A aeronave apoiava o trabalho de combate a inc�ndio na regi�o. As informa��es foram confirmadas pelo Ibama, que ainda n�o deu mais detalhes sobre o ocorrido, nem a identidade do piloto.
O Ibama n�o possui helic�pteros pr�prios. Trata-se de equipamentos alugados de terceiros. Neste �ltimo trimestre do ano, o �rg�o vinha atrasando uma s�rie de pagamentos � empresa prestadora do servi�o. Em outubro, as contas em aberto com helic�pteros chegavam a R$ 5 milh�es.
Em agosto, o Ibama decidiu reduzir o n�mero de helic�pteros que aluga para vigiar o desmatamento e as queimadas no Pantanal e Amaz�nia. Por determina��o do Minist�rio do Meio Ambiente para diminuir gastos, o �rg�o passou a contar com quatro aeronaves para auxiliar na vigil�ncia de uma �rea de 5 milh�es de quil�metros quadrados. At� ent�o, havia seis aeronaves. Servidores que atuam no setor afirmaram � reportagem que os equipamentos operam no limite, dadas as limita��es das m�quinas.
O respons�vel pelo setor alertou que as redu��es trariam consequ�ncias graves para o trabalho de fiscaliza��o foi exonerado uma semana depois de encaminhar uma s�rie de of�cios nesse sentido. Os seis helic�pteros s�o utilizados para fiscalizar todo o Pa�s. Em �poca de seca, quando os inc�ndios proliferam na regi�o Norte, as horas de voo dos equipamentos aumentam significativamente.
Sob o argumento de que � preciso reduzir os gastos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, determinou ao Ibama que fizesse mais cortes, limitando o aluguel a somente quatro aeronaves, porque o or�amento dos helic�pteros n�o pode ultrapassar o custo anual de R$ 60 milh�es.
Com o n�mero atual de seis helic�pteros, cada um j� tinha a miss�o de fiscalizar cerca de 833 mil km², mais de tr�s vezes o Estado de S�o Paulo. Com quatro aeronaves, esse volume sobe para 1,250 milh�o de km². � como se um �nico helic�ptero fosse usado para sobrevoar todo o Estado do Par�.
O contrato atual, de seis aeronaves, vence em fevereiro do ano que vem.
Julio Cesar Basile, comandante da For�a A�rea aposentado pela Pol�cia Federal, disse � reportagem que a redu��o no n�mero de aeronaves � disposi��o para fiscalizar a Amaz�nia � "uma irresponsabilidade absurda e injustific�vel".
"Falar de quatro helic�pteros para o Ibama fazer esse trabalho � uma vergonha, uma brincadeira. � como dizerem pra voc� derrubar o P�o de A��car com uma colher de sopa nas m�os, tendo 30 dias para isso. Vamos passar ainda mais vergonha l� fora, � um absurdo", disse Basile. "Fico em d�vida at� que ponto isso � desconhecimento ou � proposital mesmo, porque tem gente ali que sabe o que est� fazendo. Se n�o � desconhecimento, � sabotagem", afirmou Basile, criador do grupo t�tico a�reo no Maranh�o e respons�vel pela cria��o da divis�o de helic�pteros do pr�prio Ibama, no ano 2000.
A morte do piloto amplia a trag�dia humana causada pelos inc�ndios criminosos que tomaram a regi�o do Pantanal neste ano, em volume recorde desde o in�cio da s�rie hist�rica.
Em 9 de setembro, Luciano da Silva Beijo, 36 anos, zootecnista de uma fazenda no Mato Grosso, morreu ap�s ser v�tima de inc�ndio que tomava as terras da fazenda onde trabalhava, na cidade de C�ceres. Ele tentava apagar o fogo, mas trope�ou durante a a��o e foi tomado pelo fogo.
No dia 1º de setembro, o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio), Welington Fernando Peres Silva, morreu em Goi�s, v�tima de queimaduras sofridas durante uma opera��o realizada no Parque Nacional das Emas.