
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul comunicou nesta sexta o desligamento de Gaspar da corpora��o, mas ainda h� prazo para que ele recorra da decis�o. A defesa do policial tamb�m pretende apresentar um pedido de liberdade.
Gaspar prestou depoimento no quartel da Brigada, onde est� preso. Segundo a delegada Roberta Bertoldo, respons�vel pelas investiga��es, o seguran�a escutou no r�dio que era preciso apoio no caixa 25, onde estaria Beto. Chegando ao local, Gaspar alegou que viu Beto com uma "cara brava" olhando para uma fiscal. O seguran�a tamb�m contou que perguntou a Beto se tinha algum problema e ouviu a resposta de que estava tudo certo.
Logo ap�s o breve di�logo, Beto teria come�ado a caminhar rumo � sa�da. Gaspar contou � pol�cia que decidiu seguir Beto pois temia uma ocorr�ncia mais grave. O seguran�a garantiu que n�o houve troca de palavras entre eles no caminho. Quando chegaram na portaria, Beto desferiu um soco contra Gaspar, que reagiu imediatamente com v�rios golpes contra o rosto do cliente, enquanto o seu colega Magno Braz Borges, tamb�m seguran�a do mercado, segurava as m�os da v�tima.
De acordo com a delegada, o seguran�a disse ter ficado assustado com a for�a f�sica de Beto. Ele tamb�m admitiu todas as agress�es, mas negou qualquer inten��o de matar. No depoimento, disse que, ao ver Beto desacordado, ele e o colega acreditavam que era apenas um desmaio. Sobre a participa��o da fiscal Adriana Alves Dutra, tamb�m presa, o seguran�a deu poucos detalhes e afirmou que n�o recebeu qualquer ordem, embora ela fosse sua superior naquele momento.
Sem v�nculo com a empresa
Em rela��o ao v�nculo empregat�cio, a defesa de Gaspar apresentou um nova vers�o. Segundo os advogados, o seguran�a n�o tinha qualquer v�nculo com a Vector, empresa terceirizada contratada para fazer a seguran�a do Carrefour. O Grupo Vector j� declarou que ele era registrado.
De acordo com os advogados David Leal e Raiza Hoffmeister, Gaspar teria sido contratado informalmente para cobrir as folgas de um amigo, quem faria o pagamento pelo trabalho. A pr�pria Vector reconheceu Gaspar como um de seus funcion�rios, anunciando inclusive a sua demiss�o por justa causa.
Desligado da Brigada Militar
Nesta sexta-feira, 27, Gaspar foi comunicado oficialmente de seu desligamento da Brigada Militar. A decis�o foi tomada pelo comando da corpora��o na quinta-feira, 26. Gaspar ingressou na Brigada em 2018, na condi��o de Policial Militar Tempor�rio. Ele tem tr�s dias para entrar com recurso contra a decis�o.
O Carrefour anunciou nesta sexta que segue em contato com a fam�lia de Jo�o Beto. A empresa afirmou que, enquanto as negocia��es seguem, a rede varejista oferecer� dois apoios imediatos: ajuda emergencial � fam�lia da v�tima, com assistente social para dar apoio psicol�gico � vi�va, Milena Borges, � filha mais velha, Tha�s, de 22 anos, e � ex-mulher de Jo�o Alberto, com a qual ele teve outros tr�s filhos.
"O Carrefour sabe que nada trar� a vida do senhor Jo�o Alberto de volta, mas espera poder ajudar a fam�lia neste momento de dor irrepar�vel. E continua avan�ando para implementar as medidas que ajudar�o a contribuir para o combate � discrimina��o racial no Brasil", diz trecho da nota.
O comunicado ainda ressalta que "como ponto inicial da transforma��o radial de seu modelo de seguran�a", a empresa est� em processo de contrata��o de pessoas para a loja Passo D'Areia em at� uma semana. Outras duas unidades da rede na cidade de Porto Alegre tamb�m v�o passar por mudan�as.