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Estado de Minas VIOL�NCIA

'Tinha sonho de ser advogado', diz mulher de motorista de app assassinado

Criminosos pediram a corrida e assassinaram Roosevelt Albuquerque da Silva; homem, de 22 anos, e adolescente, de 17, foram presos como suspeitos


03/12/2020 08:53

(foto: Reprodu��o / rede sociais)
“Amor, vou trabalhar mais um pouco para ajudar a comprar o bolo de anivers�rio do nosso filho.” Essas foram as �ltimas mensagens do motorista de transporte por aplicativo Roosevelt Albuquerque da Silva, de 31 anos, enviadas � mulher, Juliana Simpl�cio Rodrigues, 35. O trabalhador foi v�tima de latroc�nio (roubo seguido de morte) na madrugada de quarta-feira, depois de atender a uma corrida por app, na Asa Norte, com destino a Sobradinho, no Distrito Federal.

Na noite de ontem, policiais da 13ª Delegacia de Pol�cia (Sobradinho) conseguiram capturar os suspeitos de executar o trabalhador com um tiro na cabe�a. Investiga��es revelaram que um homem, de 22 anos, e um adolescente, de 17, solicitaram uma corrida no Plano Piloto e, pouco tempo depois, anunciaram o assalto. A pol�cia rastreou o trajeto feito pela v�tima e pelos autores. O maior de idade foi detido em flagrante em casa, em Sobradinho. Na resid�ncia, a equipe encontrou a carteira, o celular e a chave do carro da v�tima, uma Lifan X60 prata, bem como a arma utilizada para cometer o latroc�nio, uma pistola calibre 22mm. O adolescente foi apreendido e encaminhado � Delegacia da Crian�a e do Adolescente (DCA).

Roosevelt morava no Jardim Bot�nico com a mulher, com quem era casado havia nove anos, e os dois filhos, de 4 e 7 anos. Em entrevista ao Correio, Juliana contou que o marido saiu de casa para trabalhar, na tarde de ter�a-feira, por volta de 13h. “O combinado era dele voltar �s 22h. Como meu filho vai fazer 5 anos em 8 de dezembro, o Roosevelt me mandou uma mensagem de voz pelo WhatsApp dizendo que iria rodar mais um pouco para juntar o dinheiro do bolo da festa”, disse, emocionada.

Segundo as investiga��es, na noite do crime, o motorista pegou os passageiros na Asa Norte, com destino a Sobradinho, pouco antes de desaparecer. “Mandei mensagens no celular dele e apenas uma foi visualizada. Depois, n�o chegava mais. Liguei por diversas vezes, mas o telefone s� dava desligado. Ele nunca iria atender corrida com destino a Sobradinho. Eu sempre o alertava sobre os perigos dessa profiss�o e pedia que ele evitasse lugares como Ceil�ndia, Taguatinga e Samambaia. Tanto � que ele s� atendia clientes no Plano Piloto e, no m�ximo, ia para o Guar� e �guas Claras”, contou.

Sem not�cias, a mulher conta que, no come�o da madrugada, os dois filhos do casal come�aram a perguntar sobre o pai. Os meninos, segundo ela, s� dormiam quando Roosevelt chegava em casa. “Foi me dando uma sensa��o estranha, porque ele nunca tinha feito isso, mas pensei que a bateria dele pudesse ter acabado”, completou.

A madrugada foi de intensas buscas em hospitais do DF, no Jardim Bot�nico e no Instituto de Medicina Legal (IML). Na manh� de ontem, o pai da v�tima recebeu a not�cia de um corpo encontrado no Polo de Cinema de Sobradinho.

Sonhador

Roosevelt veio com o pai de Macei� para Bras�lia h� 12 anos. Alagoano, de fam�lia simples, ele tinha um sonho: tornar-se advogado. Na capital, conheceu Juliana, com quem manteve relacionamento por nove anos e teve dois filhos.

At� o come�o do ano, o homem trabalhava como agente de portaria. O emprego ajudava a custear as despesas de casa e a pagar o curso de direito em uma faculdade particular. Faltava apenas um semestre para concluir o curso, mas ele teve que interromper os estudos, pois foi demitido do servi�o em decorr�ncia da pandemia do novo coronav�rus.

Sem servi�o, a mulher conta que o companheiro chegou a chorar e a se lamentar por v�rias vezes. O trabalho como motorista de transporte por aplicativo veio h� uma semana, como uma alternativa de quitar as d�vidas acumuladas. Contudo, Roosevelt n�o teve tempo de recebem o dinheiro arrecadado das corridas realizadas durante os sete dias. Roosevelt ser� velado hoje, �s 13h, na Capela 2 do Cemit�rio Campo da Esperan�a da Asa Sul.

Mortes

Dados mais recentes da Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal (SSP-DF) mostram que, entre janeiro e julho deste ano, sete motoristas de transporte por aplicativo foram assassinados. No mesmo per�odo do ano passado, foram tr�s v�timas. A pasta informou que realizou reuni�es com representantes das empresas de aplicativos de transporte, com o objetivo de discutir solu��es para reduzir a vulnerabilidade dos profissionais e passageiros que utilizam este servi�o.

“Entre as medidas tratadas nos encontros, por exemplo, surgiu a op��o de restri��o aos pagamentos em dinheiro e a possibilidade de pr�-visualiza��o do destino por parte do operador”, esclareceu a pasta, por meio de nota.

A Pol�cia Militar garante que, rotineiramente, faz pontos de bloqueio em lugares estrat�gicos, em que todas as pessoas presentes nos ve�culos identificados como transporte de passageiros com o uso de aplicativos s�o revistadas para garantir a seguran�a da categoria e da popula��o.

Cad�ver em parque

Um c�o em treinamento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) encontrou, na manh� de ontem, o corpo de uma mulher em uma galeria de �guas pluviais do Parque Burle Marx, no Noroeste. Segundo a corpora��o, a v�tima estava nua, deitada de bru�os e com parte do corpo submerso na �gua represada no local. A �rea ficou aos cuidados da Pol�cia Civil.

“O local foi periciado. O corpo estava em estado de decomposi��o. Portanto, precisamos aguardar os laudos do IML e do IC”, informou o delegado-chefe, Jo�o Guilherme Carvalho, da 2ª Delegacia de Pol�cia (Asa Norte).

Este � o terceiro crime registrado em parques na regi�o do Plano Piloto. Em 21 de novembro, oper�rios da constru��o de uma igreja na 413/414 Norte encontraram o corpo de Ricardo Alves da Silva Junior, 29 anos, soterrado pr�ximo ao Parque Olhos D’�gua.

No Castelinho do Parque da Cidade, uma mulher, 33, foi socorrida e encaminhada ao Hospital de Base com m�ltiplos cortes pelo corpo feitos com arma branca. O caso aconteceu em 20 de outubro. No mesmo local, em 20 de janeiro, um seguran�a achou o cad�ver de Luiz Dourado Viana Silva, 31. Sem marcas de viol�ncia, policiais indicaram a possibilidade de assassinato, mas levaram em conta a possibilidade de overdose.

*Estagi�ria sob a supervis�o de Adson Boaventura


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