote��o � Pessoa, recebeu, na tarde de sexta-feira, 20, os m�dicos legistas para elucidar as causas da morte de Jo�o Alberto. Durante as agress�es, a v�tima tamb�m foi imobilizada pelos vigias, com o joelho de um deles nas costas.
Asfixia
"O maior indicativo da necropsia � de que ele foi morto por asfixia, pois ele ficou no ch�o enquanto os dois seguran�as pressionavam e comprimiam o corpo de Jo�o Alberto dificultando a respira��o dele. Ele n�o conseguia mais fazer o movimento para respirar", informou.
Ao 'Estad�o', Jo�o Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, lamentou a morte de seu filho na sexta-feira. "N�s esperamos por Justi�a. As �nicas coisas que podemos esperar � por Deus e pela Justi�a. N�o h� mais o que fazer. Meu filho n�o vai mais voltar", disse.
� reportagem, o pai descreveu a v�tima como um homem tranquilo. "Eles (Freitas e a esposa) frequentavam o mercado quase todos os dias. Ele at� me incentivou a fazer um cart�o do mercado."
O assassinato de Jo�o Alberto gerou protestos em diversos locais do Brasil na sexta-feira. Manifestantes entraram em unidades do supermercado.
Na capital do Rio Grande do Sul, a manifesta��o come�ou no in�cio da tarde, em frente � unidade onde aconteceu o crime. Com cartazes, bandeiras e faixas destacando que "vidas negras importam", milhares de manifestantes exigiram Justi�a pelo assassinato. A realiza��o do protesto ganhou adeptos nas redes sociais e eclodiu em frente ao hipermercado. Cruzes e flores em homenagem a Jo�o Alberto tamb�m foram colocadas no local.
Em S�o Paulo, manifestantes se concentraram no v�o do Masp por volta das 16h. Cerca de duas horas depois, um grupo de mais de 600 pessoas iniciou uma caminhada em dire��o ao Carrefour da Pamplona. Todo o trajeto foi acompanhado pela pol�cia, que n�o interferiu em nenhum momento. Ao chegar no local, a manifesta��o concentrou-se na rua, mas n�o demorou para que avan�asse ao estacionamento que fica em frente ao supermercado.
Uma pequena parte dos manifestantes pegou pedras dos vasos do estacionamento e arremessou contra os vidros do supermercado. O grupo de seguran�as do Carrefour n�o resistiu � invas�o - a pr�pria Pol�cia Militar n�o interveio.